Após denúncias, deputado do PT relata abusos por parte de políticos e policiais em Palestina

22 jul 2013 - 06:38


Lideranças populares sofreram ameaças da polícia durante sessão da Câmara dos Vereadores

JudsonA instabilidade política em Palestina preocupa o deputado estadual Judson Cabral (PT). Ele esteve no município sertanejo, neste sábado (20), para ouvir os relatos do incidente que envolveu lideranças políticas da oposição e policiais militares. Judson Cabral informou que durante a sessão da Câmara, na manhã de sexta-feira (19), o sargento Marcelo Pauferro e o cabo PM Edilson intimidaram e ameaçaram de prisão as pessoas que estavam no recinto e eram identificadas como de oposição ao grupo político que dirige a Prefeitura e a Câmara.

“Constatei que não ocorreu nenhum fato que justificasse a forma como eles agiram. Não houve manifestação e nem protestos dos presentes à sessão, que é pública. Estou convencido que eles atuaram como partidários do prefeito e do presidente da Câmara, e podiam ter provocado, de forma irresponsável, uma situação de enfrentamento violento”, disse Judson Cabral ao anunciar que vai procurar o secretário da Defesa Social, Dário César, para cobrar providências. “Uma instituição como a Polícia Militar não pode tomar partido em disputas políticas”, completou.

A presidente do PT em Palestina, Lúcia Maciel de Carvalho, estava na sessão e denunciou a forma violenta como os policiais interviram. “Nós estamos acostumados a acompanhar as sessões e fomos surpreendidos com as intimidações. Ameaçaram prender a gente, dizendo que estavam ali cumprindo ordens do presidente da Câmara, vereador Ná Ferrari, que é do PSDB. Se a gente falava com alguém de lado, eles mandavam calar a boca de forma agressiva”. Segundo Lúcia Maciel, essa perseguição é comandada pelo ex-prefeito Júnior Alcântara, que mesmo afastado, continua liderando o seu grupo político.

O professor Damião Nogueira, da Comissão de Cidadania de Palestina, revelou que o clima político mais tenso acontece por causa da ameaça de intervenção e a possibilidade de acontecer uma nova eleição para a prefeitura do município. “Agiram de forma truculenta para nos retirar da Câmara sem nenhum motivo aparente, já que não estávamos comprometendo a ordem naquele ambiente. Fomos chamados de ‘cabra de peia’ e as mulheres de ‘vadias’ pelo sargento Marcelo”, denunciou.

Segundo o professor Damião, é preciso que o comando da Polícia Militar tome uma providência para impedir que a situação se agrave. Ele revelou ainda que a relação de promiscuidade entre os policiais e o presidente da Câmara, vereador Ná Ferrari, é preocupante. “Quando terminou a sessão, esses policiais foram tomar cerveja na casa do presidente da Câmara, deixando claro que agiram sob a orientação dele”.

O deputado Judson Cabral anunciou que, nesta segunda-feira (22), vai solicitar audiência ao secretário da Defesa Social, Dário César, para formular as denúncias e cobrar providências. “Se houver necessidade, mobilizaremos a população de Palestina para realizarmos um ato de protesto contra essa postura imparcial da Polícia Militar”.

Assessoria

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