Durante pronunciamento, ministra do Supremo defende reforma política no Brasil

29 nov 2014 - 11:00


Foto: STF

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Carmen Lúcia, atual ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu há pouco uma transformação no sistema político brasileiro. De acordo com a juíza, uma reforma com mudanças pontuais não será suficiente para atender as demandas da sociedade. Em seu pronunciamento durante congresso sobre direito constitucional em Brasília, nesta sexta-feira, 28 de novembro, ela utilizou a metáfora “maquiar um cadáver” para fazer alusão a esse processo.

Para a juíza, os questionamentos atuais são um sinal de que o modelo político vigente no Brasil não deu certo. “Não é possível que uma sociedade viva de sobressaltos éticos e institucionais. Como está, não está bom”.

Ela acredita que o Brasil adota um modelo invertido de promoção de mudanças políticas no qual a sociedade pouco participa. “Aqui, o Estado resolve em que momento ele permite que órgãos instituídos pelos dirigentes trabalhem sobre os temas que sejam da sociedade”, disse, após afirmar que na Alemanha, a sociedade quem atua e toma decisões políticas.

Uma das principais dificuldades em promover a reforma política, segundo ela, tem relação com os próprios legisladores. “Quem faz a reforma é exatamente quem chegou aos cargos por meio das normas que se pretende mudar. Há muita gente satisfeita com o modelo político que aí está”, destacou. Segundo Cármen Lúcia, o papel do STF nesse cenário será de traçar os caminhos que não podem ser tomados na política.

Por CNM / com Estadão

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