
Foto rara e única: Clerisvaldo e Zé de Almeida cantam para os velhinhos, com apresentação de José Pinto de Araujo, na Igreja Matriz de Senhora Santana
1. Cantoria, peleja – Duelo de estrofes realizado entre dois cantadores violeiros-repentistas do Nordeste;
2. Cantoria de pé de parede – Cantoria tradicional realizada em casa de família, principalmente em casa de fazenda e não em salões, festivais, congressos e semelhantes;
3. Baionada – Cada uma das fases em que se divide a cantoria, após pequeno descanso dos cantadores;
4. Emborcar a viola – Parada súbita da baionada, por um dos cantadores, ao escutar uma estrofe criativa e rara do parceiro e que ele não tem condições de “pagá-la”, no momento;
5. Pagar o verso (estrofe) – Fazer uma estrofe tão excelente e rara quanto à do companheiro;
6. Cantar elogio – Hora de elogiar as pessoas para arrecadar dinheiro;
7. Baião de viola – Musical retirado das cordas da viola, enquanto os poetas pensam o que vão dizer;
8. Deixa – rima obrigatória que o vate tem que fazer ao iniciar sua estrofe rimando seu primeiro verso com o último deixado pelo parceiro;
9. Balaio – defeito grave em que o cantador, ao invés de cantar repentes como o parceiro, tentar burlar a plateia com versos decorados – cantar balaio;
10. Repente – Estrofe criada na hora;
11. Sextilha – Estrofe composta por seis versos, base da cantoria;
12. Estrofe – Conjunto de versos de quantidade variável. Cada linha é um verso;
13. Tema, mote – Um ou dois versos fixos para serem repetidos ao final de uma estrofe com dez pés (linhas, versos);
14. Gênero – Cada uma das mais de 40 modalidades de estrofes usadas em cantoria, com musicalidades próprias. Exemplos: sextilhas, sétimas, martelo agalopado, martelo alagoano, martelo miudinho, mourão de sete linhas, mourão, oitavão rebatido, gemedeira, galope beira-mar, mourão perguntado e tantas outras.
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1109