Dia do Rio Ipanema: um projeto sem partido, mas com amor
29 março 2014
A Associação Guardiões do Rio Ipanema, – Agripa, a qual faço parte, tem se empenhado o máximo para chamar a atenção dos santanenses para um problema que, ao longo dos anos, foi se avolumando até se tornar, para muitos, sem solução.
A poluição que hoje observamos num trecho de aproximadamente três quilômetros, na zona urbana de Santana do Ipanema, começou, infelizmente, há mais de 40 anos quando o poder público municipal construiu o Matadouro Público Municipal em seu leito, onde, até hoje, restos de amimais abatidos são despejados, no que se tornou o maior esgoto a céu aberto do Sertão.
Pode-se até dar um desconto ao então prefeito Adeildo Nepomuceno Marques, responsável pela obra, pois nessa época não se falava tanto em preservação do meio ambiente como agora. No entanto, não se pode esquecer que essa atitude acabou incentivando outros moradores e administradores a não alimentar a consciência de prevenção ambiental.
Depois do matadouro, construído logo abaixo da ponte apelidada de “Barragem”, vieram as fossas domésticas, seguidas de outro enorme poluidor do rio, a fossa do antigo Hospital Arsênio Moreira. Descendo com destino ao São Francisco, o grande esgotão continua com o lixo comercial, além de pocilgas.
Nessas alturas do campeonato não adianta buscarmos culpados pelo estado deplorável em que se encontra o nosso rio Ipanema. Pensando nisso a Agripa entra em cena e sugere um pacto ambiental com a sociedade santanense: “Vamos salvar o rio enquanto há tempo?”.
A proposta da associação é apartidária; interessa a todos nós: brancos, pretos, índios, pardos, ricos, pobres, mulheres e homens. Quem ama não polui: eis a questão.
Quero parabenizar aos vereadores de Santana do Ipanema que neste dia 28 de março de 2014 participaram de um momento histórico: a aprovação do Projeto de Lei que cria o Dia do Rio Ipanema.
Essa atitude, com total apoio do vereador-presidente da Câmara José Vaz e seguida pelos vereadores: Mário do Laboratório, Heleno do Temperão, Dôra de Ubiratan e Zé Lucas, torcemos para que todos os santanenses, nascidos ou adotados pela terra de Senhora Santana, voltem a ter amor pelo rio que dá nome a cidade de maior representatividade no sertão alagoano.
Essa homenagem é o mínimo que podemos oferecer aquele que tanto nos deu, desde a instalação dos índios Fulni-ô e Carnijós à chegada dos colonizadores portugueses, no final do século XVIII.
Água para beber; material para construção de casas e praças; peixe para o alimento e lazer, isso faz parte da longa e bela história do rio Ipanema, parte importante do desenvolvimento de nossa cidade.
Em julho saldamos a excelsa padroeira Senhora Santana, e a partir de agora, em abril, saudemos o Rio Ipanema.
Salve Santana do Ipanema!