24 bombeiros alagoanos participam do treinamento (Foto: Assessoria / CBMAL)
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos uma pessoa consuma suicídio no mundo. Este dado estatístico demonstra a gravidade e a necessidade de uma atuação técnica por parte das instituições de saúde e de segurança pública.
Diante desta preocupação, o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) criou o Curso de Atendimento a Tentativas de Suicídio (CATS), e em parceria com o Corpo de Bombeiros pernambucano (CBMPE), iniciou a 5ª edição do curso voltada a 24 militares do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, na terça-feira (3). A capacitação segue até a próxima sexta-feira (6), com aulas teóricas e práticas.
Com foco na humanização e no diálogo, o CATS capacitará os bombeiros para um trabalho técnico visando à diminuição dos números de suicídios em Alagoas, onde foram registradas pelo DATASUS mais de 12 mil tentativas, no período de 2010 a 2014. Para a coordenadora do curso, major Elaine Monteiro, os números comprovam a necessidade de ações nesta área.
“Os dados nos colocam como um estado que precisa de atenção e aqui estamos para capacitar nossos militares, que serão multiplicadores do conhecimento acerca deste tema na corporação, e a partir dele terão outro olhar nas abordagens às tentativas de suicídio”, explanou a major.
A aula inaugural do curso contou com a palestra intitulada “Prevenção de suicídios e atuação dos Corpos de Bombeiros”, proferida pelo major Edir Paixão, integrante do CBMCE, na qual foram abordadas algumas questões técnicas a serem analisadas pelos bombeiros nas ocorrências. “O suicídio é por muitas vezes paradoxal, pois choca com nossos instintos naturais de sobrevivência e reprodução. Viemos para compartilhar conhecimentos e também para aprender, com uma postura de humildade por entender que este tema ainda precisa ser muito estudado para salvarmos muitas vidas”, explicou ele.
O tenente-coronel Jack Emerson, aluno mais antigo do CATS, parabenizou o CBMAL pela iniciativa em busca de especializar o seu maior recurso, que é o recurso humano, sendo esta uma oportunidade única de receber conhecimentos das corporações que estão na vanguarda deste tipo de ocorrência, e assim, contribuir para a redução das tristes estatísticas registradas em Alagoas.
Por Thássia Santos / Agência Alagoas