Cerca de 15 anos depois, CSA e CRB reeditam uma final de campeonato. O início dessa decisão é hoje, com o primeiro jogo no Estádio Rei Pelé, às 16 horas, e expectativa do maior público do ano, além de um esquema de segurança para evitar as constantes brigas de torcidas organizadas.
Um clássico entre os dois mais tradicionais clubes não decide um título no Campeonato Alagoano desde 1998. Nesse ano, as partidas se deram na fórmula de ‘play offs’ – um jogo no dia 14 de junho, uma quarta-feira, e o CSA bateu o CRB por 2 a 0. No jogo final, no dia 21 de junho, um domingo, houve empate por 2 a 2 e o Azulão sagrou-se campeão.
Alguns estatísticos, porém, chegaram a apontar que CSA e CRB fizeram um jogo final em 2002. O detalhe dessa história, no entanto, é que os dois clubes não faziam um jogo final, mas disputavam uma partida de um quadrangular, que terminou posteriormente sagrando o CRB como campeão.
Independentemente de uma ou outra data controversa, o fato é que os dois mais tradicionais clubes do Estado passaram os últimos anos vendo as caravanas de times como o ASA e Coruripe passarem, sem participarem da festa das finais.
Ninguém tem vantagem no confronto e o saldo de gols também não tem importância. Se os times terminarem empatados no número de pontos após as duas partidas, haverá prorrogação. Persistindo o empate, o título será definido nos pênaltis. A partida deste sábado tem mando do CSA, que terá 70% dos ingressos. Já o CRB manda o clássico do próximo dia 18, também no Estádio Rei Pelé.
A semana foi agitada na Pajuçara e no Mutange. Os treinadores contam com a força máxima para o confronto, fizeram alguns testes, mas devem manter a base que levou seus times à decisão.
MOTIVAÇÃO EXTRA NO CSA
Além de o time jogar completo, neste sábado, entrando em campo com força total, os jogadores do CSA, o técnico Beto Almeida e sua comissão terão mais uma motivação para o confronto com o arquirrival: dinheiro no bolso.
Gratificações e salário em dia. Estes são os estímulos extras para iniciarem de forma positiva as finais do Alagoano 2013. A vitória contra o ASA rendeu um bicho de R$ 10 mil; a classificação para a decisão do título, mais R$ 30 mil. E ontem à tarde a diretoria pagou o salário de abril aos atletas profissionais e à comissão técnica.
Beto Almeida conta com o retorno do lateral-direito Leandrinho e, na lateral-esquerda, deve substituir Rogerinho por Fabiano. Outra alteração que deve ser confirmada é a entrada de Elyeser, recuperado de catapora, no lugar do meia Rodriguinho. Com essa mudança, o treinador reforça o sistema de marcação da equipe.
Flávio; Leandrinho, Leandro, Adalberto e Fabiano; Robson, Rodolfo, Elyeser e Alex Henrique; Diego Clementino e Everaldo. Esta é a formação para iniciar o clássico.
No regime de concentração estão os atletas Jorge Miguel, Cleberson, Marielson, Rogerinho, Mendes, Anderson Oliveira e Levi.
CRB MANTÉM BASE
No CRB, o técnico Ademir Fonseca deve manter o time que considera titular. Audálio cumpriu suspensão e deve atuar na zaga ao lado de Marcus Vinícius. Heroi da semifinal contra o CEO, Gladstone deve ir para o banco de reservas. Também voltam ao time o goleiro Galatto, além dos laterais Paulo Sérgio e João Victor, que cumpriram a suspensão automática no segundo jogo pelas semifinais.
No último treino de iniciar o regime de concentração, nessa sexta-feira, uma ausência: a do atacante Schwenck. Porém, nada que preocupe porque, na verdade, o atleta foi fazer trabalho de manutenção física, enquanto que os demais jogadores participavam de um rachão. Quem está de sobreaviso é Uálisson Pikachu.
O atacante Denílson treinou, mas ainda não está 100% fisicamente e deve compor o banco. Na frente, Carlão é quem deve atuar ao lado de Schwenck, goleador regatiano no Estadual, com 11 gols.
O time deve ir a campo com Galatto, Paulo Sérgio, Audálio e João Victor. Portanto, o CRB deve começar jogando com Galatto; Paulo Sérgio, Audálio, Marcos Vinícius e João Victor; Everton Luiz, Johnnattan, Jairo e Walter Minhoca; Carlão e Schwenck.
PRIMEIRO TÍTULO
Para o atacante Everaldo, goleador do campeonato, com 13 gols, a decisão tem um sabor especial. Ele busca o seu primeiro título profissional.
– Significa um grande passo na carreira, porque está também em jogo o meu primeiro título, jogando de titular e como artilheiro, depois que me tornei profissional. Para mim essa decisão significa muita coisa e, coletivamente, nem se fala, tanto para o CSA, no ano do seu centenário, quanto para todo o grupo de jogadores. Vamos dar o nosso melhor em busca de um feito inédito para nós e para o clube também.
OTIMISMO COM RESPEITO
No outro lado, se o presidente Marcos Barbosa passou a semana afirmando que o CRB será bicampeão, “doa em quem doer”, o técnico Ademir Fonseca prega respeito ao adversário. Ele está muito confiante na conquista do título, mas reconhece as dificuldades que sua equipe terá pela frente.
– Clássico não tem favorito. Se a gente fosse acompanhar a campanha do hexagonal, foram as equipes que mereceram estar na final por aquilo que produziram. Foram as duas equipes que brigaram constantemente pelo primeiro lugar. Nós sabemos que esse resultado no clássico acontece sem favoritismo. A gente espera poder alcançar a marca da vitória, mas sabemos que o jogo será muito difícil, porque do lado de lá tem bons profissionais, bom treinador, uma boa equipe técnica, jogadores individuais que são interessantes.
ARBITRAGEM
O árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa – GO) comandará o clássico, auxiliado por Márcio Eustáquio Santiago (Fifa-MG) e Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO). O alagoano José Reinaldo Figueiredo será o quarto árbitro.
As despesas com a arbitragem correm por conta do CSA, que preferiu pedir juízes de fora do Estado para os dois clássicos decisivos.
Com Gazetaweb.com