O Hotel Avenida e suas boas recordações

01 abr 2018 - 13:02


Hotel Avenida em Santana do Ipanema (Foto: Domínio Público)

Ai está um local que me trás boas recordações do tempo de criança e adolescente. O Hotel Avenida, que funcionou por muitos anos na Av. Dr Arsênio Moreira, em Santana do Ipanema, localizado em frente aos Correios.

Os proprietários Leusinger Alves de Melo e Iveta Marques de Melo eram amigos dos meus pais e, vez por outra, eu me encontrava andando pelos cômodos daquele aconchegante hotel, onde a residência do casal era vizinha.

Dona Iveta preparava um doce de batata doce dos melhores que já comi, sem falar na sopa de feijão, preparada com a colaboração de Dona Terezinha, que muitos santanenses costumavam comprar e levar para casa. Seu Leusinger, até hoje, é protagonista de inúmeras histórias engraçadas, já que ele, apesar de ter ficado conhecido como uma pessoa rude (no sentido de ser direto em muitas de suas respostas) era muito humorado.

Selecionei algumas das passagens engraçadas pelo Seu Leusinger, que também era conhecido como uma pessoa severa, em se tratando de economia.

Dinheiro? Neca de pitibiriba

Um certo dia, um parente dele, depois de uma boa conversa, lhe pediu um dinheiro emprestado. Sem rodeios, mas de forma criativa, Seu Leusinger respondeu: “Olha, tá vendo ali? E apontou para o Banco do Brasil, que fica vizinho ao prédio dos Correios. Após a confirmação do seu parente, ele continuou: “Pois bem, eu fiz um acordo com o gerente, meu hóspede. Nem ele hospeda ninguém lá no Banco e nem eu empresto dinheiro”.

A luz apagou

Foram muitos os relatos de hóspedes que tiveram as lâmpadas dos quartos apagadas, após as 22 horas. O cantor e compositor Chico Santos, relata que, certo dia se hospedou no hotel de Seu Leusinger e resolveu fazer uma leitura até tarde da noite. De repente ele se viu em total escuridão. Se levantou e logo percebeu que tinha energia em outros cômodos do hotel. Como ele já tinha ouvido falar de que o proprietário tinha o macete de colocar dois interruptores de luz: um dentro e outro fora do quarto, resolver conversar com Seu Leusinger e explicar que estava lendo, portanto precisando de luz no quarto. Seu Leusinger ainda quis argumentar, mas acabou ligando a luz. No entanto, nem todos tinham a mesma sorte de Chico Santos.

O pedinte

Certo dia, um mendigo chegou na porta do Hotel Avenida e se aproximou de Seu Leusinger, lhe pedindo um pouco de comida.

Logo, como era de costume, ele puxou uma conversa com o andarilho, com o objetivo de saber de onde ele vinha, e disse: “eu mesmo não tenho nada para lhe dar”. Nisso, o moço já ia saindo, cabisbaixo, quando ele continuou a conversa: “mas, olha! ali dentro tem uma mulher “besta” que gosta de dar de comer a todo mundo, vá lá “. Ele se referia a sua esposa, Dona Iveta. E, no final, como sempre acontecia, o mendigo saiu de lá com a barriga cheia e agradecido aos proprietários do hotel.

Moral da história: Seu Leusinger, assim como sua esposa, também tinha um bom coração, só não queria escancarar.

Por Sérgio Soares de Campos – colaboração

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