Cresce número de assassinatos por armas de fogo entre jovens em Alagoas

25 fev 2014 - 16:35


Foto: ilustração

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“O gestor deve estar permanentemente insatisfeito e entender que não existe zona de conforto em relação à Segurança Pública”. Thiago Bomfim, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Alagoas discursou acerca dos índices de criminalidade constatados pelas comissões de Direitos Humanos e de Direitos Sociais da OAB/AL, presididas pelo advogado Daniel Nunes Pereira e Cosmelia Folha do Nascimento, respectivamente, entre os anos de 2012 e 2013.

De acordo com os levantamentos, 1.384 jovens entre 15 a 29 anos de idade, a maioria deles homens, morreram no ano passado vítimas de arma de fogo – tornada, segundo os advogados, num instrumento banal entre os criminosos -, além de armas brancas, pedradas, espancamento e até estrangulamento. Em 2012, este índice foi de 1.134.

Os bairros onde mais se registrou crimes foram o Tabuleiro do Martins, com 108 casos, seguido do Vergel do Lago, 66; Jacintinho, 62; Cidade Universitária, 55; Complexo Benedito Bentes, com 48 homicídios, e Chã da Jaqueira, com 27.

Em relação ao estado de Alagoas, destaque para Maceió, com 537 casos, seguido de Arapiraca, com 102 homicídios; Rio Largo, 55; Marechal Deodoro, 48; Pilar, vem quinta posição, com 37 homicídios registrados em 2013, seguido Palmeira dos Índios, onde a polícia e o Instituto Médico Legal, principais fontes dos advogados, registraram 24 homicídios.

“A sociedade está preocupada com o tema, que é triste, mas nos deixa felizes em saber que o assunto tem sido debatido, também através das comissões. Segurança pública preocupa a todos e a OAB cumpre o seu papel, de cobrar políticas permanentes de segurança pública, que é política de estado e deve ser prioridade”, disse. “Não é a primeira vez que fazemos o levantamento de dados, entendemos que o discurso não é vazio, de somente apontar falhas e defeitos. Nossa função é sugerir e apontar possíveis respostas e soluções”, disse o presidente da ordem, Thiago Bomfim.

Os dados foram divulgados na manhã de hoje (25) na sede da Ordem, no Centro de Maceió, com a finalidade de alertar à população dos índices, de criminalidade, que cresce a cada ano. “Atenção para a quantidade de mortes! Principalmente para a questão do armamento de fogo entre 2012 e 2013 2.694 jovens foram mortos assim, uma verdadeira carnificina. Constatamos caso de polícia ter que se segurar e não vestir a farda para não ser identificado na rua”, pontuou Nunes. “Medidas preventivas devem ser tomadas, principalmente a médio e longo prazo. Falo em escolas e emprego de qualidade”, ilustrou.

Daniel alerta para um aumento substancial no número de armas de fogo circulando no estado. “O acesso está facilitado e em crescimento. É essa a conclusão que chegamos”, disse o presidente da comissão. Apesar disso, os dados apontam também que houve queda no índice de violência em Alagoas, de 3,41%, e de 12,03% em todo o estado. “Isso significa dizer que menos 19 jovens morreram na capital”.

Carnaval

Fevereiro é o mês onde mais se registra homicídios em Alagoas. De acordo com os levantamentos, também colhidos da imprensa alagoana, incluindo o jornal Tribuna Independente, fevereiro é o mês onde ocorrem mais mortes. Em seguida, vem os meses de dezembro, março e janeiro.

Por Alain Lisboa / Tribuna Hoje

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