No mês de janeiro de 2024, a inflação, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve alta de 0,42%. O índice ficou acima da expectativa do mercado, de 0,375% segundo o Relatório Focus, e abaixo do IPCA de janeiro de 2023, de 0,53%. A alta nos preços de alimentos foi o principal fator de crescimento da inflação no mês. Todos os meses a Confederação Nacional de Municípios (CNM) acompanha a evolução do IPCA – que é o indicador oficial de inflação do governo federal – e divulga o Informativo CNM de Inflação.
A edição 01/2024 do Informativo CNM de Inflação também mostra o cenário no acumulado dos últimos 12 meses, que chegou a 4,51%. Com isso, o percentual ultrapassou, por margem mínima, o limite superior da meta de inflação para 2024, de 4,5%.
O IPCA avalia mensalmente uma cesta de 377 itens para famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários-mínimos. Dos 377 itens analisados no período de 30 de dezembro de 2023 a 29 de janeiro de 2024, em 246 (65%) houve inflação. Em janeiro de 2023, o item alcançou 63%.
Batata e arroz mais caros
Na análise dos itens que mais impactaram a inflação do mês, a maior variação ocorreu na batata inglesa (29,45% ou 0,07 p.p.), seguida pelo arroz (6,39% ou 0,05 p.p.) e por serviço bancário (2,70% ou 0,04 p.p.). Por outro lado, os itens que apresentaram deflação foram passagem aérea (-15,22% ou -0,15 p.p.), energia elétrica residencial (-0,64% ou -0,03 p.p.) e transporte por aplicativo (-10,19% ou -0,02 p.p.).
Embora o grupo de alimentos tenha sido o principal fator para a inflação do mês, no acumulado dos últimos 12 meses, a categoria é, ao contrário, o principal elemento de controle da inflação. O grupo recuou de 9,84% em fevereiro de 2023 para uma inflação de 1,82% em janeiro de 2024. A CNM aponta que essa redução é positiva para as famílias que investem a maior parte do orçamento com itens alimentícios. A entidade alerta que a preocupação é com a inflação de transportes, que voltou a acelerar, passando de uma deflação anualizada em fevereiro de 2023 de 0,73% para uma inflação de 5,86% em janeiro de 2024.