A várzea de Marituba do Peixe, conhecida como “Pantanal Alagoano”, recebeu cerca de 200 mil peixes jovens de espécies nativas da bacia do rio São Francisco, na sexta-feira, 1º de fevereiro, durante peixamento realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Os peixamentos na várzea são realizados anualmente pela Codevasf há 22 anos como ação de repovoamento ambiental do “Pantanal Alagoano”, uma área de proteção ambiental inserida entre os municípios de Penedo, Piaçabuçu e Feliz Deserto e considerada um berçário de espécies nativas do rio São Francisco.
Os peixes jovens inseridos na várzea são das espécies pacamã, xira, piau, dourado, piaba e matrinxã. Todos os animais foram produzidos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco), unidade da Codevasf localizada no município de Porto Real do Colégio (AL) e responsável, além da produção de alevinos, por realizar estudos e pesquisas científicas e tecnológicas para aplicação no Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
No mesmo dia, foram entregues a representantes da Colônia de Pescadores Z-12 aproximadamente seis mil alevinos das espécies tilápia e tambaqui para distribuição entre piscicultores familiares associados à colônia que desenvolvem atividades piscícolas nas lagoas da várzea de Marituba do Peixe.
O peixamento foi realizado no povoado Marituba de Baixo e contou com as presenças do superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Luiz Alberto Moreira, do secretário de Governo da Prefeitura Municipal de Penedo, Bili Marques, que representou o prefeito Marcius Beltrão, do vereador Derivan Thomaz, que representou a Câmara Municipal de Vereadores de Penedo, do presidente da Cooperativa de Colonização Agropecuária de Penedo (Coopenedo), Ronaldo Luiz dos Santos, de lideranças comunitárias, de pescadores artesanais, de técnicos da Codevasf e da população das comunidades de Marituba do Peixe.
Para o pescador artesanal Manoel dos Santos, representante da Colônia de Pescadores Z-12 no evento, os peixamentos realizados para repovoamento da Marituba do Peixe e de outras áreas ao longo do rio São Francisco são fundamentais para a manutenção da pesca artesanal na região. “Acredito que, se não fossem esses peixamentos que a Codevasf faz, não haveria mais pescadores. Só existe pescador, se tiver o peixe, não é assim? São por volta de 22 anos que a Codevasf realiza esse trabalho. E o colega pescador todo dia reconhece o resultado. Quando eles pegam peixe, lembram logo do peixamento”, afirmou.
O presidente da Associação dos Moradores do Povoado Marituba de Cima, o pescador Adailton Vieira, alertou à comunidade para a não utilização de malhas que coloquem em risco os resultados do peixamento. “Quero falar para os pescadores de nossa região que tenham consciência para não pescar com a malha 07, 08 e 09, pois eles irão retirar mais de 40% desses peixes colocados no peixamento de hoje. Esses peixes são a riqueza para nossa comunidade. Então, tem que pescar com consciência para que esses peixes beneficiem toda a comunidade.”
O secretário de Governo da Prefeitura de Penedo, Bili Marques, parabenizou a Codevasf pela execução periódica do repovoamento ambiental de Marituba do Peixe. “Venho acompanhando os peixamentos da companhia nesta área há alguns anos. A Prefeitura de Penedo agradece essa parceria que leva desenvolvimento a nossa região. Queremos fazê-la cada vez mais forte. A Codevasf tem atendido às demandas das comunidades, sejam de pescadores artesanais, sejam de piscicultores. Como historiador, tenho estudado o desenvolvimento de nossa região e pude verificar que se não fosse a presença da Codevasf, nossa região não atingiria o nível de desenvolvimento atual. Mas estamos num processo de desenvolvimento amplo que envolve os governos Federal, Estadual e municipais”, declarou.
O vereador Derivan Thomaz é natural da Marituba do Peixe e há anos acompanha os peixamentos realizados na área de proteção ambiental. “Ao longo desses anos, a Codevasf tem proporcionado à população da Marituba do Peixe uma situação de autossustentabilidade com as condições para que as famílias sobrevivam da pesca. Agradeço a Codevasf pelos sucessivos peixamentos. Temos ainda as obras de urbanização realizadas pela Codevasf. Tudo isso, traz qualidade de vida aos moradores”, afirmou.
Segundo o superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Luiz Alberto Moreira, as ações de peixamento têm dupla importância, uma ambiental e outra social. “O que se busca com a execução dos peixamentos é, em primeiro lugar, aumentar os estoques pesqueiros, ou seja, a quantidade e variabilidade de espécies, com foco no repovoamento das lagoas e rios da bacia do São Francisco. Essa é uma demanda ambiental. Por outro lado, os peixamentos têm uma importância fundamental para a geração de renda, em especial para os pescadores artesanais e suas famílias, atuando também como fator de segurança alimentar, já que a comunidade poderá retirar diretamente o alimento das lagoas da várzea”, explicou.
Os peixamentos são ações realizadas pela Codevasf ao longo do rio São Francisco, em seus afluentes, lagoas marginais e açudes púbicos e comunitários. Essas iniciativas integram as ações do Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco, executado pela Codevasf, e pretendem atuar no repovoamento da bacia com espécies nativas, na geração de renda e segurança alimentar e na educação ambiental das comunidades envolvidas.
Por Ascom Codevasf