Cícero Almeida chama Rui e equipe de mentirosos

01 fev 2013 - 10:10


Foto: Divulgação

O agora ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PSD) concedeu entrevista na manhã desta sexta-feira (1), onde rebateu todas as denúncias feitas pelo atual prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), em entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira (31). De acordo com Cícero, os dados apresentados por Rui são mentirosos, e em apenas 20 dias não seria possível levantar todos os dados dos oito anos do governo anterior.

Cícero Almeida começou sua defesa rebatendo as críticas feitas por Rui aos investimentos feitos no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Maceió (Iprev). Segundo ele, a situação do instituto era precária quando assumiu o Executivo. “Pegamos o Iprev com R$ 24 milhões em caixa, e fechei o governo deixando R$ 138 milhões em recursos, para investimentos mais pesados, como a construção da nova sede. Atualmente, o instituto funciona num prédio alugado. Isso é uma vergonha”.

O ex-prefeito, porém, faz uma observação importante, a respeito de alguns problemas que teve com o antigo diretor do instituto. “Um cara que coloquei no Iprev por indicação me trouxe muitos problemas. Ele me enganou, falsificou minha assinatura, foi covarde. Ele também me disse que tinha contatos e prestígio dentro do governo federal. Isso também era mentira”. Almeida continua dizendo que após isso, nomeou alguém de confiança para não ter problemas semelhantes, o que derrubaria essa parte da denúncia feita por Rui. “Coloquei alguém chamado Leandro [Fontes], que fez um excelente trabalho à frente do Iprev. Tanto que ele está sendo convidado a prestar assessoria nas prefeituras do interior”.

Folha de pagamento pirata

Durante a coletiva, Rui Palmeira afirmou que a prefeitura confeccionava sua folha de pagamentos se utilizando de um software pirata, o que colocava em xeque a idoneidade dos pagamentos feitos pela prefeitura. Cícero Almeida também se defendeu dessas denúncias, dizendo que a “folha pirata” não existe. “Quando entramos na prefeitura, a folha de pagamentos era confeccionada em Recife. Nós não sabíamos como ela era feita. O Sergio [Vilela, secretário de administração] fez um recadastramento, que o Rui não precisa fazer”. Ele continua explicando que a administração identificou todos os funcionários que estavam fora de prefeitura, e seus nomes foram colocadas à disposição dos órgãos responsáveis. “Temos uma folha detalhada. Tem falhas? Tem, mas aquelas que identificamos, resolvemos”, conclui.

Dívidas consolidadas e oscips

Sobre as dívidas de que falou Rui Palmeira, que, somadas, chegavam a mais de R$ 500 milhões de reais, o que o atual prefeito chamou de “dívida consolidada”, Cícero foi categórico. “Não existem essas dívidas. Essa palavra nem mesmo existe. As dívidas que existem, essas sim, vieram de convênios com o governo estadual que não foram honrados. Não posso assumir a culpa do Estado. Espero que Téo e Rui resolvam tudo isso”. O ex-prefeito também ressaltou que havia algumas dívidas pequenas, comuns em época de transição, que estavam previstas e havia dinheiro em caixa para que fossem quitadas.

Além disso, Almeida se defendeu dizendo que ao fim de seu governo, 20% do orçamento era destinado à saúde. “O que o secretário de Saúde de Rui [João Marcelo] disse é inverídico. Nós repassávamos o dinheiro para as oscips. Se elas não pagavam os salários, aí o problema é com eles, e não comigo”.

Sem guardar rancor

Ainda na coletiva de ontem, Rui afirmou diversas vezes que a prefeitura de Maceió estava um completo caos, ou em suas palavras, “tudo estava uma bagunça”. No momento em que comentou essas afirmações, Almeida subiu o tom de voz. “A bagunça de que falou o Rui não era geral. A prefeitura teve um prefeito atuante, que acompanhou tudo passo a passo. Lidar com uma equipe tão grande como era a minha não é fácil”. Ele ainda faz um desafio. “Eu quero que se convoque o Ministério Público Estadual (MPE) ou a Polícia Federal (PF), ou seja quem for, qualquer secretário meu, que tenha se envolvido em qualquer falcatrua ou não, que investigue se eu pedi para que alguém fizesse alguma coisa errada, ou alguma licitação fraudulenta. Quero ver alguém provar algo do tipo”.

Cícero concluiu dizendo que, apesar de todas as denúncias, inverídicas segundo ele, não guarda rancor de Rui e de sua equipe. “Não estou chateado, não tenho rancor. Estou com a mente tranquila. Se o MPE e o Rui encontrarem qualquer coisa errada em minhas secretarias, que prenda o secretário. Cadeia neles! Isso é o certo. Apostei na honestidade de todos eles. Não posso ser punido por conta de quem quer que seja. Quem traiu minha confiança, que seja punido!”. Almeida também ressalta que sua equipe mudou bastante do começo para o fim de sua gestão, e que só manteve com ele aqueles em quem confiava.

Por Correio de Alagoas

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