O Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte), equipamento do Governo de Alagoas vinculado à Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), se tornou um pilar na promoção da dança em Alagoas, se destacando como um dos principais fomentadores desse segmento artístico no estado.
Celebrando recentemente o Dia Internacional da Dança, o Cenarte reforça sua missão de mais de 40 anos em disseminar a arte da dança em todas as suas formas. Entre os diversos cursos oferecidos, o de balé tem se destacado, conquistando o interesse e o gosto dos alagoanos em meio a uma cultura tão diversificada.
A trajetória de Rosa Souza, professora de balé do Cenarte, ilustra o impacto transformador dessa arte. Vinda de uma família pobre, ela encontrou na dança não apenas uma profissão, mas uma paixão que moldou sua vida. Seu compromisso vai além do ensino técnico; ela busca perpetuar uma história iniciada no Cenarte, garantindo que a arte continue a impactar positivamente as vidas daqueles que a vivenciam.
“Eu me enxergo muito neles, vejo minha trajetória. A dança mudou minha vida. Vejo aqui pessoas que, independente de qualquer coisa, amenizam suas realidades através da dança. Isso é gratificante. Meu trabalho é para que tenha uma continuidade e que essa história, iniciada aqui no Cenarte, nunca acabe”, disse a professora.
Morgana Gomes, mãe de duas meninas, testemunha como a dança, especialmente o balé, transcende os limites do físico e do emocional, fortalecendo os laços familiares e elevando a autoestima. Para ela, participar das aulas ao lado de suas filhas não só mudou suas vidas, mas também fortaleceu os vínculos familiares de uma maneira única.
“Isso aqui mudou meu físico, meu emocional e, sem dúvidas, minha autoestima. E mais, participar das aulas e aprender junto das minhas filhas mudou nossa relação. Hoje em dia temos diálogos e uma conexão quem sem o balé nas nossas vidas, isso não teria acontecido”, afirmou a Morgana.
Os relatos dos alunos, como o de Ágatha Lorrane, destacam os desafios e as recompensas da prática do balé. Além dos benefícios físicos, a dança se revela como uma fonte de felicidade e saúde mental. “Dançar e fazer balé não é só aquela coisa linda e graciosa que pensamos, não. Tem muita dor, muita garra e muito empenho, só que isso faz bem para a gente, sabe? Agora, me sinto mais saudável, mais feliz, tanto quanto meus colegas. Quando a gente perde alguma aula, a gente saudade, porque faz muito bem para o físico e para saúde mental”, relatou Ágata.
As turmas estão constantemente lotadas. Nos corredores do Complexo Cultura Teatro Deodoro, onde acontece temporariamente as aulas de balé do Cenarte, a determinação dos alunos em explorar e aprimorar seus passos é visível, evidenciando como a arte da dança ressoa profundamente em suas vidas. Para muitos, o balé desperta um lado artístico há muito adormecido, enquanto outros descobrem talentos que nem sabiam possuir.
Elberty Leocadio, ator e dançarino, encontrou no balé uma nova forma de expressão e autodescoberta. Os momentos de dança se tornaram terapêuticos, lhe proporcionando uma pausa bem-vinda dos desafios do dia a dia e enriquecendo sua jornada pessoal e profissional.
“Eu nunca tive contato com o balé até surgir essa chance [no Cenarte]. Esses momentos de dança vem sendo meus momentos terapêuticos, eu sinto o ritmo da música e esqueço meus problemas lá fora. Não duvido que os momentos que venho vivendo aqui irão acrescentar muito na minha carreira e na minha vida, em geral”, disse o ator.
O Cenarte, desde sua fundação, em 1982, tem sido um farol da cultura e da arte em Alagoas. “O Cenarte é uma verdadeira porta de entrada para o universo cultural. Através de sua variedade de cursos, tem desempenhado um papel fundamental na vida de muitas pessoas, proporcionando oportunidades de desenvolvimento pessoal e artístico”, afirmou a secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas.