O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira, os dados de cor ou raça para o Censo 2022. Os resultados estão acessíveis a toda população e trazem números que vão desde o nível Brasil até o recorte por municípios.
A identificação por cor ou raça é feita a partir da autodeclaração do informante durante a entrevista com o recenseador e compreende cinco categorias (branca, preta, amarela, parda e indígena).
População brasileira é de maioria parda; brancos são segundo maior grupo
No Brasil, cerca de 45% das pessoas se declarou parda, o que torna este o grupo étnico-racial predominante no país. O percentual de pardos atingiu o maior valor desde o início da série histórica, em 1991, quando o IBGE passou a utilizar as cinco categorias atuais para o critério de cor ou raça.
Em relação ao restante da população, cerca de 43,5% dos brasileiros se declaram brancos, seguidos por pretos (10,2%), indígenas (0,8%) e amarelos (0,4%).
Na comparação com o Censo 2010, houve queda nas populações branca (-3,1%) e amarela (-59,2%). Pretos (+42,3%), pardos (+11,9%) e indígenas (+89%) apresentaram variação positiva.
O percentual de pessoas que se declaram pretas também atingiu o maior valor da série histórica, passando de 5% em 1991 para 10,2% em 2022.
A população brasileira total cresceu 6,5% entre os censos 2010 e 2022.
Mais de 60% da população alagoana é composta por pardos; brancos são 29,3%
Acima da média nacional e regional, Alagoas tem mais da metade (60,4%) da sua população identificada como parda. Em todo o estado, há quase 1,9 milhão de pardos – ou, em números absolutos, 1.887.865 pessoas. A média nordestina é de 59,3%.
Ao contrário da tendência nacional, não houve variação expressiva desse grupo em relação ao Censo 2010, e o crescimento da população pardafoi de 0,5% em 2022. A população alagoana total variou +0,2% entre 2022 e 2010.
Brancos são o segundo maior grupo (29,3%) do estado e somam 915.400 pessoas. Em seguida, pretos (9,6%), indígenas (0,8%) e amarelos (0,2%) compõem as demais categorias étnico-raciais de AL.
Pardos são maioria em quase todos os municípios de AL
Dos 102 municípios alagoanos, apenas Pariconha, marcado pelo maior e mais expressivo pertencimento étnico indígena do estado, não tem predominância da população parda. Nos demais, o percentual de pardos vai de 54,37% (Maceió) até 78,18% (Água Branca).
Parda é a cor ou raça predominante em 95,9% dos municípios nordestinos, região com o segundo maior percentual desse grupo no país, atrás do Norte (67,2%).
O município com maior porcentagem de pessoas autodeclaradas brancas em AL é Chã Preta (36,7%), que é seguido por Ibateguara (35%) e São Sebastião (35%). A capital Maceió está na 7ª posição do ranking, com cerca de 34% de população branca.
A maior proporção de pessoas pretas está em Palestina, onde estes representam 20,42% da população total e são o segundo maior grupo étnico-racial do município. Palestina, conforme já divulgado por outros dados do Censo 2022, também possui a maior proporção de pessoas que se consideram quilombolas no estado – quase 34% da população total.
O maior percentual de amarelos (asiáticos) está em Jacuípe (0,9%) e a maior proporção de pessoas que se declaram de cor ou raça indígena está em Pariconha (45,4%).
População preta é a mais envelhecida do estado
Houve aumento do índice de envelhecimento de todas as categorias (branca, preta, amarela, parda, indígena) em comparação com o Censo 2010.
O índice de envelhecimento é calculado comparando o número de pessoas com 60 anos ou mais (idosos) para cada 100 pessoas com até 14 anos (jovens). Quanto maior o índice, mais envelhecida é a população.
Em Alagoas, a população preta tem o maior índice de envelhecimento em todo o estado, que é de 109,0. Isso significa que há 109 pessoas pretas idosas para cada 100 jovens.
Brancos, com 58 idosos a cada 100 jovens, são a segunda população mais envelhecida. Em seguida, surgem as populações parda (52,45) e amarela (50,14).
A população mais jovem do estado é a indígena, que tem índice de envelhecimento de 42,53 – cerca de 42 idosos a cada 100 jovens.
O aumento do índice de envelhecimento entre as categorias de cor ou raça segue a tendência de envelhecimento da população geral, em todo o país. A peculiaridade de Alagoas é que a população preta é a mais atingida pelo envelhecimento no estado, ao contrário da tendência nacional, que aponta a população amarela. Contudo, o estado segue os números do país nos demais recortes, ao também ter a população indígena como grupo mais jovem.
Com população mais velha, pretos têm maior idade mediana em AL
A idade mediana – ou seja, a idade que separa a metade mais velha da metade mais jovem da população – também aumentou. Para o total dos brasileiros, o número passou de 29 anos em 2010, para 35 anos em 2022, denotando o envelhecimento da população.
Em Alagoas, a população preta tem idade mediana de 36 anos, superior à média geral do estado, que é de 32 anos. Os demais grupos étnico-raciais possuem idade mediana inferior: brancos (31), pardos (31), amarelos (30) e indígenas (28).
Amarelos são o grupo com menor proporção de homens
A população amarela de Alagoas é o grupo étnico-racial com menor presença masculina. Seguindo a tendência nacional, essa categoria tem a menor razão de sexo do estado: 67,02.
O cálculo da razão de sexo é semelhante ao do índice de envelhecimento. A razão calcula a quantidade de homens a cada 100 mulheres. Quando os números são inferiores a 100, significa que há prevalência de pessoas do sexo feminino; quando maiores, há mais pessoas do sexo masculino.
Para a população amarela, portanto, há 67 homens para cada 100 mulheres em Alagoas. Quase todos os demais grupos têm menor proporção de pessoas do sexo masculino – brancos (88,18); pardos (91,04); e indígenas (98,08).
A exceção fica com a população preta: para cada 100 mulheres, há aproximadamente 110 homens. Esse retrato se repete na média nacional.
Sobre a divulgação de cor ou raça
Os dados sobre cor ou raça estão disponíveis publicamente para toda a população, em diversos formatos.
Tais informações podem ser obtidas pelo site Censo 2022 (http://https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/), que traz a visualização interativa dos dados; pelo SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática (http://sidra.ibge.gov.br), através de tabelas; ou pelo PGI – Plataforma Geográfica Interativa (https://censo2022.ibge.gov.br/apps/pgi), que permite o acesso a cartogramas.