Um retrato das comemorações dos 200 anos de Alagoas, em 2017, será conservado pelos próximos 100 anos e levará às futuras gerações o registro do contexto social, político e cultural do nosso Estado em seu Bicentenário. A Cápsula do Tempo está sendo confeccionada pelo artesão João Carlos da Silva, conhecido como João das Alagoas, e terá 1,30m de altura, toda em cerâmica artesanal.
No último dia 16, o governador Renan Filho esteve em Capela para participar da inauguração do ateliê do João das Alagoas e verificou o andamento da peça. “No Bicentenário, fizemos comemorações o ano inteiro e um resumo de tudo o que a gente juntou em 2017 vai dentro da arca do João. O mundo está mudando muito rapidamente e nós queremos deixar um registro para ser aberto no tricentenário, daqui a 100 anos”, explicou Renan Filho.
João das Alagoas falou da emoção de ter sido escolhido para produzir a peça. De acordo com ele, a Cápsula do Bicentenário, que já tomou forma, deve ficar pronta dentro de dois meses. A Cápsula do Bicentenário tem a forma de um bumba meu boi, uma das manifestações folclóricas mais populares de Alagoas. Aliás, a cultura popular foi a grande inspiração para a confecção da peça.
“Essa peça é toda trabalhada no barro. Ela vai secar e receber uma temperatura entre 900 e mil graus para ficar mais segura. Ela foi inspirada em nossa riqueza cultural, nas nossas brincadeiras infantis de quebra-pote, de saltar corda, enfim, em nosso folclore e na vida cotidiana do interior nordestino. Faço homenagens também os mestres artesãos do Estado, a exemplo de Dona Irinéia e do Nelson da Rabeca; e da música, como Djavan”, explicou o artesão.
Segundo o secretário de Estado da Comunicação, Enio Lins, quando concluída, a peça ficará exposta no saguão de entrada do Palácio Floriano Peixoto, devidamente protegida por uma estrutura de vidro e aço. Uma solenidade para afixação da Cápsula do Bicentenário será realizada em breve, em data ainda a ser anunciada.
“A Cápsula do Tempo do Bicentenário é uma proposta do governador Renan Filho e se destina a conservar a memória das comemorações pelos 200 anos de emancipação política de Alagoas. O objetivo é que seja aberta somente depois de 100 anos, transportando até 2117 a memória de 2017. Ela conterá um conjunto de informações sobre o Estado em 2017, desde o relato realizado para marcar os dois primeiros séculos de autonomia até a data da comemoração. Terá em seu interior livros, CDs, objetos… Em resumo, uma seleção de testemunhos endereçados aos viventes de Alagoas daqui a um século”, detalhou o secretário.
Por Severino Carvalho e Petrônio Viana / Agência Alagoas