Botão do pânico diminui violência contra a mulher

22 set 2014 - 05:00


Caixinha preta é a mais nova arma no combate à violência contra a mulher. Iniciativa ganhou o prêmio Innovare em 2013 e está ajudando a Justiça.

Foto: Reprodução / TV Gazeta

Foto: Reprodução / TV Gazeta

Para as mulheres ameaçadas pelos companheiros ou por filhos agressivos, muitas vezes o socorro não chega a tempo de evitar o pior. Mas agora, elas têm um aliado, um aparelho que está trazendo mais segurança: o botão do pânico.

O Fantástico foi ao estado brasileiro que lançou esse projeto, e que está conseguindo diminuir os números da violência. A reportagem é de Marcello Canellas, Monica Marques e José de Arimatéa.

Uma sirene dispara na sala de operações da Guarda Municipal de Vitória. A dez quilômetros dali, um microfone capta a respiração ofegante de uma dona de casa. Ela está fugindo do marido que a agrediu.

Uma caixinha preta que se traz junto ao corpo ou dentro da bolsa é a mais nova arma da Justiça do Espírito Santo no combate à violência contra a mulher.

“A partir do momento em que o botão do pânico é acionado, todo o áudio do ambiente começa a ser gravado. Isso se constitui na melhor prova judicial possível”, explica o desembargador Pedro Feu Rosa.

Outro flagrante. Ao mesmo tempo em que grava, o botão do pânico avisa a Guarda Municipal, que desloca imediatamente uma equipe. A descrição do agressor e a localização da vítima aparecem na tela da sala de controle.

Enquanto a equipe se apressa, as câmeras de monitoramento de trânsito da prefeitura rastreiam a mulher. Em sete minutos, a Guarda Municipal já está com a vítima. O marido está preso por já tê-la espancado antes, mas um amigo dele a ameaçou agora.

Ela ganhou o botão do pânico da Justiça depois que teve o rosto desfigurado pelo marido. “O cirurgião teve que reconstituir a maçã do rosto, porque teve três fraturas”, conta a mulher.

As pancadas trituraram o osso da face, mas o caso dela está longe de ser exceção.

“Nós já vimos casos piores. Até escalpelamento”, conta o cirurgião Renato Rocha Monteiro.

Dados oficiais do governo mostram que, a cada mês, 472 mulheres são assassinadas no Brasil, o que dá um assassinato a cada hora e meia. O Espírito Santo é o estado mais violento: 11,24 mortes em cada grupo de 100 mil mulheres.

Por G1

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