“Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata. Rouba, mas faz”
Acima vimos célebres, mas triste expressão arrotadas pelo deputado paulista Paulo Maluf (PP), acusado entre tantas maldades contra a humanidade, de desviar recursos públicos no período em que foi prefeito da capital paulista, de 1993 a 1996.
Por esse processo, Maluf teve seus direitos políticos suspensos por cinco anos, além de ter que devolver ao município mais de R$ 42 milhões, ele e outros comparsas; importância poderá sofrer atualização monetária.
No entanto, para quem pensa que amanhã Maluf estará devolvendo o dinheiro comprovadamente extirpado dos cofres públicos, o qual já faz 17 anos, se engana, pois os seus advogados terão, ainda, o direito a recorrer da decisão em duas instâncias: no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), vamos ter que aguardar mais alguns dias para ver se o pobre e sorridente velhinho irá devolver o dinheiro que tomou como “empréstimo”.
Os advogados de Maluf divulgaram nota na qual afirmam que ele não será punido pela Lei da Ficha Limpa, isso, talvez baseado em mais de suas famosas frase: “A minha ficha é a mais limpa do Brasil”.
Entre tantas figuras que se meteram em processos de corrupção por esse Brasil afora, Paulo Maluf pode ser considerado o protótipo, o símbolo maior do bom exemplo dos devassos.
Maluf é exemplo de corrupto tanto na prática, com tantas comprovações de desvios de recursos públicos, como na teoria, com suas descaradas frases de efeito, para deleite de seus fiéis seguidores.
Suas citações ajudaram muitos depravados enrustidos a saírem do armário e divulgar sorridentes, por todos os cantos o “rouba, mas faz”.
Então para entender a extensão do termo corrupção, que muitas vezes pesamos apenas em desvio de recursos públicos, acabamos esquecendo da sutileza por muitos empregada, usando para isso a mídia. Nisso Paulo Maluf foi professor.
Em 1989, por exemplo, ele citou: “Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata”. Membros dos direitos humanos e principalmente as feministas bradaram o quanto puderam em protesto a aberração de Maluf, mas a frase foi espalhada e divulgada por seus seguidores, que já corrompidos não se fizeram de rogados e “simplesmente” aumentaram as estatísticas de estupro no Brasil.
23 anos após este sinistro pronunciamento, a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, registrados, em 2012, 50.617 casos de estupro no país, número superior ao de homicídios dolosos (47.136). Isso significa que, a cada dia, 138 vítimas vão à polícia relatar um estupro. Por hora, seis pessoas buscam o Estado para procurar justiça.
O Anuário traz apenas dados registrados, de gente que falou a respeito do crime. Há incontáveis casos que ficarão para sempre escondidos, por medo, vergonha, culpa, e pela certeza de que o poder público, por meio de suas instituições, ainda não está preparado para lidar multidisciplinarmente com as vítimas de violência sexual. Uma prova disso? Depois de mais de 150 veículos de informação terem repercutido os dados do Anuário, nem a Secretaria de Direitos Humanos, nem a Secretaria de Políticas para as Mulheres, ambas da Presidência da República, se posicionaram a respeito das descobertas da nova pesquisa.
A quantidade assombrosa de estupros não surpreende feministas. Quem lida com isso no dia a dia sabe perfeitamente acerca da subnotificação dos crimes de caráter sexual. Muitas vítimas se culpam pelo que lhes aconteceu, enquanto outras muitas sequer sabem que o crime ocorreu; é o caso do estupro marital, quando a esposa transa com o parceiro, mesmo sem vontade, por acreditar que …
Leia o textto completo no Blog do Sérgio Campos
04 nov
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