Zero Não Vamos Aceitar

Santanense fez um cordel em forma de apelo ao gestor do seu município (Foto: Ilustração)

Senhor Prefeito, eu peço um tempinho da sua atenção, pois quero lhe falar. Todas as profissões são honradas, bonitas e devemos respeitar.

Você pode ser pedreiro, médico, comerciário ou militar.

Mas todos tivemos que passar por uma escola, onde um professor ou professora dedicou sua vida para aos outros ensinar.

Quando muitos políticos estão em campanha prometem ao mundo ajudar. Mas quando ganham a eleição, parece que tem Alzheimer, esquecem de tudo e não querem mais ninguém escutar.

Hoje existe uma luta de uma classe, que merece nós todos respeitar. Não vamos pensar duas vezes, nem vamos titubear. Basta dizer: esta causa eu vou apoiar.

O que os professores reivindicam é justo, e o senhor não pode hesitar. O senhor deve dizer com respeito, que a classe merece: essa luta eu hei de abraçar.

Eu tenho que concordar com todos que se dedicaram a esta causa, foram pra rua e decidiram na vitória acreditar.

Que Deus abençoe esses trabalhadores, e que ninguém possa se acovardar. Pois é justo que todos gritem, sem medo de errar: “zero não vamos aceitar”.

E de repente, o tempo passa

Dona Floraci, mãe do ex-prefeito Marcos Davi, faleceu neste sábado (Foto: Arquivo Familiar)

Não faz muito tempo que a antiga Praça da Assunção viveu momentos áureos e inesquecíveis, quando nossas famílias se confraternizavam de forma espontânea e na rotina do dia a dia.

Da esquerda para a direita de quem olha para a praça, moravam os casais Seu Dota e Dona Maria, Dr Aderval e Dona Déa, Dona Glorinha e Seu José Francisco (mais conhecido por Véio Zé), Seu João Soares e Dona Dineusa, Seu Jonas e Dona Floraci, Seu Teixeira e Dona Maria Laranjeira (mais conhecida por Maria Ourives) e Dona Beatriz, já na esquina da Rua Rotary, proprietária do Santanense Hotel, um dos mais procurados da cidade,

Além do bom relacionamento entre as famílias, havia uma interação dos filhos, com diversão e criatividades constante.

Durante décadas esta localidade foi palco de grandes encontros festivos, a exemplo da Festa da Juventude e Festa do Feijão. Também era ali que se dava os embates políticos das campanhas eleitorais, os grandes comícios. Todos nos lembramos da programação da Semana da Pátria, com apresentações culturais, corrida do fogo simbólico e os tradicionais desfiles de 7 de Setembro. Tudo começava na Praça da Assunção, ou da Bandeira, também conhecida simplesmente como Praça do Monumento.

Praça da Assunção, em homenagem a padroeira do bairro. Monumento, onde foi erguida uma capela para saudar a chegada do século XX, posteriormente passou a se chamar Praça da Bandeira, devido aos hasteamentos das bandeiras,.ocorridos durante a Semana da Pátria. Em seguida, já no início dos anos 1980, a localidade recebeu o nome de Praça Padre Fernando Medeiros, natural da vizinha cidade de Poço das Trincheiras.  Hoje a praça se denomina Dr Adelson Isaac de Miranda. No entanto, pouco a pouco, esta tradicional localidade se distanciou dos grandes momentos vividos por essas famílias ali residentes.

O tempo, como costumamos afirmar, é senhor de tudo.

E foi exatamente este tempo que cuidou de “afastar” os primeiros moradores da Praça.

Com o passar do tempo, naturalmente os moradores foram se despedindo da convivência terrestre.

Deus Nosso Pai cuidou de levar de volta à Sua Morada cada um dos pioneiros moradores.

Partiu Seu João Soares , que em seguida recebeu Dona Beatriz, que recepcionou Dona Maria, que não demorou para ter Seu Dota ao seu lado. O Véio Zé se foi deixando saudade, mas teve tempo de se preparar para recepcionar a sua vizinha Dona Maria Ourives, que teve a satisfação de ser recebida pelo seu companheiro. Aos poucos um ciclo de grandes amizades foi se fechando no plano terrestre, para dar início ao trabalho na Casa do Pai. Aderval Tenório foi o último chefe de família da localidade a partir e, no início de abril passado, recebeu sua companheira a professora Déa Vanderlei Tenório.

Neste dia 8 de junho de 2019, o Criador decidiu chamar de volta Dona Floraci Cavalcante, fiel companheira, durantes anos, do abnegado Jonas Augusto Santos, que se foi primeiro, a fim de preparar para ela o lugar que Deus reserva para os bons e justos..

A dor da saudade de todos eles e elas vai estar em cada um dos seus parentes e amigos.

Uma geração vai se extinguindo, porém os frutos por ela deixados são da melhor qualidade, devido a forma de educação conduzida por essas pessoas de rara habilidade humana.

No entanto, seus legados são seus exemplos, que serviram, servem e servirão sempre às gerações que a eles se seguem.

Esta é a minha singela homenagem a todos esses com quem convivemos durante saudosos e saudáveis anos, hoje especialmente dedicada à nossa vizinha e comadre dos meus pais, Dona Floraci. Com a certeza de que Deus já acolheu em Seus braços e a colocou em um lugar merecido.

12 Maio

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Um poema às mães

Sérgio Campos e sua mãe (Foto: Arquivo pessoal)

Mãe, minha e sua, sempre guerreira

Como eu poderia crescer espiritualmente se não fosse a oportunidade dada pela minha mãe?

Ser inconfundível, incomparável, que se propôs a cuidar de seres indomáveis.

Incompreendida, injustiçada, de coração expansivo, a meta é ajudar por toda a vida.

Qualificada pelo Criador, se doou de corpo e alma, sem pensar em clamor, amparada no amor.

Missão delicada, para uma criatura aplicada, que nunca se cansa de lutar e superar as maiores enrascadas.

O seu presente está garantido, no infinito da bondade de sua breve passagem por uma das moradas do Pai, que se sente aprazido.

Minha Mãe

Determinada a cuidar de todos nós. 
Cumpristes teu papel de mãe abençoada.
Tribulações não faltaram em tua jornada.
E mesmo assim passastes por todas as provas.
Dignidade é sua marca registrada. 
Que Deus te guie um dia pra Sua morada.

Todas as pedras que pairaram em seu caminho,
Foram usadas para sua evolução. 
Filha, irmã, esposa, amiga devotada. 
Eis um exemplo em sua comunidade. 
Deus saberá compensar sua jornada.
Pois sois pra nós uma mãe abençoada.

Guerreira, linda guerreira,
A flor mais bela desse meu lindo jardim. 
Guerreira, linda guerreira,
Inspiração divina flor do meu jardim.

Não me deixe se afogar

Foto: Remi Bastos / Reprodução / Facebook

Neste domingo, 21 de abril, a cidade de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, comemora o Dia do Rio Ipanema.

Esta música eu fiz em homenagem e defesa aquele que deu nome a nossa cidade, além de tantos outros benefícios. Seu nome é Não Me Deixe se Afogar. Segue abaixo a letra:

Vai rio Ipanema, descendo mansinho e pede socorro ao povo de lá. 

Tanto que tu deste, água, peixe e banho e muitos só pensam em te derrotar. 

Vai rio Ipanema, pois lá ainda tem gente que quer te salvar.

Refrão

Pede por socorro, que Deus glorioso há de te escutar.
Pede por socorro que Deus com seu povo há de salvar.

Vai rio Ipanema, segue o teu rumo ao rio São Francisco e depois ao mar.

Que volte um dia a velha bonança e a esperança de te ver passar.

Vai rio Ipanema, tua linda história há de te salvar.

Refrão

Pede por socorro, que Deus glorioso há de te escutar.
Pede por socorro que Deus com seu povo há de te salvar.

Tu deste teu nome para que um povo tivesse orgulho e te ouvir chamar.

E foi na Ribeira que um padre Santo ensinou seu povo a se batizar.

Vai rio Ipanema, grita pra teu povo que quer se salvar.

Refrão

Pede por socorro, que Deus glorioso há de te escutar.
Pede por socorro que Deus com seu povo há de te salvar.

O Melhor Natal do Sertão

Mandacaru em clima de Natal (Foto: Reprodução / Blog Gospel / 180 Graus.com)

Hoje é Natal no Sertão, pode ser diferente as etiquetas, mas não a animação.

Vou misturar o gorro do Papai Noel com o chapéu de couro do vaqueiro, que tem a simplicidade original do filho do carpinteiro.

O panetone eu misturo com bolacha sete capas, ou até com bolachão, que já matou muita fome do povo bravo do sertão.

Eu até  gosto de peru empanado, mas fica muito mais gostoso misturado com bode, guizado ou assado.

O vinho eu tomo uma taça, mas não abandono a cachaça. Salpicão vai com cuscuz, batata doce e sarapatel, no final estarei cantando bem feliz o “Jingle Bell”.

A Pajero Full eu deixo na garagem. Eu eu vou é de jumento, fica bem mais barato na hora do alimento.

Os enfeites de Natal no tradicional pinheiro, fica coisa de primeira, mas hoje eu preferi enfeitar o mulungu e a catingueira.

No pen drive não faltou Happy Christmas. Daí eu imaginei Jonh Lennon num dueto com Gonzagão, cantando Asa Branca e fazendo o melhor Natal do Sertão.

Luiz Gonzaga em Santana do Ipanema

Foto: Divulgação

Nascido em Exu, Sertão de Pernambuco, filho de Januário e Santana, Luiz Gonzaga, que se consagrou “O Rei do Baião”, saiu de casa aos 17 anos, em 1929, depois de levar uma pisa dos seus pais, após criar um contratempo com um fazendeiro da região, por causa de um namoro com sua filha.

Para mim, Luiz foi o artista que melhor retratou o Nordeste, entre interpretações e composições em parceria com grandes compositores, a exemplo de Humberto Teixeira, que compôs o maior ícone da música nordestina, Asa Branca, além de Assum Preto e Juazeiro.

Outra parceria do Mestre Lua foi com Zé Dantas, onde podemos citar Riacho do Navio, Acauã, A Volta da Asa Branca. E ainda tem João Silva, um dos maiores parceiro de Gonzagão na produção de mais de cem músicas, entre elas sucessos como: Danado de bom, Nem se despediu de mim e Pagode Russo.

Em 2 de agosto de 1989, depois de lutar por seis anos contra um câncer de próstata, Luiz Gonzaga do Nascimento, faleceu em Recife/PE, vítima de uma parada cardíaca. 

Dois momentos em Santana

Em minha memória eu guardei dois momentos em que Luiz Gonzaga passou por Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas; sendo um descontraído e feliz e outro nem tanto. O primeiro eu devia ter uns 10 anos de idade e aconteceu quando o Circo Jota Limeira armou sua lona por aqui, local onde hoje existe o Mercado de Cereais. Esta lembrança está viva na minha memória porque os circos, nesta época, armavam por trás da casa dos meus pais.

Me lembro que foi feito o anúncio da apresentação do sanfoneiro já consagrado no Brasil. No entanto, o show acabou não acontecendo, devido a falta de público. Creio que o que dificultou a realização desta apresentação foi a realização do espetáculo do Circo Garcia no mesmo local, circo este bem mais famoso que o outro, além de trazer à cidade, pela primeira vez, muitos animais, entre eles três elefantes.

A segunda vinda de Gonzaga a Santana, que eu me recordo, aconteceu no ano de 1974. Este sim foi um show prestigiado pelo público e bastante animado. O meu pai, João Soares Campos, era comerciante e tinha uma mercearia na Praça da Bandeira, hoje Praça Dr. Adelson Isaac de Miranda. Era comum eu e meu irmão Fábio ir buscar pão na Padaria Royal, Centro da cidade. Neste dia, um sábado, eu fui o escalado para esta tarefa.

No momento em que ia saindo da padaria ouvi um som de forró, vindo da feira. Perguntei a alguém quem tocava. Quando me contaram quem era, não pensei duas vezes, nem na possibilidade de levar uma surra, fui ver o show na praça. Luiz Gonzaga tocava e cantava em cima de um caminhão, em frente à loja A Imperial. Ali parei e fui escutar o meu grande ídolo da música. Na minha casa era comum eu ouvir os LPs de forró.

Um episódio que me chamou a atenção e contei aos amigos como uma forma engraçada foi a brincadeira que ele tirou com um fã que o assistia e insistia em pedir uma música que era muito tocada na época “Apologia ao Jumento” – O Jumento é Nosso Irmão – ( Luiz Gonzaga e José Clementino). Todos ali sabiam que o Velho Lua iria cantar aquela música: primeiro porque era um dos seus grandes sucessos, e segundo porque a cidade que ele visitava naquele momento tinha sido a primeira no Brasil a homenagear o jumento através de uma estátua em uma das suas entradas. 

Outro dia eu assisti um vídeo em que Dominguinhos dizia que Luiz Gonzaga não se agradava muito quando alguém na plateia insistia que ele cantasse tal música, devido talvez ao repertório já previamente organizado. 

Pois bem, eu acabei presenciando uma dessas cenas. Só que Seu Luiz tirou de letra a insistência do matuto, que gritava lá de trás “Seu Luiz cante a música do Jumento”…

Depois de ouvir por várias vezes, o irreverente Gonzagão soltou esta para plateia, que caiu em gargalhada: “Olha só pessoal, aquele rapaz ali quer a do jumento”. Se o show já estava animado, ficou ainda melhor com o bom humor do Gonzaga. E assim foram as duas vezes em que Luiz Gonzaga visitou Santana do Ipanema. 

Além das visitas 

A história de Luiz Gonzaga com Santana do Ipanema não fica apenas nestas duas visitas. Em 1979 ele lançou um PL intitulado “Eu e meu pai”, homenageando assim o seu pai que faleceu no ano anterior. Este LP trás em sua 5ª faixa do lado 1 a música “Acordo Às Quatro”, do compositor alagoano Marcondes Costa. Na letra, que retrata o homem sertanejo em seu esforço para educar os seus filhos, ao tempo que cuida da sua prole, Luiz Gonzaga canta: “E os meninos digo sempre a Iracema em Santana do Ipanema todos três vão estudar”.

Dia consagrado a Santa Luzia

Neste dia 13 de dezembro a igreja católica consagra Santa Luzia, conhecida como “Portadora da Luz”. Esta santa italiana sugeriu aos pais de Luiz Gonzaga a escolha do seu nome.

“Meu nome é Luiz Gonzaga, não sei se sou fraco ou forte, só sei que, graças a Deus, té pra nascer tive sorte, apois nasci em Pernambuco, o famoso Leão do Norte.

Nas terra do novo Exu, da fazenda Caiçara, em novecentos e doze, viu o mundo a minha cara. 

No dia de Santa Luzia, por isso que sou Luiz, no mês de Cristo, por isso é que sou feliz.”

Luiz Gonzaga

Uma profissão Divina

Ser professor é ter uma missão divina (Foto: Reprodução / Pixabay)

Eu não sou professor, mas estou ladeado deles.

Minha mãe foi professora, minha esposa é professora, minha sogra foi professora, tenho dois irmãos que são professores e uma irmã que já foi professora.

Além do mais, tive várias professoras que me ajudaram na minha formação, intelectual e moral.

Sou grato a todos aqueles e aquelas guerreiras que dedicam, ou dedicaram, sua vida ao seu próximo, com tanto amor e carinho, mesmo diante dos muitos percalços e falta de estímulo.

Ser professor é sim uma missão divina, mas seria muito mais digno que os nossos representantes legais (gestores municipais, estaduais e federais) fossem mais justos e reconhecessem o trabalho dos professores.

Que a esperança nunca seja vencida pelo descaso e que as boas energias cheguem em forma de incentivo aos nossos guerreiros e guerreiras.

Parabéns Professor e Professora, pelo seu dia!

Confesso: recebo benefícios do PT para defender seus governos

Bandeira do PT (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Já me perguntaram mais de uma vez por que eu defendo tanto o PT. Por mais que eu explique, sempre aparece alguém para dizer que eu devo estar recebendo algum benefício, um troco por fora, já disseram até que recebo sanduíche de mortadela. Poucos entendem que muitos de nós lutam por ideais, pelo bem comum. Mas, pensando bem, é melhor eu confessar que realmente recebo benefícios oriundos do Partido dos Trabalhadores, para defender suas bandeiras.

Quando eu assisto ao meu semelhante recebendo o mesmo benefício que desfruto há muitos anos, décadas antes dos governos petistas, aquilo que me parecia um privilégio de poucos, como, por exemplo, pessoas que viveram sob muita necessidade passarem a fazer três refeições por dia, sinto-me igualmente beneficiado, pois, ao sentirmos grande contentamento pela felicidade alheia, recebemos um grande benefício, visto que tal estado  de satisfação contribui para a nossa saúde física e mental. 

Quando eu entro na casa de alguém que me diz tê-la adquirido devido às possibilidades geradas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, com os subsídios que governos anteriores não quiseram oferecer aos mais pobres, governantes que só enxergavam o lucro financeiro, não levando em conta os benefícios sociais, mas que nos governos petistas passaram a ser uma realidade, isso me enche a alma de alegria e ai sou beneficiado mais uma vez.

Sempre que transito pela zona rural e observo pequenas propriedades dispondo de uma cisterna, o que antes dos governos do PT eram raras e só existiam nas propriedades dos mais aquinhoados, isso agora, pra mim, é motivo de felicidade. Felicidade, nesse caso, é sinônimo de benefício; benefício este proporcionado pelos governos petistas.

Quando eu olho para o comércio da minha cidade, Sertão de Alagoas, e não vejo mais agricultores, em época de longas estiagens, como tem ocorrido nos últimos tempos, mendigando com suas famílias, ou, mais grave, invadindo estabelecimentos comerciais para saquear alguma comida e não deixar sua prole morrer de fome, como ocorria antes dos governos petistas; e, em vez disso, chegam para adquirir mantimentos e até mesmo bens de consumo durável, o que antes apenas a classe media e alta tinham direito, isso me trás uma enorme satisfação, e sinto que estou sendo beneficiado. 

Portanto, meus irmãos nordestinos e brasileiros que conseguem se alegrar com a felicidade dos outros, isso, para mim, será sempre motivo de satisfação e felicidade, grande benefício!

PS: Nunca fui filiado ao PT, nem recebi qualquer benefício indireto, por fora, para militar por seus candidatos, apesar de gostar muito de sanduíche de mortadela… Huuummm!

Uma modinha para recordar

Cine Alvorada (Foto: Arquivo IBGE)

Achei interessante a nova modinha do Facebook, “Diz que é de…”. Ela mostra o quanto somos saudosistas, nos fazendo recordar de lugares, momentos marcantes ou mesmo de figuras importantes em nossas vidas.

No embalo do “Diz que é de…”, me recordei de algumas passagens referentes ao Cine Alvorada. Para os mais novos, este valoroso empreendimento foi possível através da sapiência do empresário Tibúrcio Soares.

O empreendimento de Seu Tibúrcio marcou uma geração de crianças e adultos de Santana do Ipanema. É bem verdade que este não foi o primeiro cinema da cidade, mas ele foi um dos maiores pontos de encontro dos santanenses, na área do entretenimento.

Vale salientar que o Cine Alvorada não foi apenas um cinema, mas uma casa de shows artísticos. Grandes nomes da música nacional se apresentaram, tais como: Agnaldo Timóteo, Odair José, Nelson Ned, Altermar Dutra, José Augusto Sergipano, Patrick Dimon. Esses são só alguns exemplos.

Outra grande atração do local eram os programas de auditório, momento em a juventude convergia nas manhãs de domingo. Entre os locutores que passaram ali destaco: Welington Costa, Cícero Lopreu, Adeilson Dantas, José Arlindo, Antônio Silva, o conhecido “Coronel Ludru”.

No entanto, ninguém marcou mais este evento do que o radialista Francisco Soares, o popular “Chico Soares”.

Também vale lembrar os artistas que se tornaram populares em nossa cidade através dos programas de auditório, entre eles: Waldo Santana, à época “Pangaré”, Denis Marques, Dotinha, Agnaldo Santana, sempre embalados pelas bandas Os Tremendões e MC7.

Mas voltando à moda do Facebook, decidi entrar na onda e aqui compartilho com vocês:

“Diz que é de Santana, mas nunca foi barrado por Seu Costinha, por ter menos de 18 anos”. Seu Costinha era um comissário de menor. Tinham outros, mas nenhuma era tão impiedoso como ele. Se não provasse a idade, já sabia, era barrado.

“Diz que é de Santana, mas nunca foi surpreendido por Zé de Tatá com uma lanterna nos seus olhos, durante a exibição de uma película”. O primo Zé de Tatá era funcionário do Alvorada e, uma das suas funções era identificar quem bagunçava durante o filme. Era constrangedor receber a luz de uma lanterna no rosto, pois ali a pessoa já sabia que iria ser colocado para fora do cinema.

“Diz que é de Santana, mas nunca comprou uva passa a Chica Boa”. Dona Francisca, era uma vendedora de guloseimas, que atraia pela diversidade e novidades da época. Ela nunca aceitou o apelido e não gostava nenhum pouco que assim lhe chamassem. Foi ai que valeu a criatividade do nosso vizinho Márcio Santos, “Macinho”. Uma noite, ele e outro amigo se aproximaram do carrinho de Dona Francisca, ele pediu uma xícara de castanha. Quando a vendedora enchia a xícara, Macinho fez uma observação: Dona Francisca, faça uma xícara bem boa… Bem boa, tá? Ela desatenta, não percebeu a ironia do freguês.

“Diz que é Santana, mas nunca conferiu um cartaz de um filme, na hora da saída”. Na frente do Cine Alvorada tinha uma vitrine em que exibia a propaganda do filme daquele dia. Neste cartaz continha algumas cenas do filme. Era comum, ao final da exibição, juntar uma garotada e ficar verificando se aquelas cenas realmente conferiram com o filme que acabou de assistir.

Uma simples modinha de uma rede social nos mostra o quanto é importante relembramos da nossa história, ainda que seja em tom de brincadeira. Vale como distração, bem como pode servir como terapia, pois, como bem diz um adágio popular: “recordar é viver”.

Sobra intolerância e falta criatividade

Rivalidade as vezes sai dos gramados (Foto: André Luiz Oliveira Yanckous / Reprodução / Galeria Nikon)

Vários são os temas que nos levam a discussões. E é em algumas delas que a conversa salta de um simples diálogo tolerável, para insultos e acusações descabidas e sem noção.

Percebo que os debates mais acalorados estão sempre ligados a política, religião e futebol. Isso acaba seguindo o velho dito popular: “política, futebol e religião não se discute”.

Eu logo discordo. Todos os assuntos que nos interessa se discute. Uma discussão sadia, onde cada um deve respeitar a opinião do outro deve ser incentivada.

A minha discordância da sua opinião deverá ser respeitada. É ai onde entra outra frase bem propagada: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”.

Essa foi dedicada por muitos anos ao filósofo Voltaire, mas que, pesquisadores descobriram que a verdadeira autoria foi da escritora britânica Evelyn Beatrice Hall, que escreveu a biografia do francês.

Ou seja, durante anos, muitos acreditaram que a afirmação seria de Voltaire, quando não era. Daí, a importância de uma discussão ampla em qualquer assunto. A discussão nos instiga à pesquisa.

Ao invés de revide com violência, trago um exemplo de que a intolerância pode ser revertida em criatividade. O caso aconteceu na década de 1960, protagonizada pela torcida do Flamengo.

Torcidas rivais cariocas chamavam os rubro-negros de “urubus”, por se tratar de uma torcida formada por maioria afrodescendentes e pessoas de baixa renda.

É claro que os flamenguistas se sentiam ofendidos, no entanto, eles absorveram a provocação com irreverência, a partir de um fato inusitado. Quando a torcida rival levou um urubu ao Maracanã, para zombar do adversário, a ave passou a ser exaltada e transformada em mascote.

A minha própria vida tem uma história sadia em relação a rivalidade no futebol. Eu flamenguista e o meu amigo Mário Pacífico, vascaíno, por várias vezes saímos pelas ruas da cidade com uma charanga, onde cabiam as duas bandeiras, rubro-negra e cruzmaltina.

Independentemente de quem fosse o vencedor, nós sempre nos confraternizamos. E, até hoje, passados oito lustres, continuamos nos respeitando: ele defendendo a suas ideias e eu as minhas.

Já está na hora de pararmos para uma profunda reflexão. E o começo de tudo isto está dentro de nós mesmo.

Por vivermos numa comunidade de maioria cristã trago um trecho do Evangelho de Matheus, 7:3, nele, Jesus nos dá um excelente exemplo de como começar a ser tolerante: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?”.