31 Maio

0 Comments

O Silêncio

Foto: Cortesia

No momento em que nos envolvemos com tanta preocupação, ao invés de procurarmos uma silenciosa solução, buscamos, através do alarido, resolver as questões pessoais, onde, ao contrário, adquirimos ainda mais tormento ao coração, dificultando assim a nossa evolução.

Com essa decisão, as más interferências, sejam de nós próprios ou vindas de quem tenta ainda mais a perturbação e aproveita a ocasião para, assim, dificultar o que traria momentos de calma para a nossa alma, se sentiriam felizes com as dificuldades de sua abolição.

Com o decorrer do tempo, muitos de nós, já cansados de tanta agitação, muitas vezes entramos num vale escuro, que nos leva a um triste estado de depressão e é, a partir daí, que buscamos a cura de todos os nosso problemas, através da prece e da meditação.

Quando avançamos espiritualmente, é comum buscarmos a correção, onde, com isso, descobrimos que o silêncio é algo bastante salutar para quem quer a paz alcançar e, com isso, encontrar uma solução para uma vida cheia da verdadeira animação.

Através do silêncio, podemos um bom sono desfrutar, é quando nos livramos dos pesadelos, que, durante quase toda a vida, passaram a nos perturbar, usando o bem da oração, onde a paz passa a ser um grande patrimônio e, de forma inteligente, a sabedoria, nossa maior aquisição.

24 Maio

0 Comments

O Perdão

Foto: sspiehs3 / Pixabay

Quem de nós nunca esteve em uma situação onde sofreu uma injusta acusação ou mesmo um ataque de forma sorrateira por alguém que sempre lhe causou admiração, onde nos deixam marcas de feridas profundas que abalam a nossa emoção.

Alguns desses ataques nos deixam ainda mais cheios de preocupação, quando têm grande repercussão. É aí que a nossa alma se enche ainda mais de aflição, dificultando, cada dia mais, a nossa aceitação em darmos o perdão.

Por sua vez, também nos vêm à mente os tantos ataques que fizemos ao nosso próximo, que é considerado nosso irmão, ao longo de nossa vida, usando da irresponsabilidade, ainda que sem a menor pretensão.

No momento em que aproveitamos a ocasião e nos aprofundamos em algum ensinamento filosófico ou religioso, seja ele budista, hinduísta ou cristão, começamos a desfrutar dos benefícios que, um dia, nos levará ao caminho da perfeição.

No final das contas, antes mesmo de qualquer situação que nos deixe em estado de tensão e possa nos guiar a um caminho de perversão, usamos da inteligência e da justa compreensão para entender e perdoar o nosso irmão.

Quando esse estágio atingimos, verificamos que quem mais se beneficia de tal decisão somos nós mesmos, por se tratar de uma questão de sabedoria humana, pois, assim, estamos envolvendo a nossa alma em uma necessária proteção, baseado no Evangelho cristão.

17 Maio

0 Comments

É Tempo de Se Reinventar

Foto: Pixabay

O planeta Terra vive mais uma pandemia, onde, diante de tantas mortes, tem sido comum ver parte dos habitantes reclamar dos cuidados e até tem quem pare para debochar.

Mas, se pararmos um pouco para meditar, veremos que esta é uma grande oportunidade de crescermos e, para isso, é necessário se reinventar.

Durante anos, nos acostumamos com a praticidade em que não usamos tanto a criatividade, pois, assim, achamos mais cômodo que outros fizessem por nós, enquanto ficamos a esperar.

Antes do comodismo da internet, onde computadores e celulares são objetos indispensáveis, as crianças brincavam na rua sem tanta preocupação se alguém iria a sua paz lhes roubar.

Diante das muitas indagações sobre qual é a melhor religião, pensemos o que realmente nos aproxima de Deus, quando mais precisamos nos acalmar.

Se analisarmos de forma isenta de paixão e, ao contrário disso, enchermos de amor o coração, veremos a quantidade de erros que cometemos e o quão mais breve precisamos acordar.

Como nada acontece por acaso, este momento nos conclama à reflexão e, com isso, temos tempo de parar para as dores amenizar, sabendo que, se utilizarmos a força Divina, nossa alma irá sarar.

Por tudo isso, e muito mais, é chegada a hora de olharmos para dentro de nós mesmos e verificarmos onde e o quanto erramos, para assim usarmos da sabedoria e podermos nos reinventar.

Santana do Ipanema, 145 anos de Emancipação, e muita cultura

Foto: Arquivo Pessoal

Nesta sexta-feira, 24 de abril de 2020, o município de Santana do Ipanema completa 145 anos de emancipação política. De todo esse tempo, eu desfrutei de 58 anos, a idade que tenho. Neste período, muito eu aprendi com as tradições da cidade que me viu nascer e crescer.

Entre tudo o que essa terra me deu, uma delas foi o aprendizado para compor músicas e poesias relativas a cultura do nosso povo, que teve os índios fulni-ô e cariris como primeiros habitantes.

Para parabenizar a minha cidade amada, compus a música “Essa é Minha Santana”. A canção trata da sua fauna, flora, culinária e das características da nossa população. Abaixo a letra:

ESSA É MINHA SANTANA 

REFRÃO

Santana do Ipanema, tuas riquezas nos enche o coração. 

A fauna a flora a culinária e seu povo,

Sempre nos traz orgulho e emoção. 

Minha cidade tem craibeira,

Tem mameleiro, aroeira e mulungu,

Tem juazeiro, pau d’arco e cajueiro,

Tem xiquexique e pé de mandacaru.

REFRÃO

É Santana da siriema,

É a cidade do mocó e do preá.

Do tatu-bola, cutia, camaleão. 

Da asa-branca e também do carcará. 

REFRÃO

Minha Santana tem cuscuz e tem buchada 

Sarapatel, mocotó e carne assada. 

Beiju, pamonha, canjica e tapioca. 

E uma boa lapada de misturada. 

REFRÃO

É Santana do caboclo e do vaqueiro.

Da rezadeira, do mateu e do romeiro.

Santana da rendeira e violeiro.

Do zabumbeiro, triagueiro e sanfoneiro.

Esta é minha singela homenagem a Santana do Ipanema pela passagem dos seus 145 anos de uma bela história.

Parabéns rio Ipanema

Imagem da barragem do rio Ipanema em Santana (Foto: Sérgio Campos / abril 2020)

O rio Ipanema, que há muitos anos foi bem cuidado pelos nosso irmãos índios, possui o 21 de abril como sendo o seu dia, para celebração pelos moradores santanenses. A data é fruto de uma lei sugerida pela Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA – aprovada pela Câmara Municipal, no ano de 2014.

Santana do Ipanema, que em 2020 completa 145 anos de emancipação política, é a única cidade em que recebe o nome deste belo rio, que percorre cerca de 220 km, desde sua nascente, em Pesqueira/PE, até a sua foz, no povoado de Barra do Panema, em Belo Monte/AL, onde deságua no rio São Francisco. 

Na condição de membro idealizador e fundador da Associação Guardiões do Rio Ipanema (Agripa), única instituição criada em defesa dele, eu parabenizo este rio, por tanto bem que ele já nos ofereceu, como por exemplo, água para beber, peixe como alimento, areia para construção de residências e comércios, além de lazer.

Guardiões comemoração o dia do rio Ipanema em 2017 (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net / abril 2017)

Minha ligação com o Panema

A minha história no rio Ipanema começa na infância, quando, além de matar a sede, eu ia me banhar em suas margens. Os locais mais frequentados por mim e muitos dos meus amigos, eram a Ponte dos Canos e o Escondidinho, acima e abaixo da Maniçoba e Bebedouro, respetivamente.

Já na juventude, a minha frequência de lazer se deu na Barragem, em um local chamado de “Pedra da Moça”, um dos lugares mais belos do Ipanema, no trecho que corresponde à nossa cidade, cerca de 3 km.

Sergio Campos na sua juventude quando visitou a chamada Pedra da Moça (Foto: Arquivo Pessoal)

Podemos citar outros trechos também muito frequentados por santanenses, mas que eu confesso nunca ter me banhado, a exemplo do “Poço do Juá” e “Poço dos Homens”, lugares onde hoje a areia encobriu e já não existem na condição de poços.

Sergio Campos em visita ao local conhecido como cachoeiras (Foto: Sérgio Campos / Cortesia / 2014)

Ainda existem belezas 

Mesmo com tanto abandono, eu nunca deixei de frequentar o rio Ipanema. Em sua grande maioria, as visitas foram para vislumbrar o que ainda resta de beleza.

Se percorrermos todo o leito do Ipanema, não veremos tanto lixo e lama como em na parte urbana de nossa cidade.

Ainda assim, encontramos lugares onde se pode passar um domingo de lazer e desfrutar das suas belezas naturais.

As duas partes mais preservadas estão exatamente nos dois extremos do seu leito. Na Barragem pode-se fazer um gostoso banho. Outra bela parte do rio se encontra abaixo do Bebedouro, nas chamadas “Cachoeiras”. Lá, além de se molhar, podemos admirar belas paisagens, onde árvores frondosas enfeitam o rio.

Ponte da Barragem sobre o rio Ipanema em Santana (Foto: Sérgio Campos / Cortesia / abril 2020)

As enchentes 

Durante a minha infância e juventude, me acostumei a observar as enchentes do Panema, que se repetiam entre os meses de dezembro e janeiro.

Durante esse belo espetáculo, era comum ver a garotada descer o rio, da Barragem a Maniçoba, em cima de câmaras de ar. Também era grande a quantidade de garotos que pulavam das pontes da Barragem e do Padre.

Em 2004 aconteceu uma das grandes enchentes deste século, onde muitas casas foram invadidas pelas águas do Ipanema, ocorrendo um número alto de desabrigadas.

Este ano aconteceu aconteceu outra grande cheia, onde mais prédios foram atingidos.

Enchente destruiu muitas casas que estava as margens do rio (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net / março 2020)

No entanto, é bom salientar que o rio não invadiu os espaços alheio. Ele apenas passeou pelo seu leito, onde, ao longo dos anos, foi invadido pelos moradores, ou comerciantes, que não tiveram o cuidado ao construir na parte em que pertence ao rio. 

Salientando também que os órgãos responsáveis por defendê-lo não o fizeram, tais como Defesa Civil e Instituto do Meio Ambiente, por exemplo.

Estragos da enchente deste ano no rio Ipanema (Foto: Sérgio Campos / março 2020)

Mesmo diante de tantos lamentos, venho através deste meio de comunicação parabenizar o nosso querido rio Ipanema pelo seu dia.

Mulher, divina flor

Foto: silviarita / Pixabay

Quando Deus mandou ao mundo o seu filho Salvador.
Ele antes enviou uma grande mulher para que ali brotasse o Seu maior amor.

Todos nós, independente de credo, posição social ou de cor.
Viemos de uma guerreira que, mesmo com tantas pedras, nunca nos abandonou.

Desde que o mundo é mundo, a história sempre mostrou.
O quanto a mulher é para nós, uma linda e divina flor.

Desta flor, chova ou faça sol, mesmo diante da dor.
Nunca, em tempo algum, faltou em seu coração uma enorme porção de amor.

Porque amar vale a pena

Foto: Divulgação

Nos jardins existem flores
Exalando os seus odores
Brotando tantos amores
Para vencer os horrrores

Existem também os espinhos
Que tratamos com carinho
Pois nos serve de alerta
Para seguirmos o bom caminho

Não importam as muitas dores
Se foi rabiscado em preto e branco
Ou pintado em multicores
Nossas almas são recheadas de amores

No peito, um turbilhão de fulgores
Vivemos, sorrimos, sentimos
Sofremos horrores e dissabores
Mas no final o amor vence as dores

Quando o coração quer amar
Esteja em calafrios ou calores
De nada servem os censores
Acima de tudo estão os nossos valores

Vai sempre valer a pena
Os gritos e os clamores
Porque, no final das contas
Vencidos serão os rancores

Natal, mesa farta de nobreza, mas coração abundante de pobreza

Foto: Hans Bijstra / Pixabay

Que noite linda é o Natal.
A mesa farta, não tem nada igual.
Muita comida, uma enorme variedade de bebida. Que coisa legal.

Mas quando eu paro e observo, o meu coração está vazio de uma boa emoção.
Para onde foi aquela vontade de construir uma saudável ação?

E o espirito natalino ficou sem refino.
O que me vem à mente é apenas a imagem da manjedoura do Menino Jesus cobrando meu desatino.

Mas logo eu volto e me farto das guloseimas que meu corpo se exalta, muito mais do que a minha desatenta alma sobressalta.

A noite vai passando e meu corpo deleitando.
E cada vez mais a imagem daquele menino pobre que me trouxe até ali, vai dando espaço ao meu estilo desatento e esnobe, revelando apenas que, minha mesa está farta, porém o meu coração não tem nada de nobre.

Ao me deitar, eu reflito e me pergunto, qual o verdadeiro espírito natalino?
São luzes reluzentes, roupas atraentes, perfumes e belos presentes ou o papel de Jesus na manjedora ainda menino?

Daí eu percebo que estou esbanjando o supérfluo, ao mesmo tempo observo o quanto poderia de muitos ter diminuído as necessidades em excesso.

A grande importância que as professoras exerceram em minha vida

Sérgio Campos e sua professora Laura Chagas, no dia em que recebeu seu certificado de 4º ano primário (Foto: Arquivo Familiar)

Recordo-me de minha mãe me aprontando para ir à escola, a primeira que frequentei, o meu Jardim da Infância. Uma lancheira com a estampa do Capitão América, quase sempre abastecida de refresco e bolachas, era basicamente tudo que eu carregava. 

Decorria-se o ano de 1970, e a escola se localizava nas dependências da igreja Sagrada Família, na Avenida Dr. Arsênio Moreira.

Eu estava ingressando na alfabetização, no “ABC”, como chamávamos à época, e minha primeira professora foi Lucia Carvalho, “Lucinha”, uma vizinha nossa na Praça da Bandeira.

A escola, que se destinava exclusivamente à educação infantil, objetivando preparar a criança para o ciclo escolar básico, tinha pouco tempo de existência e era uma novidade na cidade, trazida pelas freiras holandesas irmãs Letícia e Ana.

A disciplina era bastante rígida. Me recordo de colegas que eram obrigados a cumprir determinado castigo que poderia ser considerado torturante: ficar de joelhos, com um determinado peso na cabeça. E, caso voltasse a cometer o mesmo erro, o castigo aumentaria para, além do peso na cabeça, permanecer ajoelhado sobre uma porção de grãos de milho.

Nossa classe tinha cerca de quinze alunos. Dois deles ficaram bem destacados nas paredes de minha memória: a Ligia Sibele, que todos os dias chegava chorando  por ter que ficar na escola. Eu não entendia o porquê daquela sua agonia. O outro colega foi Rosival Sobreira. Este, depois de uma divergência que tivemos, me deu uma carreira. Hoje, rimos quando eu lembro a ele que a primeira carreira a gente nunca esquece.

Como Deus criou batatas?

Em 1971 eu estava apto a ingressar no primário. A escola mais próxima da minha casa era o Grupo Escolar Padre Francisco Correia, onde eu passei os inesquecíveis quatro anos do Curso Primário. Fiquei um tanto apreensivo com a expectativa de ingressar naquela escola, pois, se no jardim da infância já estávamos suscetíveis àqueles duros castigos, imaginava o que poderia ocorrer na próxima etapa, quando já tínhamos idade mais avançada, portanto, logicamente, capazes de suportar punições ainda mais rigorosas.

Quem já estava lá e fez o papel de me alertar e, ao mesmo tempo me assustar, foi o meu irmão Fábio, um ano e meio mais velho do que eu. Me recordo que ele falava da rigidez disciplinar imposta por Dona Marinita Peixoto Noya, a diretora.

Certa ocasião, próximo à celebração do Sete de Setembro, fui assistir a um ensaio da banda marcial da escola em que iria estudar no próximo ano.

Estávamos a poucos dias do desfile, portanto aquele seria um ensaio geral, envolvendo músicos e alunos num treino conjunto.

O ensaio era realizado num espaço ao lado do prédio escolar, uma área da própria escola, cercada por um muro baixo, que permitia aos passantes assistirem aos movimentos cadenciados das formaturas, que se faziam por classe. 

Os alunos começaram a marchar batendo o pé com muita força e até arrastando o calçado sobre a terra ressecada. Não demorou muito para que o local ficasse empoeirado, a ponto de quase não se enxergar outra pessoa a poucos metros.

Eu estava descontraído e apreciando aquela cena, admirando o vigor dos alunos, quando ouvi os gritos: “Epa! O que é que está acontecendo aqui?!”

Olhei para trás e vi aquela mulher de olhar e passo firme, se dirigindo para perto de mim.

Ali mesmo ela parou e todos ficaram quietos, inclusive os músicos.

— Que bagunça é essa? — perguntou Dona Marinita, mas não obteve resposta, bateu aquele silêncio geral, não se ouvia um “pio”. 

Ela, então, continuou, agora proferindo verdadeiro sermão: “Vocês estão pensando o quê? Que podem fazer aqui o que fazem em suas casas, é?! Escutem bem! Eu vou sair agora, vou chegar em casa, almoçar e tirar um cochilo. Eu quero sonhar que algum de vocês fez alguma bagunça”. Em seguida Dona Marinita disse uma frase que ficou ecoando em minha cabeça por algum tempo: “Vocês pensam que vão viver aqui como Deus criou batatas, é?” 

Fiquei pensando o que ela quis dizer com aquilo. Naquela época a gente não contava com o Google, portanto não se tirava dúvidas tão facilmente. Eu me lembro de ainda ter perguntado a dois colegas meus o que aquilo significava. Como era que Deus criava batatas? No entanto, eles também não sabiam.

O tempo passou, meus pensamentos também passaram e de repente eu já estava estudando o 1° ano no Padre Francisco Correia.

Durante os quatro anos, eu tive algumas professoras que marcaram a minha infância escolar. Entre elas Dona Dione, Dona Laura Chagas e Dona Carmem Lúcia.

Também me traz boas recordações as merendeiras que cuidavam do nosso lanche na hora do recreio: Dona Nazilha e Dona Nanete. 

Naquela época, às vezes, nos partilhávamos a merenda. Tinha dias que as professoras nos pedia para trazer algum complemento para a sopa do dia seguinte. Em geral, cada aluno levava um tipo de legume, uma verdura, no final todos tomávamos uma excelente sopa.

Também não dá para esquecer o Dia do Professor. Me recordo que íamos à escola, mas nunca havia aula naquele dia. Era só comemoração. Lembro-me quando a professora entrava na sala de aula e nós começávamos a cantar dando-lhe parabéns. Ela, geralmente, dissimulava, fingia não estar entendendo o que nos motivava aquele canto. E aí, todos se levantavam e iam cumprimentá-la. Isso sem esquecer o presente: revezava entre um sabonete e uma caixa de bombons.

Em 1973, conclui o Curso Primário, foi quando recebi o meu diploma, num dia de festa, das mãos da professora Laura Chagas. A partir daí comecei a me preparar para o curso Ginasial. Para isso eu tinha que passar no “Exame de Admissão”, uma espécie de vestibularzinho, para ingressar no Ginásio. Para isso minha mãe achou por bem me colocar para ter um reforço escolar. Naquele momento, entra mais uma professora na minha vida, Dona Jarina Carvalho. No final eu fui bem sucedido e passei de primeira no Admissão. Daí teve início uma nova etapa nainha vida escolar, foi a vez do Ginásio Santana fazer parte da minha história. Mas, ai já é outra história que eu conto em outra oportunidade.

A primavera já chegou no meu sertão

Foto: Sérgio Campos / Cortesia

Nesta segunda-feira, 23 de setembro, a estação da primavera começa oficialmente no Brasil.

Este é o dia e horário do equinócio de primavera, momento em que o Sol cruza a Linha do Equador Celeste.

É o tempo em as flores mais mostram a sua beleza.

No nosso sertão não é diferente. Aqui a craibeira fica toda amarelinha, enquanto a jitirana começa a azular. São muitas as flores que embelezan a caatinga. A gente pode admirar o mandacaru florescendo.

Foi pensando nessa beleza que eu compus Primavera no Sertão, música que faz parte do projeto Canteiro da Cultura, que terá 12 músicas, onde cada uma será interpretada por um convidado. A nossa intenção é lançar este projeto, de cunho cultural, antes que a primavera se vá, no dia 22 de dezembro.

Esta canção será interpretada pelo cantor da cidade sertaneja de Carneiros, Orlando Nobre.

Primavera no Sertão Sérgio Soares de Campos – 11/2018

A primavera já chegou no meu sertão.
A craibeira cumeçou a fulorá.
Que coisa linda, muito bela a natureza.
A mão perfeita faz aqui faz acolá.

Refrão
Ai que coisa bela, o meu sertão do pé de mandacaru.
Do xiquexique, do imbu e cajueiro, 
do juazeiro, do pau ferro e mulungu.

A caatinga tá tão bela amarelinha.
A gitirana cumençou a azular.
A cajarana imponente de se ver. 
Tá enfeitada de velame e muçambê.

Refrão
Ai que coisa bela, o meu sertão do pé de mandacaru.
Do xiquexique, do imbu e cajueiro, 
do juazeiro, do pau ferro e mulungu.

A passarada faz a festa no anjico,
Na aroeira, barrigura, ouricuri.
De manhã cedo até o anoitecer,
O que se ver é muita vida por aqui.

Refrão
Ai que coisa bela, o meu sertão do pé de mandacaru.
Do xiquexique, do imbu e cajueiro, 
do juazeiro, do pau ferro e mulungu.

Por Sérgio Soares de Campos – colaboração