29 Maio

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REFLETINDO NOS CAÇUÁS

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de maio de 2014

Crônica Nº 1.199

Foto: Blog o Sarrafo

Foto: Blog o Sarrafo

“Na mitologia de vários povos, os primeiros seres humanos foram criados a partir de elementos da natureza, como argila e areia.

Um antigo povo da América do Sul, os tiahuanacos, acreditava que o deus Wiracocha teria emergido das águas do lago Titicaca para criar o primeiro casal humano.

Um mito da Indochina conta que os primeiros seres humanos viviam em um paraíso, podiam voar e conversar com os animais e as plantas. Lá havia ferramentas que trabalhavam por eles e sua única obrigação era alimentá-las. Mas houve uma vez em que os seres humanos não cuidaram das ferramentas. Elas então castigaram os homens, fazendo-os trabalhar na Terra para sempre.

Um mito africano, dos povos iorubas, conta que Obatalá criou os primeiros seres humanos modelando-os em barro. Foi o sopro do deus Olodumare, porém, que deu vida a eles.

Já no chamado Antigo Testamento, um conjunto de livros sagrados para os judeus e que também faz parte da Bíblia dos cristãos, há uma explicação para o surgimento dos seres humanos. Segundo a narrativa bíblica, tudo o que há na Terra foi criado por Deus.

As explicações mitológicas influenciaram as tradições e os costumes de muitos povos. Nelas os seres humanos teriam sido criados com a mesma aparência de hoje, sem passar por transformações ao longo do tempo. Tais explicações também são chamadas criacionistas”. (VAZ, Maria Luísa & Panazzo, Sívia. Jornadas.hist. 2. ed. São Paulo, Saraiva, 2012. Pag. 41).

Ao longo da vida conheci e conheço muitos que poderiam achar simpáticas às teorias da origem do ser humano; além de simpáticas, divertidas até. Para esses o que não pode ser divertido é à saída do homem da Terra. “Que ingratidão de Deus! Depois de se roubar tanto e oprimir com arrogância do próprio sangue, não poder levar o que arrebanhou”. Na linguagem chula, basta um dinheirinho a mais, um carguinho ou a menor vaga da carreira política: os homens cagam dinheiro e as mulheres mijam loção.

De bolso liso, sobe ou desce o defunto safado, mas não tem muita certeza de como subornar o fisco dos céus ou as catervas de satanás.

Ô povo besta da peste!

28 Maio

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AGRIPA, CASAL E CÂMARA PRESSIONARÃO A CODEVASF

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de maio de 2014

Crônica Nº 1.198

Presidente e Vice, da AGRIPA, Sérgio Soares Campos e Clerisvaldo Braga das Chagas (Foto Agripa/Arquivo)

Presidente e Vice, da AGRIPA, Sérgio Soares Campos e Clerisvaldo Braga das Chagas (Foto Agripa/Arquivo)

Como ficou acertado no último encontro entre AGRIPA e autoridades, no auditório da prefeitura, haverá uma forte aliança em favor do rio Ipanema e seus afluentes urbanos.

Segundo a CASAL, a estrutura de saneamento de Santana do Ipanema, via CODEVASF e realizada por certa empresa, não permite a operalização total do sistema. Enquanto isso, ninguém sabe de fato, quantos milhões de metros cúbicos de fezes são jogadas diretamente no riacho Camoxinga e no rio Ipanema. Esse é um caso de calamidade que vem se arrastando sem nenhuma reação de autoridades e sociedade organizada.

Guardiões ouvem explicações da CASAL. (Foto Agripa/Arquivo)

Guardiões ouvem explicações da CASAL. (Foto Agripa/Arquivo)

Cansado dessa mordaça que impede de apontar onde estão os milhões e milhões que supostamente foram enterrados no subsolo santanense, surgiu um grupo de cidadãos e cidadãs que não dará tréguas em busca de respostas. Onde está a verdade sobre o saneamento de Santana e a destruição do seu calçamento? Quem foi denunciado? Quem denunciou? Quem já foi preso?

A CASAL já acionou em vão a CODEVASF, segundo seu coordenador José Arnaldo, para que ela resolva consertar o que está errado visando realizar a coleta do material dos esgotos.

Foto: Agripa / Arquivo

Foto: Agripa / Arquivo

Esclarecida essa parte, A Companhia de Saneamento de Alagoas, ficou de enviar relatório à Câmara de Vereadores Tácio Chagas Duarte, através do seu presidente José Vaz que se comprometeu a lutar junto da CASAL. O mesmo relatório deverá ser entregue a AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, através do seu presidente Sérgio Soares Campos, quando haverá uma ação conjunta das três forças sobre a Companhia de desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF.

A AGRIPA está disposta a ir à luta, deslocando-se até aquela companhia, se for preciso, uma vez que não vê movimentação alguma nesse sentido, da Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente. Os guardiões e os vereadores aguardam o relatório do coordenador da CASAL, para o início da pressão contra esse crime sobre a Natureza e o povo santanense.

27 Maio

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ESCRITOR ALAGOANO E AGRIPA VÃO ÀS TRINCHEIRAS

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de maio de 2014

Crônica Nº 1.197

Agripa em reunião (Foto: arquivo)

Agripa em reunião (Foto: arquivo)

A Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA – realizou ontem, a última sessão do mês de maio, em sua sede provisória, Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas.

O presidente em exercício, escritor Clerisvaldo B. Chagas, presidiu os trabalhos da noite, passando a palavra à secretária Maria Vilma de Lima que leu a Ata da Sessão Anterior, aprovada sem emendas. Após a Leitura do Expediente, houve excelentes e proveitosas discussões sobre os temas apresentados. Foi aprovado o calendário de limpeza do lixo do Ipanema e seus afluentes, a pedido do prefeito Mário Silva. O calendário será entregue ao prefeito ainda esta semana em caráter oficial, tendo ficado todas as primeiras terças do mês, durante o ano de 2014.

A noite festiva com os familiares da AGRIPA e convidados foi aprovada para a noite do dia 25 de junho.

Ainda foram discutidas e aprovadas questões como página da AGRIPA no Face e acrescentados itens aos Estatuto, sobre problemas de faltas.

Agripa em reunião (Foto: arquivo)

Agripa em reunião (Foto: arquivo)

A discussão maior foi sobre a entrega de titulares de pastas do poder público que estão completamente omissos em suas atribuições ambientais, principalmente sobre os nossos cursos d’água e as não ações sobre problemas gritantes e ignorados em outro setor, recentemente denunciado pela TV Gazeta. Essa entrega seria ao Ministério Público, a imprensa total e ao IMA. O Guardião Manoel Messias, conseguiu contornar as denúncias, por enquanto, mas os guardiões, em geral, irão mostrar o que fazer com os omissos que desdenharam do convite de responsabilidades.

Na Palavra a Bem da AGRIPA, a notícia do elogio do IMA à AGRIPA e os pedidos de inúmeros dados pera homenagens em Maceió.

A coordenadora do meio ambiente de Poço das Trincheiras, professora Aparecida, esteve na sede da AGRIPA quando convidou o guardião e escritor Clerisvaldo B. Chagas, para uma palestra durante evento sobre o meio ambiente naquele simpático município.

A AGRIPA recebeu a notícia com imensa satisfação e aprovou a ida do guardião indicado para essa nobre tarefa. A professora Aparecida estará de volta na próxima segunda, oficializando o pedido e assistindo a sessão da AGRIPA, com seus convidados.

O Tempo de Estudos foi ministrado pelo professor e guardião Ariselmo de Melo, levando a todos um pensamento de Mahatma Gandhi.

Em não havendo mais nada a tratar, o presidente passou a palavra ao mesmo guardião que, como Orador, fez sua avaliação como uma das melhores realizadas pela AGRIPA. O presidente em exercício, Clerisvaldo Braga das Chagas, deu por encerrada a sessão.

26 Maio

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OS RUMOS DA JUVENTUDE

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de maio de 2014.

Crônica Nº 1.196

Ilustração (gréciaantigaeatual.blogspot.com).

Ilustração (gréciaantigaeatual.blogspot.com).

“Na sociedade espartana aos sete anos, os meninos das famílias ricas eram enviados para acampamentos militares onde praticavam exercícios físicos, enfrentavam fome, sede e frio a fim de se prepararem para dificuldades que provavelmente enfrentariam em uma guerra. Aprender a ler e escrever não eram considerados importantes.

Para aperfeiçoar seu treinamento, aos catorze anos os jovens acompanhavam os soldados em batalhas de verdade. Aos vinte anos eram considerados preparados para participar das guerras; somente abandonavam o exército e as funções militares ao completarem sessenta anos de idade.

Nas famílias mais poderosas, as meninas eram cuidadas para crescerem saudáveis e terem filhos fortes para servir ao exército. Elas praticavam jogos, ginásticas, danças e aprendiam música e canto. Quando adultas, casavam-se, criavam os filhos e eram respeitadas por serem mães e esposas dos guerreiros.

As famílias menos abastadas geralmente criavam suas filhas dento de casa, mas muitas mulheres de trabalhadores exerciam atividades fora dela para ajudar no sustento familiar.

Os soldados espartanos tinham pouco tempo livre para a vida familiar, mas isso não era motivo de insatisfação, pois a sociedade valorizava a dedicação de seus guerreiros”.

(VAZ, Maria Luísa, & PANAZZO, Sílvia. Jornadas.hist. 2. Ed. São Paulo, Saraiva, 2012). (6º ano, Ensino Fundamental) p. 201.

Hoje, no Brasil, para onde caminha a nossa juventude, morrendo entre os catorze e os vinte e dois anos? A droga chegou com o desenvolvimento do país, destruindo e encorajando menores de todas as classes sociais, ao roubo, assalto e ao assassinato frio por nada. No tempo de Lampião, matar um simples soldado de polícia era suficiente para que o chefe do bando aceitasse de imediato o candidato a cangaceiro. Segundo a linguagem do cangaço, “quem matava um soldado tinha três culhões”.

Atualmente, a bandidagem não teme a polícia e com ela tiroteia desde os doze anos, por causa da força da droga e da oportunidade de ser reconhecido como herói do mundo criminoso.

Dizem os historiadores que olhar o passado é aprender para o futuro, citação que não traz dúvidas. A encruzilhada leva a pensar em preparar os jovens para a guerra com outros países ou as batalhas diárias do tráfico. Será que existe alguma diferença entre Esparta e Brasil? Os teóricos que respondam sobre OS RUMOS DA JUVENTUDE.

23 Maio

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A LENDA DO SÍTIO PEDRA RICA

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de maio de 2014

Crônica Nº 1.195

Pinturas rupestres na Serra da Capivara

Pinturas rupestres na Serra da Capivara

O pesquisador tem que rodear muito. Pode rodar do centro de Santana do Ipanema via povoado São Félix que fica fora do eixo Santana-Maceió. São doze quilômetros até ali, por uma estrada de terra razoável. Seguindo em frente o curioso percorrerá grotas e grotões pouco habitados, beirando a fronteira com Pernambuco até chegar a uma imensa área de areia branca, onde está o sítio denominado Pedra Rica.

As imediações de uma escola municipal parece ser o ponto de referência de circulação da área. Está bem pertinho do prédio o lajeiro responsável pela denominação de Sítio Pedra Rica que supõe riqueza financeira. Mais fácil, porém, não menos longe é seguir para o local através do município de Dois Riachos, passando pela sede num roteiro de terra branca em melhores condições.

Segundo comentários dos habitantes do lugar, foi enterrado na periferia do lajeiro um tesouro de muitas joias e moedas de ouro, em tempo que ninguém sabe definir. Os moradores são cautelosos, entretanto, diante da pergunta se alguém do sítio Pedra Rica tentou encontrar esse tesouro existe uma apatia ou certo receio de falar sobre o assunto.

Conduzidos por um guia fomos até o local, onde existe no lajeiro uma pedra arqueada para dentro, habitada por ferozes marimbondos. A primeira vista não vimos vestígios de esqueletos, cerâmica, flechas ou outro material naquela parte rochosa, mas a pintura rupestre está presente no teto da pedra, mostrando círculos e outras formas comuns, como as encontradas em outros lugares do Brasil.

Talvez tenha sido a imaginação popular a autora de tantas joias e moedas de ouro que estão enterradas pela região. Os desenhos rupestres despertam o imaginário das pessoas simples do lugar que não percebem que o verdadeiro tesouro são as marcas deixadas pelos nossos antepassados e que irão enriquecer o estudo da História e outras ciências afins. Os vestígios, entretanto, sugerem uma pesquisa mais apurada nas imediações que é assim que se encontra um sítio arqueológico.

Estima-se que existam cerca de 20 mil sítios arqueológicos espalhados por todo território brasileiro. Todos os sítios são considerados, por lei, patrimônio da União, devendo contar com proteção especial, pois fazem parte da história do povo brasileiro e das Américas.

A pequena amostra de pintura rupestre do sítio Pedra Rica pode ser “a ponta de um iceberg” na região ou apenas um caso isolado de passagem rápida de indígenas. Muito mais difícil é considerar a lenda de que aquela pedra fora apenas um ponto de referência para enterro de riquezas por parte de aventureiros. De qualquer modo não ficou ignorada A LENDA DO SÍTIO PEDRA RICA.

22 Maio

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AGRIPA DEBATE COM AUTORIDADES

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de maio de 2014

Crônica N 1.194

Foto: Assessoria Agripa

Foto: Assessoria Agripa

Iniciando a sua segunda edição, isto é, partindo para a fase direta de cobranças do poder público sobre o resgate do rio Ipanema e afluentes urbanos, a AGRIPA partiu para a guerra. Convidou através de ofícios protocolados, todos os nove vereadores de Santana do Ipanema, a Secretária de Saúde, a Secretária de Ação Social, o Secretário da Agricultura e Meio Ambiente, o representante da CASAL e o presidente local da OAB.

Foto: Assessoria Agripa

Foto: Assessoria Agripa

O encontro aconteceu ontem (21) às nove horas no auditório da prefeitura, inclusive com a presença espontânea do prefeito, professor Mário Silva, que, mais uma vez, afirmou seu apoio total aos Guardiões do Rio Ipanema.

Logo após o início do encontro, o presidente da AGRIPA, Sérgio Soares Campos (por problema particular) passou a presidência para o vice-presidente, guardião Clerisvaldo Braga das Chagas que conduziu o encontro até o final. O debate aconteceu num clima de duras cobranças por parte da AGRIPA, mas num clima respeitoso, agradável e de alto nível.

Foram lidos e entregues pela Associação às autoridades, lista detalhada dos problemas encontrados em cada um dos seis subtrechos urbanos do rio Ipanema e outra lista lembrando as atribuições de cada órgão convidado pelos guardiões. Foi dito na reunião que os santanenses querem seu rio e afluentes limpos de volta: sem lixo, sem cercas de arame, sem pocilgas, sem estábulos, sem construções debaixo de pontes e na foz de riachos e do Panema, sem fossas despejando noite e dia em seus areais. O santanense quer ainda providência urgente quanto ao derrame da fossa do hospital na pobreza da Cajarana e do antigo hospital dentro do leito do Ipanema; época de defeso para a pesca predatória; investigação sobre a extração de areia; urgência na transferência do matadouro e outros problemas graves, cuja população ribeirinha grita através da voz da AGRIPA.

Foto: Assessoria Agripa

Foto: Assessoria Agripa

Atendeu ao chamado do povo, representado pela AGRIPA, os vereadores José Vaz, Dôra de Ubiratan e José Lucas. (E os outros?). Os três vereadores presentes afirmaram compromisso com a AGRIPA e o meio ambiente e vão procurar elaborar as leis ambientais do município.

O Coordenador da CASAL, José Arnaldo, também se saiu muito bem ao falar de tudo que está acontecendo no caso do saneamento. Como estava sozinho na luta, agora tem o apoio da AGRIPA e dos vereadores que compareceram para pressionar a responsável (Codevasf) pelos serviços citados.

Foto: Assessoria Agripa

Foto: Assessoria Agripa

O Secretário da Agricultura e do Meio Ambiente foi representado pelo Diretor Manoel Messias que explanou as dificuldades encontradas naquele setor.

Por parte da OAB, o seu presidente local, Dr. Cícero Angelino, parabenizou o trabalho dos guardiões e se prontificou a assistir juridicamente a AGRIPA, inclusive até através de órgão federal.

Os guardiões agradeceram a todos os presentes e lamentaram apenas pela ausência da Secretária de Saúde, da Ação Social e dos vereadores que seguiram o mesmo caminho.

Lá fora, ao saber das ausências e do não envio de representantes para o debate, os faltosos foram alvos de piadas grosseiras e chacotas por parte de alguns populares. Nada a AGRIPA tem com isso, mas a obrigação de dizer quem compareceu e quem faltou, tem sim. Esses foram os eleitos pelo povo e os indicados para os cargos que ocupam.

21 Maio

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A QUEM CABE ORIENTAR A POPULAÇÃO?

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de maio de 2014

Crônica Nº 1.193

Foto: Blog do Sydney Silva

Foto: Blog do Sydney Silva

Três problemas ainda não resolvidos maltratam a nossa qualidade de vida, afora outras coisas amplamente denunciadas. Caçambas, carroças, caminhões e carro de boi ainda circulam pelas ruas da cidade, transportando areia, sem lona protetora, emporcalhando ruas, bairros e centros de Santana do Ipanema, a capital do sertão alagoano. Ao mesmo tempo em que almejamos uma cidade limpa e civilizada, indagamos quais são os órgãos responsáveis pela defesa do povo e contra essa afronta à população. O leitor saberia responder?

No momento em que muitos outros lugares já estão orientando os seus habitantes a recolherem o óleo usado de cozinha, continuamos capengando. Todo o óleo de cozinha, em Santana do Ipanema, após o uso, vai escorrer pelas pias e poluir mais ainda o rio Ipanema. Você sabe, amigo, quais os órgãos responsáveis do governo municipal que deveriam nos orientar e providenciar isto? Dê um palpite?

Por último, somente para falarmos sobre esses três problemas, o que o cidadão santanense faz com as pilhas usadas? Sabe não? Joga-as no lixo e que vão para o lixão do povoado Areias Brancas ou diretamente no rio Ipanema, riacho Camoxinga e Salgadinho, para falarmos somente da sede municipal. E você sabe qual o órgão responsável pela orientação de como se livrar das pilhas usadas? Adivinhe!

Vamos, caros santanenses, gritar, berrar aos responsáveis pelos direitos a que todos nós temos por melhor qualidade de vida. População calada é população morta, pasto fácil para os que têm compromisso apenas com o bolso e a vassalagem. Desperta Santana, dessa torpeza de apenas pão e circo! Vamos marchar juntos apontando a quem cabe resolver e ORIENTAR A POPULAÇÃO.

20 Maio

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AGRIPA VIVERÁ SEGUNDA EDIÇÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2014

Crônica Nº 1.192

Foto: Assessoria Agripa

Foto: Assessoria Agripa

Iniciando a nova fase de sessões semanais, sempre as segundas, às 19 horas, a AGRIPA abriu a semana muito mais objetiva. Após leitura e aprovação da Ata da sessão anterior e apresentação do Expediente, o presidente em exercício, guardião Clerisvaldo Braga das Chagas, abriu as discussões na Ordem do Dia com dedicação exclusiva ao encontro com autoridades locais. Os guardiões presentes sentiram com seriedade que a partir da próxima quinta-feira, todos estarão com tinta preta no rosto em sinal de guerra, se preciso. É que, após a fase de organização interna, palestras, entrevistas, esclarecimentos e primeira limpeza do lixo doméstico e comercial do rio Ipanema, os guardiões entram na etapa crucial das batalhas.

Como sempre, primeiro, propostas de parcerias com autoridades e orientações às populações mais próximas ao rio Ipanema e afluentes urbanos. Depois, uso de todos os meios precisos contra todos os órgãos públicos, municipais, estaduais ou federais que não mostrarem boa vontade em cumprir o dever sobre o rio Ipanema. Acampamento, movimentos de rua, rádios, televisão, sites, blogs, IMA, IBAMA, Ministério Público, OAB, com denúncias constantes e sem trégua, serão alternativas para os guardiões.

A AGRIPA convidou oficialmente, todos os vereadores de Santana, a Secretária da Saúde, da Ação Social, secretário do Meio Ambiente e representante da CASAL porque esses órgãos são responsáveis diretos pelos meios de resgate do rio Ipanema e seus afluentes. A reunião deverá acontecer na quarta-feira, dia 21, a partir das 9 horas no auditório da prefeitura, para uma avalição e posicionamento de cada órgão convidado. A OAB também confirmou sua presença, o que assegura pelo visto, um encontro esclarecedor e decisório de alto nível.

Passados alguns dias desse encontro, a cobrança não dará tréguas com todas as opções possíveis. Será a segunda edição da AGRIPA.

Saindo da Ordem do Dia e entrando na Palavra A Bem da AGRIPA, o guardião Ariselmo de Melo falou sobre os guardiões de Capelinha; o guardião Marcello Fausto trouxe inúmeros incentivos de pessoas altamente influentes da sociedade; a guardião Edilma Gomes sugeriu contato com a ONG Canoa de Tolda e, a guardiã Vilma de Lima, propôs que a primeira noite festiva com os familiares dos guardiões aconteça na última semana de junho, tendo sido aprovada a proposta.

O guardião Marcello Fausto, preencheu o Tempo de Estudos e, em seguida, nada havendo mais a tratar, o presidente interino Clerisvaldo Braga das Chagas passou a palavra ao guardião e orador Ariselmo de Melo para suas considerações e em seguida encerrou a sessão.

19 Maio

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QUANTO VALE UM FERREIRO?

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2014

Crônica Nº 1.191

Foto: Wikipédia

Foto: Wikipédia

O povo banto, da região do atual Camarões, África Central, migrou para o sul daquele continente. Atualmente os bantos ocupam partes da República Democrática do Congo, Angola e faixa setentrional da África do Sul. Essa migração durou, aproximadamente, 2.500 anos. Enquanto estudiosos achavam que essa ocupação era devido ao conhecimento dos bantos com a metalurgia, outros dizem que esse conhecimento foi adquirido durante essa expansão.

Os bantos tornaram-se conhecidos através da perfeição das obras de arte como esculturas, tronos, cajados e máscaras.

No Brasil, como escravos, foi grande a contribuição dos bantos, principalmente no idioma, na música e na culinária. Das suas origens chegou até nós às palavras: moleque, camundongo, marimbondo, macaco, cochilar… E influência culinária como jiló, quiabo, melancia, azeite de dendê e feijão-fradinho.

Na tradição africana, a figura do ferreiro ganhou destaque. Os bantos tinham o ferreiro em grande monta, não somente pela capacidade da produção do ferro, mas também pela capacidade de o ferreiro extrair esse material do seio da terra. Sendo assim, deveria ele, o ferreiro, também saber lidar com as forças e os espíritos da própria natureza. Para os bantos, o ferreiro era tão respeitado que até mesmo reis se diziam ferreiros para adquirir maior confiança dos seus súditos.

Em Santana do Ipanema, a profissão de ferreiro sempre foi rara. Um ou dois para a população da cidade, como acontece nos dias atuais. A visita a um ferreiro só vai quem tem negócio. Os dois últimos que ainda faziam sucesso por aqui, um morava no Bairro Camoxinga e, segundo o povo, só trabalhava quente que nem o ferro que batia na bigorna. Uma cachaça da peste! O outro ficou famoso mais pelo apelido de que mesmo pela habilidade com a profissão. Trabalhava no início da Rua Prof. Enéas e atendia pelo belo vulgo de “Pé-Espaiado”.

O sertão voltou a vê barbeiros, espécie quase extinta que retornou à vida através de cursos do governo. Mas o homem que bate ferro, diferente do povo banto, continua raridade aos olhos do sertanejo. Você conhece algum ferreiro? Já conversou com ele? Sabe onde fica sua tenda? Ele é mesmo de carne e osso? Você acredita de verdade que esse ser existe? Então nos responda, fazendo uma comparação entre Brasil e África: QUANTO VALE UM FERREIRO?

16 Maio

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EU VOU DIZER UMA COISA…

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2014

Crônica Nº 1.190. (Literatura)

Ilustração: Wikipédia

Ilustração: Wikipédia

Entre nomes diferentes que saem da nossa rotina, alguns se fixam na memória. É o caso de Pompeu. Quando menino ouvia a garotada cantar e até cantava também na rua, a quadra:

Dona Mariquinha

Cadê Pompeu?

Pompeu foi à rua

Os arubu comeu…

Parecia u’a marchinha boa de cantar que era uma beleza! Contudo, eu nunca soube quem era dona Mariquinha, quem foi Pompeu e como e porque os “arubu” haviam devorado o sujeito. Talvez até a quadrinha fosse cantiga de palhaço de circo, daqueles mais sem vergonhas possíveis. E eu com isso!…

Dona Mariquinha

Cadê Pompeu?…

Enquanto o eco permanecia esvoaçando pela Rua do Sebo, a primeira de Santana do Ipanema, o menino estirava-se para cima.

Quando adolescente estudei a história de outro Pompeu.

Este era filho de um homem enriquecido que veio do meio rural, tornou-se senador e cônsul de Roma, cuja elite não olhava com bons olhos essas pessoas porque, segundo ela, os campesinos não tinham sangue nobre. Pompeu foi criado nos acampamentos, acompanhando a trajetória do pai. Quando este morreu deixou a fortuna pra o filho que começou a fazer carreira militar logo cedo. Como o progenitor, era olhado com desconfiança pela elite de Roma, porém, venceu tantas batalhas que foi considerado um herói popular.

As aventuras de Pompeu (que chegou a senador, cônsul de Roma e general, daria um filme épico grandioso). Conseguiu até ser um genro de Júlio César e com ele fez aliança. No final das suas campanhas foi derrotado pelo próprio César, refugiou-se no Egito e foi assassinado por antigos companheiros de armas.

E foi lá na loja de tecidos do meu pai, aonde muitas pessoas importantes chegavam à quinta porta – mais larga e mais alta – e faziam o “senadinho” diário. E ali, de vez em quando se encontravam os boiadeiros como Arnóbio Chagas, Lucas, Enéas e Pompeu. Fora esse último, jamais encontrei no sertão outra pessoa com o nome Pompeu. Era famoso em acertar pedradas, usando a mão esquerda; alto de fala mansa e arrastada. Quando ouvia e todos calavam, ele iniciava a sua conversa ou não, mas sempre com a frase se arrastando pausadamente: “Eu-vou-dizer-uma-coisa…”;

Da adolescência para cá, nunca mais vi Pompeu. Mas ultimamente descobri gente tão alta quanto ele. Fiquei muito surpreso em saber que aquele homem com quem eu palestrava era filho de Pompeu. Então, veio à cabeça tudo de uma vez: “Dona Mariquinha…”; general Pompeu; boiadeiro… .

Sabe, seu menino: VOU-DIZER-UMA-COISA…