VERGONHA NA CARA

Foto: Google Imagens

Foto: Google Imagens

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de março de 2015

Crônica Nº 1.388

Na minha terra, o Tribunal do Júri funcionava no antigo “sobrado do meio da rua”. Um sujeito fora a julgamento porque matara outro de uma surra. Com o prédio de 1º andar lotado, a defesa feita pelo Dr. João Yoyô Filho (depois juiz) argumentava que o réu não havia matado a vítima de uma pisa. A sova havia sido aplicada apenas com um simples cipozinho de catingueira (árvore nativa da caatinga). Isso foi bastante para que o funcionário do Banco do Brasil, João Farias, de pé junto a mim, na plateia, falasse para a turma de trás: “Você já viu catingueira dá cipó, seu coisa!…”.

O Brasil fica estarrecido quando um citado como suspeito de corrupção ataca a autoridade que o aponta a ser investigado. Foi o caso do ilustre presidente da Câmara, representante do povo Eduardo Cunha. O mesmo homem que requisita o meu dinheiro e o do povo para passear com a esposa por onde quiser. Uma imoralidade sem tamanho. O povo é quem precisa do salário de Cunha e suas mordomias, para passear. Um homem de bem, quando está para ser investigado afirma“Sim senhor, pois não, como posso ajudar nessa investigação?”, principalmente se for homem público. O arrogante parlamentar, com a mesma empáfia de Chavez, chama de piada e continua a debochar do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot M. de Barros. Onde existe isso no mundo? E agora, com a maior cara de pau, afirma que não têm corruptos no Legislativo. Uma desmoralização ao povo, às autoridades e ao Brasil! E ainda é aplaudido por meia dúzia de bonecos iguais a ele. Uma cuspida na cara de todos.

Ontem na televisão, em entrevista, o senhor João Pedro Stédile, coordenador do movimento dos trabalhadores sem terra, manda que o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar (Mendes) tenha vergonha na cara. Vejam só! Um cabrinha qualquer mandar um Ministro ter vergonha na cara. É ou não é fim de mundo!?

As autoridades não se respeitam mais e a cúpula da Justiça parece temer prender alguém por desacato à autoridade. É uma falta de respeito generalizada entre deputados e senadores, ansiosos por outro 1964.

Acho mesmo que o que está faltando para deputados e senadores safados é um Lampião virado na peste e um simples cipozinho de catingueira.

SANTANA, MIRANTES E CONHECIMENTO

Mirante do Cruzeiro ( Foto: Clerisvaldo)

Mirante do Cruzeiro ( Foto: Clerisvaldo)

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de março de 2015 

Crônica Nº 1387

Conhecemos várias cidades planas, em Alagoas, como Arapiraca, Pão de Açúcar, São José da Tapera, Ouro Branco e outras mais. Não podemos negar, porém, que Santana do Ipanema, seja totalmente assim. É uma cidade ladeirosa, repleta de patamares para o norte e para o sul a partir da calha do rio Ipanema. Como tudo tem suas vantagens e desvantagens, Santana possui inúmeros mirantes naturais, perto de si e mais distante que contemplam tanto o o núcleo urbano quanto as cercanias. Próximos a nós temos os serrotes do Gonçalinho, Cruzeiro, Pintado, Pelado, e serras Aguda e Remetedeira. Um pouco mais distantes, as serras do Poço, Camonga e Macacos. Quantos já subiram esses montes para conhecê-los e apreciar os cenários? 

Legítimo e cultural são, portanto, as caminhadas que grupos santanenses que moram fora, promovem periodicamente. Com objetivos de juntar velhos amigos, beber, brincar e caminhar, alguns vão conhecendo lugares do seu município onde nunca estiveram antes. 

Como já passei da fase de caminhadas longas, ainda penso num pequeno grupo, em um jipe antigo e bom a percorrer a zona rural do município sempre aos domingos, tanto as partes serranas, quanto as planuras. 

Apaixonado pela caatinga descubro imenso prazer em sair abastecido e parar em qualquer sombra do campo a se deliciar com a natureza. Quantas ruas de Santana você conhece? Quantos sítios do município? Quantos mirantes? 

O conhecimento deveria partir da iniciativa escola. Uma programação que fizesse com que mais tarde o cidadão afirmasse: “Conheço minha cidade, meu município completo, meu estado todo”. Assim o homem está preparado para conhecer sua grande Região Geográfica e seu País para poder partir para o mundo. Ninguém ama o que não conhece.

Uma caminhada no momento, contudo, com a altíssima temperatura desse fim de verão, não anima a ninguém. Além disso, as estradas, trilhas e caminhos não estão de confiança. A droga, os bandidos em motos estão nos quadrantes do sertão, onde ninguém mais deve andar sozinho.

As visitas de conhecimentos e lazer, agora são ameaçadas pela insegurança dessa nova geração dos desmantelos.

QUARESMA

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de março de 2015

Crônica Nº 1.386

Tentação de Cristo. Museu João Paulo II (Varsóvia).

Tentação de Cristo. Museu João Paulo II (Varsóvia).

Quarta-feira passada tive ocasião de assistir a missa de 7º dia em sufrágio da alma do senhor Antonio Paraibano da Costa. Achei uma forma prática da igreja, em realizar uma missa de finados durante a Via-sacra, fora da Matriz de São Cristóvão, em Santana do Ipanema, Alagoas.

Acompanhada por um expressivo número de fiéis no Bairro São José, o movimento religioso movimentou as ruas mais afastadas do bairro, inclusive celebrando a missa bem perto do leito do rio Ipanema, durante a última estação representativa.

As pessoas recebiam o movimento em suas casas transformadas em estações, com bastante alegria em participar desse ato que representa o sofrimento de Jesus antes da sua morte. Também me impressionavam os cânticos bem ensaiados, guiados por voz masculina bastante entoada e atraente.

É o tempo sagrado da Quaresma, período que antecede a Páscoa cristã e a tão aguardada Semana Santa. Os serviços religiosos da festa pascal comemoram a ressurreição e a vitória de Cristo depois dos seus sofrimentos e morte, conforme narram os evangelhos.

Impressiona ainda a multidão que acompanha a Via-sacra, notadamente em noites de dias úteis. No mundo cada vez voltado para o corre-corre do cotidiano, as pessoas chegam do trabalho e, com muita boa vontade e fé, complementam o seu dia, entre caminhada, cânticos e orações.

A história cristã está repleta de simbologia do número 40, de onde se deriva o termo quaresma.

Da nossa parte foi pena não mostrarmos o movimento religioso do Bairro São José, pois, pela inabilidade minha mesmo, não consegui boas fotos, apesar da tentativa.

Para compensar, apresentamos a pintura “A Tentação de Cristo” – Fhilips Augustjn Immenraet – Museu João Paulo II – Varsóvia.

Boa Quaresma ao nosso leitor!

O poço e o rei

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2015

Crônica Nº 1.385

Carito do rio Ipanema. (Foto: (Clerisvaldo Chagas)

Carito do rio Ipanema. (Foto: (Clerisvaldo Chagas)

Após as cheias periódicas do rio Ipanema, as águas formavam poços no seu leito arenoso. O mais famoso era o poço dos Homens, por trás do comércio de Santana. A pesca era livre com destaque para alguns elementos da sociedade local. Assim encontrávamos sempre a fisgar mandim, Toinho Baterista (depois Toinho das Máquinas) que só pescava de anzol. Seu Quinca, alfaiate, o mais antigo profissional que conheci, também fazia ponto pescando de anzol. Dizem até que quando ele chegava ninguém conseguia pescar mais nada. Havia tarrafeiros em busca de bambás (denominadas Xiras no rio São Francisco). No poço havia um peixe pequeno chamado piaba e o corrupto do “submundo” conhecido como carito ou chupa-pedra. Não passava de cinco centímetros, feio, boca de sapo, ignorado por todos. Mais tarde surgiram no Ipanema o cará e o pitu.

Nós, meninos, antes, pescávamos piabas, com litro de vinho, do fundo virado para dentro, tendo como isca um pouco de farinha.

O que nunca pude entender era o modo de pesca de um cidadão da Rua e Bairro São Pedro, chamado Joaquim Reis. Não queria outra coisa; nem piaba, mandim ou bambá. Preferia pegar à mão os corruptos caritos jogados pelas águas nas pedras do poço.

Joaquim Reis tinha nobreza no nome. Eu já percebia isso, mesmo com idade pouca. Era pobre, está certo, mas por que aquela miserável preferência pelo peixinho desprezado por todos?

Existem na Câmara Federal, no Senado, nas Câmaras Municipais, pessoas de altíssima qualidade moral que honram os seus eleitores, familiares, mandato e o seu país. Os seus salários já são uma exorbitância e contam ainda com as mordomias dos antigos déspotas europeus. Tudo é imoral, mesmo sendo legalizado. Enquanto isso o povo geme como gemia na França da Idade Medieval.

Esses pelos menos pescam gordas bambás, robustos mandins e gigantes pitus.

Mas por que outros nobres nos títulos insistem em buscar os caritos do submundo?

Talvez Freud não explicasse essa tendência aberta para a corrupção escalonada e contínua, mas com certeza se Joaquim Reis ainda fosse vivo, no instante resolveria esse mistério.

UM CÉU PARA INEZITA

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2015

Crônica Nº 1.383

Inezita (Foto: Reprodução)

Inezita (Foto: Reprodução)

Cumpriu a sua missão na terra com dignidade, brilhou a vida inteira e honrou o solo brasileiro. Tudo o que se disser sobre Ignez Magdalena Aranha de Lima (Inezita Barroso) ainda tem o que se dizer. Partiu aos 90 anos com o peito cheio de amor pela música sertaneja de raiz. Um presente real que o paraíso ganhou; uma lembrança eterna, iluminada, cheia de doçura que fica no país tropical.

“Ignez Magdalena Aranha de Lima, nome de batismo de Inezita Barroso, nasceu em 4 de março de 1925, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Filha de família tradicional paulistana, passou a infância cercada por influências musicais diversas, mas foi na fazenda da família, no interior paulista, que desenvolveu seu amor pela música caipira e pelas tradições populares. Começou a cantar e a estudar violão aos 7 anos.

Formada em Biblioteconomia na Universidade de São Paulo (USP), Inezita foi uma grande pesquisadora da música caipira brasileira. Por conta própria, percorreu o interior do Brasil resgatando histórias e canções. Reconhecida por este trabalho, foi convidada a dar aulas sobre folclore em uma universidade paulista. Pelo seu trabalho como folclorista, e por ser uma enciclopédia viva da música caipira e do folclore nacional, recebeu o título de ‘doutora Honoris Causa em Folclore’ pela Universidade de Lisboa. 

Foi a primeira mulher a gravar uma moda de viola e era considerada a grande dama da música de raiz.

Na televisão, sua carreira começou com a TV Record, onde foi a primeira cantora contratada. Depois passou pela extinta TV Tupy e outras emissoras, até chegar à TV Cultura para comandar por mais de 30 anos o Viola, Minha Viola”.

Respeitada dentro e fora do Brasil, admirada, respeitada, líder musical, humilde e valorosa, Deus deve ter dito:“Tá bom Inezita, nota dez para o seu trabalho, retorne à base, minha filha”.

Ignez era uma estrela de primeira grandeza que veio iluminar a Terra por 90 anos.

Perdi a minha musa de “Viola, Minha Viola”.

Um céu para Inezita.

NÃO PERCA QUINTA E SEXTA: POLÍTICA SANTANENSE; O QUE SE COMENTA NAS RUAS PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.

ELES NOS TOMAM TUDO

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de março de 2015 

Crônica Nº 1.382

Foto: (blogloyola)

Foto: (blogloyola)

Numa rua sem calçamento, poeirenta ou enlameada, onde automóvel era raridade, brincávamos de ximbra, pinhão e bola. Pegar bigu em carro de boi fazia parte da via animada, repleta de meninos, da Cadeia Velha à Rua de São Pedro. Uma espiadinha na fábrica de colchão de junco de Júlio Pisunha ou uma presença anual no pau de sebo ajudavam na criação da meninada. 

Quanta falta de benefícios para ruas e bairros da minha terra! Quanta falta de oferta do poder público às crianças que ornavam os caminhos de Santana! 

Certa feita, o prefeito Adeildo Nepomuceno Marques, resolveu caçar os meninos brincalhões das ruas. Os mesmos meninos que não tinham parques, praças, quadras, jardins, campo e nenhum espaço público de lazer. E lá vem o senhor Aloísio Firmo, travestido de juiz de menor, unha e carne com o prefeito (já abordamos esse assunto) montado numa burra, seguido pelo soldado Genésio, rua acima, rua abaixo dando carreira em garotos para lhes tomar ximbras, bolas e pinhões. 

Menino da minha cidade preferia ver o cão ao senhor Aloísio Firmo e ao soldado Genésio, dois homens de bem, mas abusados do chapéu à burra, do quepe ao coturno. 

Nos tempos de hoje não podemos mais confiar nos três poderes que formam o nosso país. Os escândalos se sucedem desde que o combate à corrupção foi iniciado com a primeira vitória: a prisão de um juiz, coisa nunca visto antes. Como a corrupção se estabeleceu de mala e cadeado, as avalanchas de escândalos vão se multiplicando. Ladrões e ladrões sem conta vão roubando o dinheiro público, diretamente dos poderes ou indiretamente nos hospitais, escolas, construções civis e muito mais. Vão sucateando o estado brasileiro e fazendo da gatunagem coisa rotineira como se tivessem (e têm) a maior autoridade e direito de assim proceder. Muitos estão agindo como traficantes de drogas que não têm mais medo de nada e não respeitam a ninguém.

No Japão, o descoberto, se suicida de vergonha. No Brasil o surpreendido debocha do denunciante. Não bastassem os casos lava-jato, Petrobrás, guabirus, taturanas e tantos outros, o jornal Extra de Alagoas empurra mais pedras ladeira abaixo sobre o Judiciário com figuras bastante conhecidas nesse estado pequeno, fora o caso fantasma da Assembleia.

60 anos depois de tomarem nossas ximbras, bolas e pinhões, tomam nosso dinheiro, chafurdam-se na lama e arrastam o país para o caminho da crise, da bancarrota e das armas.

NÃO PERCAM QUINTA E SEXTA-FEIRA, “POLÍTICA SANTANENSE, O QUE SE FALA NAS RUAS PARA A PRÓXIMA ELEIÇÃO”.

CABOCLO VELHO NO CONGRESSO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de março de 2015

Crônica Nº 1.381

Guilhotina (Foto: Wikipédia)

Guilhotina (Foto: Wikipédia)

O senhor Marinho Rodrigues, possuía armazém de secos e molhados, em Santana do Ipanema. Negociava no chamado prédio do meio da rua. Homem muito correto viera morar na cidade, depois de uma investida cangaceira em sua residência na zona rural. Foi o pai do primeiro médico formado por Santana, Clodolfo Rodrigues de Melo, a quem o grande hospital homenageia em seu título.

Seu Marinho despachava no balcão; passava troco, sempre reparando se havia alguma nota colada à outra, pelo tato e através da luz diurna, erguendo a nota, perscrutando-a.

José Malta, outro decente cidadão e contador de casos, boêmio nas horas vagas, comprou uma carteira de cigarros no armazém. Seu Marinho, que tinha o agradável hábito de tratar os homens como “caboclo velho”, falou: “Está aqui o seu troco, caboclo velho”. José Malta pegou algumas notas e, sem contar, coloco-as no bolso e saiu abrindo a carteira de cigarros. Lá adiante, porém, lembrou-se de contá-las: “Eita! Seu Marinho me deu dinheiro a mais, vou devolver o que passou”.

Ao retornar ao armazém, foi dizendo ao comerciante que o troco estava errado. Seu Marinho adiantou-se, não deixando o cliente continuar a conversa, afirmando com ênfase: “Aqui não se erra troco, caboclo velho”. Zé Malta rebateu: “Está certo, seu Marinho, muito obrigado”, e embolsou o que passava. Fato contado pelo próprio José Malta, aos seus amigos.

Lembrei-me da passagem acima, ao constatar que no Congresso, apesar da alta temperatura explosiva que se desenha, todos parecem ter conhecido Seu Marinho. No momento em que está para ser revelada a relação dos “santos”, alguns já perderam as estribeiras, exibindo o nervosismo da tacada no cocuruto que vem por aí rachando em baixo, a sola do sapato.

Lembra, compadre, aquele comediante que batia no bumbo e dizia: “É bonito isso!”?

Antes mesmo da explosão, tem muitos nobres se dizendo inocente.

Não afirmam a população que fizeram como Zé Malta, mas também asseguram que ali não se passa troco errado.

Enquanto isso, vem chegando a guilhotina, CABOCLO VELHO.

RESPEITÁVEIS SENHORES DE GRAVATA

Clerisvaldo B. Chagas, 05 de março de 2015

Crônica nº 1.380

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Quando falávamos sobre as cidades alagoanas, pronunciei-me dizendo que Santana do Ipanema era uma cidade calma, boa de se viver. Um cidadão de Olivença, bem informado do submundo, disse-me com toda educação que ainda hoje a mantém: “Professor, é muito bom que o senhor não saiba dessas coisas. A cidade parece pacífica, mas se alguém bater com o pé em cima do tablado, ele desaba de podre”. Sabiamente, não contestei, mas passei a pensar no assunto de vez em quando.

Cerca de quinze depois, chegou àquela cidade o delegado Ricardo Lessa. Foi aí quando comprovei a veracidade da afirmação oliventina. Foi o delegado Lessa que bateu com o pé no tablado. Ratos, corvos e morcegos, assanharam-se numa debandada geral, cujos porões ficaram limpos durante o período do delegado no município.

Os respeitáveis senhores representantes do povo no Congresso, calmos e intocáveis, nunca ficaram tão nervosos como agora.

Veja a o que saiu no G1: “Cerca de 45 políticos de vários partidos são alvos dos pedidos de abertura de investigação feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), informou nesta quarta-feira (4) o Jornal Nacional”.

“Entre as suspeitas sobre esses políticos, há crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, investigados na Operação Lava Jato, que apura pagamento de propina e desvio de dinheiro da Petrobrás”.

Vá degustando leitor, sobre os nossos engravatados representantes:

“O Jornal Nacional apurou que dois dos nomes são os dos presidentes do Senador, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB)-RJ)”.

Muito “nego” sem dormir! Esse período até sexta-feira, quando os nomes deverão ser divulgados, vai provocar diarreia em muitos e ataque de nervos em outros, meu compadre, leitor.

Foi Ricardo Lessa bater a bota no tablado… Desculpe, foi Janot jogar o papelzinho para o Supremo, que a agitação sob o tablado começou. Só que esses não têm como “espanar, desertar, fugar… Estão presos na própria armadilha”.

Ah! Respeitáveis senhores de gravatas.

ORGULHO BRASILEIRO: A MAIOR TORRE

 

TORRE ATTO (foto: G1)

TORRE ATTO (foto: G1)

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de março de 2015

Crônica Nº 1.379

O Brasil acaba de instalar na Floresta Amazônica, a maior torre do mundo, superando mesmo a Torre Eifell de Paris e a da Sibéria, considerada a maior. Da primeira, um metro a mais, da segunda, 25 metros acima. Chamada “Torre Atto”, empreendimento de cooperação Brasil/Alemanha, tem a torre o objetivo de estudos climáticos na grande região.

O Bom Dia Brasil mostrou com exclusividade a arrojada realidade que vai monitorar as mudanças climáticas, dentro da floresta. 

Mais uma vitória da nossa engenharia, como a ponte Rio/Niterói; a torre foi construída em Curitiba e levada em módulos para a Região Norte, até o local de instalação, a cerca de 300 quilômetros de Manaus. 

Outras obras como a estrada São Paulo/Santos e o parque eólico, recentemente inaugurado, Brasil/Uruguai, são coisas positivas que honram qualquer população do mundo. 

Sobre a “Torre Atto”, vários obstáculos foram vencidos até a sua instalação na Amazônia brasileira. “Do Sul, uma viagem de dez dias, entre estradas e rios, até que as peças chegassem ao Amazonas em uma balsa. O local escolhido para a montagem foi a Reserva de Uatumã. (…) Para chegar até lá foi preciso enfrentar muita lama e abrir estradas”, disse o engenheiro Sérgio Nascimento”.

325 metros de altura vão contemplar o imenso tapete verde que se perde no horizonte em todas as direções.

Amplamente beneficiados serão os campos da Engenharia, Química, Física, Ecologia, Climatologia e muitas outras áreas, direta ou indiretamente com experimentos da “Torre Atto”.

“Se a gente tivesse escolhido um lugar pertinho de Manaus, a gente sempre tem a influência da cidade, com toda a poluição, com todas as partículas emitidas das usinas, e aqui a gente tem um ambiente bem natural. A ideia é de entender como funcionam os sistemas dessa floresta maravilhosa na interação com a atmosfera”, explica Stefan Wolff, pesquisador do INPA”.

Interessante é a estrutura interna dos módulos, com largura de 3 metros onde ficará o equipamento de pesquisa. 

A Torre Atto será um instrumento importantíssimo na compreensão da influência da grande floresta equatorial no Brasil e no mundo. Mais um orgulho nacional.

O COMANDO DOS VENTOS

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de março de 2015

Crônica Nº 1.377

Parque Eólico Geribatu (Foto: divulgação)

Parque Eólico Geribatu (Foto: divulgação)

Ministrando aulas de Geografia, abordávamos o assunto dos tipos de energia usados no mundo. Na época, dizíamos que alguns desses tipos alternativos estavam apenas engatinhando. Hoje, a realidade é outra com o avanço de pesquisas e as experiências, mesmo assim o homem continua aprendendo, como no caso da energia eólica, isto é, a energia produzida pelos ventos.

O termo eólico vem do latim aeolicus, que pertence a Éolo, o deus dos ventos na mitologia grega. Desde a antiguidade essa energia baseada na força dos ventos, é utilizada em moinhos e impulsão de velas de barcos. Com a evolução nas pesquisas, chegamos a utilizá-la bem, a exemplo da energia solar que continua sendo motivo de estudos. Aliás, todos os conjuntos residenciais feitos pelos governos, nas três esferas, já deveriam ser entregues com energia solar e assistência técnica.

O Brasil tem um dos maiores potenciais eólicos do planeta e

regiões mapeadas desses potenciais, inclusive, Alagoas com área no sertão. Vários parques eólicos funcionam no país, incluindo o Nordeste, sendo com tendência de ampliação, o que viria a aliviar a rede hidrelétrica do país, nossa principal fonte energética. A energia dos ventos é considerada limpa e não depende de seca e nem de chuvas. O que se fala até agora é sobre o ruído dos ventos nas enormes hélices dos seus cata-ventos, coisa que não se aconselha moradia por perto ou possível desvio de rota de aves migratórias.

Infelizmente a cegueira de alguns, não consegue marcar as coisas positivas e de grande relevância do país, noticiadas em pé de páginas, enquanto o supérfluo, o negativo e o ridículo, assumem lugares de manchetes.

A inauguração do parque eólico Brasil/Uruguai (Dilma/Mujica) o maior da América Latina, tem potencial para ser uma segunda Itaipu, que já foi a maior hidrelétrica do mundo. Esse é um dos maiores feitos dos últimos anos, ocasião em que o mundo necessita de mais e mais energia para assegurar o desenvolvimento.

O esforço que a imprensa faz para encobrir eventos dessa dimensão tenta deixar o brasileiro desinformado para os valores do seu país. É mais fácil desviar o tema mostrando a bunda de “A” ou de “B” que é “mais relevante” (as páginas estão cheias dessas coisas). Infelizmente o Brasil ainda não se libertou da pecha que “não é um país sério”. Como, se os próprios filhos contribuem para isso!