Na rua que um dia existiu,meninos brincavam. Corriam em suas bicicletas. Na praça brincavam, e pressa não tinha. O céu de nuvens chuvosas, dizendo cinza, e vinham. O que do alto estava prometido pra vir,decerto viria. E, os sonhos todos dos homens. Muitos deles, jamais se concretizariam.E quando as coisas não davam certo como haviam sido planejadas, outras metas eram traçadas. Debaixo do calçamento das ruas, nos recônditos dos becos escuros. Alegrias que um dia alguém sonhouse escondiam. Brincadeiras de crianças, que bem fundo o mundo sepultou. Muito baixo dos paralelepípedos jaziam. Lá aonde as cigarras dormiam seus sonos letárgicos, a esperarem a outra estação, e só então cantariam.
A Taberna ficava de esquina. Pelo menos dois séculos de distância separava a aldeia dos meninos das bicicletas. O balcão de madeira escura, com o tempo daquele jeito,ainda mais escura se fazia. A faca e o queijo branco no prato. Uma taça de vinho tinto, não deixava dúvida, tudo estava lá. O candelabro pendido do teto. Um par de olhos verdes conseguia sentir aquele cheiro. O estampido da rolha tirado do gargalo tinha solene importância. Pulmões inalando, cérebro incendiando, com a chegada do líquido de cor púrpura ao estômago.
Na primeira porta que dá pra rua, o homem com vestes de alguém que viera das arábias, se havia. Um turbante escondia a cabeleira valorizando ainda mais o vasto bigode. Uma adaga na faixa de pano da cintura. Tagor Fashall tinha um cavalo chamado Pompa dour. O havia deixado com um cuidador, no estaleiro do cais do porto. Olhava fixo. Fosse o que fosse, olhava fixo. Aquele era olhar, de quem procurava.
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