A história que a gente se inventa de contar, é história de um povo, de uma festa religiosa, numa cidade do sertão. Num tempo em que dez réis e vintém eram dinheiro. Tempo que ainda existia matuto de verdade. Daqueles que corria léguas só de ouvir o ronco dum carro pela primeira vez. O mês de julho vinha se encostando por ali, como quem não queria e querendo. Aí Santana e os santanenses se viravam noutros. Com afinco, suas ações voltadas todinhas pras festas da padroeira, Senhora Sant’Ana.
A cada ano, um mês juliano, novinho em folha se instalando, e o sertanejo com cara de bezerro que não largou a mama, se pondo a esbanjar alegria. Oferecido, o sertão assanhava suas asas por riba das coisas dos homens, em nuvens brincalhonas, ora inchadas de brancura, ora plúmbeas d’água de chover. Fazendo Senhora Caatinga vestir sua mais exuberante saia verde. Pintassilgado de vermelho o fruto do mandacaru, a saudar com solene reverência a avó de Jesus netinho! Ó povo sertanejo, sapientíssimo! De saber como, e de onde, tirar o máximo de proveito do que ela, a vida sempre estaria a lhes mostrar uma saída. Desconfiado por natureza, um olho no gato outro no peixe: um na roça outro no céu. Assim era o matuto. A volver em preces e pedidos, a avó amabilíssima que providenciasse o necessário pra que sua festa fosse aquela, a mais bonita.
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