As coisas todas do mundorevolveram a maio de 1976. Em recordações viera quase tudo daquele tempo. Ainda que já houvesseDeus concedido às cores as coisas todas. Relembrar o passado, mecanicamente, só se podia em preto e branco. Apenas a natureza,e os olhos, conseguiam perceber tudo como realmente era. Sonhar, as noivas podiam. Inclusive com buquês de flores, de rosas vermelhas que levariam consigo. Talvez com os dias contados estivesse otão esperado dia de casar. Feijão e milho na roça, se acordando. Debaixo do sol, se espreguiçando. Se preparando pra abençoada colheita. Aos trabalhadores, o primeiro dia daquele mêsdedicado garantindo-lhes o sábado de descanso. Também os negros, no décimo terceiro dia, uma quinta-feira, outra vez eram libertos. As mães, no domingo, ganhariam presentes. O calendário sorria. A folhinha do coração de Jesus falaria de sabiás, de beija-flores,de bem-ti-vis, da Santíssima Virgem e a aparição de Fátima. Dúvida não havia, era maio. Mesmo que tudo estivesse em preto e branco, era maio de 76.
“Ao ver passar no céu as andorinhas
Eu sinto saudade do meu bem
Que talvez me espera
E também desespera”
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