De vez em quando a gente se surpreende em relação ao mundo religioso. Na história alagoana mesmo, mataram um padre em Palmeira dos Índios e os seus dois filhos partiram para a vingança, formando um bando e aterrorizando agreste e sertão. Ficaram conhecidos como os irmãos Morais, cuja menção em atacar o Poço, fez com que aquele lugar fizesse uma trincheira e hoje possui o nome de Poço das Trincheiras. Escândalo também quando mataram um religioso em Garanhuns. Em Santana do Ipanema havia um padre politiqueiro que chegou a Intendente e a governador. A antipatia distribuída pelo sacerdote, nunca fez com que alguém tivesse vontade de matá-lo. Em meu romance “Defunto Perfumado”, bem que um cabo quer eliminar o padre, mas dele leva uns tremendos sopapos e sai em desabalada carreira.
Causou comoção geral, agora em Santana do Ipanema, a denúncia de que um cidadão invadiu a Matriz de São Cristóvão para matar o padre. Com uma doze polegadas na cinta e querendo eliminar o vigário, o cidadão foi preso e logo voltou às ruas, tocaiando o padre por todos os lugares, segundo relatos. Falam que o homem frequentava a igreja, mas depois, ou teve problemas mentais ou se envolveu com drogas. Queria que o padre o casasse sem noiva e sem nada. Diante da recusa do pedido inusitado, o indivíduo botou na cabeça a ideia fixa de matar o sacerdote de qualquer maneira. A comunidade católica manifestou-se a favor do religioso, mas quer proteção para o homem de Deus e internamento para o potencial assassino. Tanto corre risco o padre quanto o agressor, pois a multidão enfurecida pode querer fazer justiça com as próprias mãos. Ninguém que um cadáver, quanto mais dois.
Veja a crônica completa no Blog do Clerisvaldo B. Chagas