O afundamento dos bairros de Maceió, provocado pela extração mineral da Braskem, estará em pauta na 53ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ocorre esta semana em Genebra, na Suíça. Para apresentar a tragédia ao mundo, a ativista alagoana Evelyn Gomes embarcou neste domingo (25), com a missão de atuar como Defensora dos Direitos Humanos no evento.
Evelyn estará acompanhada de Lucas Enock e Rafaela da Cunha Pinto, os três foram selecionados pelo Edital Ecoar, promovido anualmente pelo Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH), para vivenciarem atividades práticas de advocacy internacional, levando pautas brasileiras relevantes para o cenário internacional.
A alagoana, que é diretora do LabHacker e idealizadora do Observatório Caso Braskem, foi escolhida para representá-los em uma manifestação oral sobre o aumento incessante de casos de violência praticadas contra os Direitos Humanos, principalmente a invisibilidade no Norte e Nordeste.
“Eu estarei no local para servir de voz para a denúncia de inúmeras violações de direitos humanos, mas acima de tudo, irei levar para a ONU as tragédias que venho presenciando em Maceió. Não podemos deixar de lembrar que a mineração forçou o deslocamento de mais de sessenta mil pessoas por risco de desabamento de solo. Esse é o maior desastre socioambiental em zona urbana registrada no mundo e precisamos que as instituições internacionais acompanhem de perto o caso, para que as pessoas que perderam suas casas sejam justiçadas e que os culpados sejam responsabilizados”, disse Evelyn.
A fala sobre o Caso Pinheiro/Braskem será realizada na quarta-feira (28), mas os três ativistas participarão, ao longo de toda semana, de uma agenda de incidência política que inclui reuniões com representantes da ONU, diálogos interativos com Relatores/as Especiais e a participação em eventos paralelos.
“É necessário reforçar que neste momento estamos buscando assinaturas da sociedade civil brasileira para co/patrocinar e apoiar essa manifestação. Por isso precisamos que entidades civis assinem nossa manifestação, que está disponível por meio de formulário on-line. A ONU precisa incluir em sua agenda formas de sanar e dirimir a dor que milhares de alagoanos vêm vivenciando há mais de cinco anos. Só a partir da contribuição coletiva, que poderemos sensibilizar seus órgãos para esse caso, que é de violação coletiva de Direitos Humanos”, enfatizou.
A assinatura e a leitura do texto da manifestação na íntegra, podem ser feitas CLICANDO AQUI.
EDITAL ECOAR
O Edital ECOAR foi criado com o objetivo de apoiar Defensoras/es dos Direitos Humanos (DDH) a transcenderem fronteiras e alcançarem espaços no cenário internacional. Por meio do edital, defensoras/es da Rede de Advocacy Internacional (RAI) do IDDH são selecionadas/os para participarem de eventos da ONU, onde têm a oportunidade de aprender na prática ferramentas de advocacy internacional, ampliar suas redes e aumentar o impacto de seu trabalho territorialmente.
“A participação no cenário internacional fortalece a voz das Defensoras/es de Direitos Humanos no Brasil, permitindo que alcancem pessoas e espaços estratégicos. Dessa forma, é possível promover mudanças que atendam aos interesses públicos e promovam direitos para diversos grupos e comunidades em todo o país”, afirma Fernanda Lapa, diretora executiva do IDDH.
SOBRE EVELYN GOMES
Diretora do LabHacker – Laboratório de inovação que atua na intersecção entre política, arte e tecnologia. É idealizadora do Observatório Caso Braskem e consultora em gestão de projetos, design de serviços e inovação social. Atualmente, está se especializando em políticas públicas de Cuidado e Gestão Ambiental.