O assassinato do policial militar Ivaldo Silva, ocorrido ontem (09), no Grupamento da Polícia Militar (GPM) de Porto de Pedras repercutiu também entre os parlamentares na sessão desta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Ronaldo Medeiros (PT) atacou o Plano Brasil Mais Seguro e o secretário de Defesa Social, Dário César: “O sangue dos policiais está nas mãos do secretário”, afirmou.
Ao se referir ao homicídio, o petista classificou o Plano Brasil Mais Seguro em Alagoas de “míope” e a cúpula da segurança pública de incompetência. “Parece que estamos retornando a barbárie, com um policial em serviço barbaramente assassinado em praça pública”.
Em aparte, Judson Cabral (PT) criticou o custeio de R$ 700 mil destinado pelo Poder Executivo a Polícia Militar e disse que o policial só foi assassinado porque os marginais sabiam das condições precárias da polícia naquele município.
Também em aparte, Jeferson Morais (DEM) disse que o crime foi uma afronta a sociedade e ao poder público, mas poderia ter sido evitado caso houvesse estrutura no GPM onde a vítima estava de plantão. “São dois policiais em cada grupamento do interior. Com isso, o Comando da PM faz de conta que dá segurança à população, que faz de conta que acredita”.
Morais lamentou ainda a “nota de pesar” divulgada pelo comando, considerada “acanhada” por ele, e defendeu a reestruturação ou a desativação dos grupamentos: “Ou os grupamentos têm policiais em número suficiente ou é melhor serem desativados. Colocar dois policiais para tomar conta de um prédio, de armas e de uma cidade inteira é expor dois seres humanos a execução”.
Flávia Cavalcante (PMDB), presidente interina da ALE, se solidarizou ao pronunciamento dos colegas, disse que a população de Porto de Pedras estava aterrorizada com o crime e aproveitou o momento para confidenciar uma mágoa antiga.
“Certa vez o meu marido (vereador Kelman Vieira, que é também delegado da Polícia Civil) foi cotado para dirigir a Polícia Civil, mas Dário César se opôs alegando que ele não podia assumir porque era casado com uma política”, contou, alfinetando: “Agora soube que o secretário de Defesa Social será candidato a deputado nas eleições do próximo ano”
Por Vanessa Alencar / Cada Minuto