Artigo: Uma análise que vai para além do Litoral, podendo chegar ao Sertão

06 dez 2015 - 21:23


Empreendedores do Sertão podem ter semelhanças com os da capital (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

Empreendedores do Sertão podem ter semelhanças com os da capital (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

Uma matéria divulgada nesta sexta-feira (4), através do site Agenda A, me fez relembrar o meu município, Santana do Ipanema.

O assunto abordado trouxe uma pesquisa de mercado feita na cidade de Maceió, onde em resumo questionou como a capital alagoana conseguia se destacar tão distintamente em dois aspectos semelhantes.

O caso, descrito por um entrevistado do site é que, por um lado a pesquisa revela que Maceió tem um dos atributos mais difíceis, que é um grupo de empreendedores empenhados em desenvolver ideias e projetos. Entretanto, a cidade também sofre por não oferecer os melhores índices de infraestrutura a esses potenciais inovadores.

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Os dados me fizeram refletir uma situação, digamos levemente parecida, passada na minha querida terrinha, chamada de Princesa do Sertão.

Diferente de uma pesquisa baseada em números e variantes científicas, não posso afirmar categoricamente essa situação, mas me dou ao luxo de fazer uma explanação empírica do que vejo na cidade a qual deixei de morar há alguns anos, para poder melhorar meus conhecimentos e estudos na área do jornalismo. (Mas diga-se de passagem, numa deixei de acompanhar seus principais acontecimentos).

Nos últimos tempos percebi uma grande movimentação de empreendedores empenhados em expandir seus negócios na cidade. É bom deixar claro que esses desenvolvimentistas priorizam inicialmente o sucesso pessoal e profissional. Coisa natural é claro. Contudo, objetivos secundários, que até fogem de suas vontades, são trazidos a reboque, o que por consequência beneficia toda uma comunidade, ou quem sabe todo o município.

Um dos exemplos disso é observado na expansão gradativa da cidade na fronteira sul do mapa, em direção da rodovia AL 130. É nesses limites, que faz a cidade seguir em direção à vizinha Olho d’Água das Flores, que nos últimos tempos Santana conseguiu alocar inúmeros novos negócios.

Posto de combustível, áreas de lazer, loja de construção, hipermercado, loteamento, entre outros empreendimentos se destacam nos arredores. E olhe que falo apenas nesta região do município, já que poderia aqui a me estender a outros limites, que também foram agraciados com tantos outros investimentos privados.

Apesar desses grandes e importantes investimentos, e diga-se de passagem, também a ousadia dos empreendedores responsáveis por eles, já que muitos inauguraram a empreitada em solo antes nunca sequer tocado por negócios tão grandes, o poder público municipal tem observado timidamente os investimentos feitos.

Mais que isso, muitas vezes, nem os observou, com o devido respeito. E é nesse ponto que acredito, que Santana e Maceió apresentam suas afinidades. Guardadas as suas especificidades, alguns dos gestores que passaram por ambas as cidades acabam não observando que alguns empresários e criadores de renda estão ‘vendo futuro’, onde alguns teimam em não enxergar.

É repetitivo, pra não chamar de desnecessário dizer que estes gestores deveriam, no mínimo, ofertar toda a estrutura necessária, não só para o ambiente de negócio, mas também para os consumidores locais. Entretanto, erroneamente eles sequer aproveitam desse investimento para arrecadarem mais e consequentemente levar mais serviços a população.

Ao contrário, muitos preferem somente reclamar.

E esse fato me faz recordar uma cobrança que fiz no segundo ano de gestão do atual prefeito de Santana, Mário Silva. Na oportunidade de um evento oficial o indaguei sobre a possibilidade da instalação de linhas de ônibus coletivo na cidade, isso justamente, pelo motivo da cidade estar crescendo para as periferias, e fazendo o morador ter que se deslocar ainda mais. A resposta do político veio como um golpe desanimador: “acho que Santana não comporta ainda isso, mas posso tentar ver”.

E antes que alguém venha achincalhar a gestão atual, e glorificar políticos passados (coisa que acabou virando mais moda nos últimos tempos) vale salientar que, muito dos empreendimentos que citei anteriormente foram inaugurados ainda em gestões passadas, motivo pelo qual, em tese, já se teria oportunidade de propor ações nas referidas localidades. Coisa que também não aconteceu.

Dito isto, meu grande temor é até quando teremos essa leva de empreendedores entusiasmados, mesmo diante de cenários não tanto favoráveis. Fica a reflexão para os nossos representantes públicos e principalmente para os eleitores mais atentos, que em 2016 deverão escolher mais uma vez os prefeitos que administrarão as cidades a partir de 2017.

Por Lucas Malta – estudante de jornalismo

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