Se todo ser humano é diferente, por que somos intolerantes a diferença alheia?
3 março 2019
Todo nós seres humanos somos diferentes, tão somente a matéria que somos constituídos é a mesma, é quase que remota a semelhança se comparada a complexidade estrutural, funcional e existencial cada indivíduo. O curioso é que temos esse conceito em nossa consciência, mas no dia a dia vivencial essa prática não funciona.
Portamos uma carga genética única, nem mesmo irmãos gêmeos tem os genes igual. Pensamento não se ler; personalidade não se mede; necessidades e capacidade não se copia; impressão digital não se fabrica; subjetividade não se descreve…
E por que será que comparamos tanto uns aos outros?
O ser humano é treinado para conviver em sociedade de maneira competitiva. As disputas acontecem em todos os aspectos, nas características físicas, na criatividade, na condição intelectual, nos elementos materiais e financeiros e etc. É uma conotação de destaque as categorias sociais e não ao indivíduo enquanto único e subjetivo.
Somos seres humanos, a única espécie com grande capacidade mental e habilidade para adaptação, somos também seres gregários e necessitamos uns dos outros para sobreviver. Muito embora, apresentamos comportamentos desumanos, já que o termo humano traz em seu conceito elementos que significam bondoso ou generoso, compreensivo ou tolerante.
Como pode um ser, humano, maldoso, incompreensivo e intolerante?
As diferenças sempre existiram, mas dá a impressão que a intolerância atualmente está maior. O respeito ao semelhante e o valor da vida diminuíram, aparentemente o instinto animalesco está mais visível e agressivo principalmente nas redes sociais. Talvez pelo fato de existir a possibilidade de expressar opinião, agredir, julgar, criticar, de uma posição distante de todos, estando atrás de um aparelho tecnológico onde as outras pessoas não estão presentes para questionar.
E qual o sentido da vida? O que fazemos aqui na terra? De onde viemos e para onde vamos?
Nascemos sozinhos? Não.
Vivemos sozinhos? Não.
Nos reproduzimos sozinhos? Não.
Até quando morremos, precisamos dos outros para o corpo ser levado ao cemitério.
E por que destruímos nossa própria espécie?
Podemos deduzir que nós enquanto HUMANOS não estamos nos comportando bem em sociedade. Estamos mais preocupados com o outro por ele ter um jeito próprio, e pouco olhamos para nós mesmos. Queremos conhecer mais o outro com suas necessidades individuais e pouco percebemos nosso modo original de ser.
Concluo que é possível viver de maneira mais saudável. Ser tolerante é sofrer menos com estresse, aceitar as diferenças é compartilhar habilidades. Ser ético é valorizar a si sem desvalorizar o outro.
Independe de credo religioso, raça, profissão, orientação sexual, condição financeira e social, é possível viver em harmonia. Não existe receita mágica, mas se cada um ser humano cuidar da sua própria vida, e olhar menos para a do outro, grande parte dos problemas atuais da nossa sociedade deixam de existir.
Um grande número das doenças humanas, sejam elas psicológicas ou fisiológicas são desenvolvidas a partir de comportamentos disfuncionais e desnecessários no dia a dia, por isso nossa geração está cada vez mais doente e fragilizada. As vezes suspeito que estamos nos tornando seres inúteis ao mundo.
Cuide-se.