O que não faz uma pandemia? A criatividade irrompe instantemente em todos os projetos pessoais ou coletivos.
Para o Nordeste brasileiro em particular, as festas juninas têm um significado de riqueza cultural, ímpar. Ainda que a festa seja de origem francesa, o povo nordestino adotou com carinho a festa junina, adotando santos padrinhos e acrescentando características particulares como a gastronomia baseada no milho.
A banda cearense de forró “Mastruz com leite”, canta, como será a festa junina do ano de 2020, o ano da pandemia do Covid-19, “Vai ter São João, mas cada qual na sua casa”. O isolamento social nos dá sinal de que a festa de São João, Santo Antonio e São Pedro, não pode ultrapassar as portas de casa, embora isso não impeça que a alegria contagiante que o forró proporciona se estabeleça por todos os cantos da casa. “Em seus lugares, todo mundo nos seus lares.”
Não estão proibidas as brincadeiras, as bandeirinhas, os balões (em cartolina) e as comidas de milho ocupando seu espaço magistral, em cada casa. Mas se precisar sair, proteja-se e proteja seu próximo, usando máscara. Todos usando máscaras e se cumprimentando com os cotovelos. E por que não colocar as máscaras no tema, com estilo junino, incluindo, os babados, bicos, bandeiras e balões, com fitas, xadrez e chita.
Assim o isolamento social vai parecer e ser mais animado, se expandindo de forma virtual, já que é a melhor forma de comunicação nesse tempo de pandemia.
Por Selma Campos* – colaboração
*É servidora pública federal aposentada. Nascida em Santana do Ipanema, onde mora e já atuou como Secretária Municipal de Cultura. Também ajudou a organizar eventos como O Reencontro.