O promotor Marcus Mousinho, responsável pela denúncia contra os quatro acusados de duplo homicídio por omissão de Paulo César Farias, afirmou em entrevista na tarde desta quinta-feira (9) que a arma do crime, consignada no processo, desapareceu do fórum.
A constatação foi feita nesta manhã, quando o perito criminal Domingos Tochetto pediu ao juiz Maurício Brêda para fazer uma demonstração com o revólver supostamente usado na madrugada do dia 23 de junho de 1996, quando o casal foi morto na casa de praia do empresário, na praia de Guaxuma, em Maceió. Como a arma não foi achada, uma similar foi usada pelo perito para fazer a demonstração.
“Essa arma não foi encontrada –pelo menos foi a explicação que me deram aqui no cartório. Disseram que, quando o fórum teve um problema de engenharia e foi interditado, mudando aqui para um prédio vizinho, sumiram várias armas, e outras foram enviadas ao Exército. Que não houve um controle rígido e não procuraram”, disse o promotor.
Segundo Mousinho, a perda não acarretará em prejuízo ao julgamento dos quatro policiais militares, já que não haverá nada pericial.
“Minha preocupação inicial era se os peritos quisessem usar arma. Questionei o juiz. Mas como eles queriam apenas para mostrar a empunhadura, e a defesa não fez qualquer protesto, usou-se uma arma similar. Não há prejuízo, pois foi só para mostrar empunhadura, só ressaltando que o tambor da arma do crime era diferente do que foi utilizado no plenário”, afirmou.
Segundo informou o juiz Maurício Brêda em rápida entrevista ao UOL, a arma do crime está catalogada e consta no registro do processo no fórum, mas não teria sido encontrada provavelmente por estar guardada há 17 anos “e só foi procurada hoje”.
Aliny Gama e Carlos Madeiro – UOL