O último pronunciamento do garoto que dormia em sacos de cimento quando não tinha nada nem ninguém em seu favor – a não ser a família e, como ele gosta de enfatizar, Deus – foi marcado por sérias críticas.
O prefeito de Maceió até o dia 31 deste mês de dezembro, Cícero Almeida (PSD), termina seus oito anos de mandato mandando uma máxima: “Aqui na prefeitura não tem um ladrão sequer”.
Na manhã desta sexta-feira (28), ele demitiu mais de mil comissionados (leia mais aqui) para que o prefeito eleito Rui Palmeira monte sua cúpula e leve a cidade ao patamar que merece.
Almeida passou a limpo sua vida pessoal e política, indo para a Câmara e depois para a Assembleia Legislativa.
Falou dos desafios de levar à frente um municípios de um dos estados com as maiores deficiências do país, o que não foi fácil.
Ele apenas se exaltou quando foi citado o nome do procurador-geral de Justiça, do Ministério Público Estadual (MPE), Eduardo Tavares.
“Quer dizer que ele esperou cinco anos para essa denúncia [da Máfia do Lixo] vir à tona? Por quê? Aqui na prefeitura não tem um ladrão sequer! As licitações todas passaram pelo Ministério Público… Procure saber qual foi a renda desviada em Maceió… qual a secretaria com irregularidades, com o aval do prefeito. Não tem. Eu não colocaria um filho meu para trabalhar num ‘governo ladrão’”, comenta Almeida, referindo-se ao fato de Tavares tem dois parentes que trabalham na Prefeitura de Maceió.
Ele aproveitou para dizer que não tem “nada contra a pessoa do senhor Eduardo Tavares”, mas não pode ficar calado diante de acusações como essas.
O prefeito se referia à acusação de ele – mais 15 pessoas – participar da Máfia do Lixo. O Ministério Público Estadual de Alagoas entrou com a ação civil pública em novembro de 2010 contra o prefeito da capital e mais 15 pessoas por ato de improbidade administrativa. Todos são acusados de desviar R$ 200 milhões em contratos nos últimos cinco anos. O prefeito sempre negou as fraudes e diz que vai provar que nunca participou do esquema.
Os desvios envolviam a pesagem do lixo, já que o material era pago por quilo, mensalmente. Segundo o MP, o técnico atestava que a balança estava quebrada e o lixo era pesado nas empresas. Além disso, os valores eram superfaturados, segundo o MP.
O julgamento foi mais uma vez adiado.
Futuro
Quanto ao que lhe espera, “meu futuro está na mão de Deus”.
Por Tribunahoje