Números foram comprovados pelo Instituto Evandro Chagas a partir de amostras coletadas
Em Alagoas foram registrados 15 casos do vírus Zika, distribuídos em sete cidades: Maceió, com sete casos; Mata Grande, com três casos; e Arapiraca, Delmiro Gouveia, Maribondo e Santana do Ipanema, com um caso. Os casos foram comprovados pelo Instituto Evandro Chagas, do estado do Pará, a partir de amostras coletadas nas 11 – três em Maceió e oito no interior – unidades Sentinela da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau).
O Instituto é referência nacional na análise dos vírus Zika e Chikungunya, sendo inclusive o recomendado pelo Ministério da Saúde para esse tipo de atendimento aos estados das regiões Norte e Nordeste que não possuem laboratórios em condições de operacionalizar as análises de material coletado. São enviadas ao Instituto 10 amostras por semana, todas recolhidas nas unidades Sentinela.
“No início do ano nós [Sesau] estávamos mais preocupados com o vírus Chikungunya porque só se falava nele. Porém, na medida em que as amostras foram retornando do laboratório percebemos que o Zika era mais preocupante. E um detalhe: a transmissão aqui em Alagoas não foi feita de alguém que veio do exterior, como se imaginava. Ela se deu dentro do próprio estado”, relata Cleide Moreira, diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau.
Já para os casos de Dengue, Alagoas apresenta quadro mais grave. Segundo Cleide Moreira, o estado conta com 99 dos 102 municípios com casos registrados da doença. Segundo Cleide Moreira, a principal ação a ser tomada é o combate ao mosquito Aedes Aegypti, pois é ele quem transmite todos os três vírus: Dengue, Zika e Chikungunya.
“Temos que nos preocupar com esse quadro, pois o grau de letalidade da Dengue é muito maior que o do Chikungunya ou da Zika. E Alagoas conta com quase a totalidade de seus municípios com casos registrados. Se os níveis de proliferação do mosquito fossem menores, não teríamos todos esses municípios com casos registrados. Por isso estamos buscando atacá-lo de todas as formas”, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau.
Chikungunya não teve nenhum registro em Alagoas
Alagoas não registrou nenhum caso de febre Chikungunya. Inúmeras amostras coletadas nas 11 Unidades Sentinela da Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau) – cuja principal função é determinar a circulação do vírus – já foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará, mas em nenhuma ficou constatada a presença do vírus.
Segundo Cleide Moreira, de todas as amostras enviadas ao Instituto Evandro Chagas, apenas o Zika Vírus foi detectado até o momento. “Estamos bastante vigilantes em relação ao vírus Chikungunya, mas em Alagoas apenas o Zika foi detectado. Além da Dengue, mas esse não precisa de laboratório externo”.
A febre Chikungunya não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu contágio se dá apenas pelo mosquito Aedes Aegypti. Após um período de sete dias, contados depois de picar alguém contaminado, o inseto pode transportar o vírus durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele.
O ciclo de transmissão do vírus se inicia quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana, quando se transformam em mosquitos adultos. O Aedes Aegypti procria rapidamente e o indivíduo adulto vive em média 45 dias.
Uma vez que uma pessoa é picada, o tempo para a manifestação da febre Chikungunya se manifestar leva de dois a 12 dias, sendo mais comum cinco a seis dias. Sua transmissão dificilmente ocorre em locais com temperaturas abaixo de 16°C. Os ambientes mais propícios são os locais com temperatura girando em torno de 30° a 32° C.
Sintomas
Chikungunya, Zika e Dengue possuem sintomas parecidos como dores no corpo e febre, além de serem transmitidas pelo Aedes Aegypti. Contudo, os sintomas do Zika são mais amenos.
A Dengue possui como sintomas a febre, dores musculares e cansaço. Ela é considerada uma doença grave e pode ocasionar em morte. Já o Chikungunya apresenta dores nas articulações – que podem durar meses –, febre, cansaço, náuseas e vômitos.
O Zika, mais ameno, possui sintomas que duram em torno de uma semana e não deixam sequelas. São eles: febre baixa, dores na articulação, dores de cabeça e atrás dos olhos, erupções cutâneas e coceira. O Zika não é letal.
Carlos Amaral – Tribuna Independente