Não é novidade que integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa popular por aterrorizar o estado de São Paulo, possui ramificações em diversas regiões do país, inclusive em Alagoas.
O modus operandi desses núcleos regionais do crime paulista também preocupa os membros do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL) que declararam, na manhã desta segunda-feira (10), em protesto por melhores salários a sua preocupação com a presença cada vez mais constante desses criminosos em penitenciárias das Terras de Marechais.
Segundo Antônio Zacarias de Oliveira, diretor financeiro do Sindpol, são cerca de 81 membros do PCC que estariam presos em cadeias espalhadas na capital e no interior e que demonstram a força do crime organizado. “A segurança daqui corre muito risco. Nós já denunciamos diversas vezes desde os primeiros surgimentos em 2010 e nada foi feito”, alerta o diretor.
A preocupação do policial civil se traduz no aparelhamento deficiente que acumula ao longo dos anos diversos inquéritos policiais. “Isso se agrava ainda mais quando temos uma Polícia Civil com inquéritos pendentes e que vira notícia em nível mundial. Alagoas se tornou um playground para eles”, destaca o diretor.
Para evitar a expansão e o descontrole do crime organizado, o sindicato pede intervenção na segurança do Ministério Público do Estado (MPE).
Enquanto isso, a Polícia Civil permanece em Operação Padrão tendo apenas 30% do efetivo trabalhando.
Dados são menores
Apesar dos dados fornecidos pelo diretor financeiro do Sindpol, a realidade parece ser bem pior. No censo realizado pelo Ministério público do Estado de São Paulo (MPE/SP), em 2013, e que avalia a participação de membros na facção em outras cidades do Brasil. Alagoas ocupa a oitava posição do ranking com 226 integrantes da facção criminosa, sendo 165 presos e 61 soltos.
A informação foi obtida pelo jornal “O Estado de São Paulo” e faz referência a documentos apreendidos junto com os criminosos que mostram a ligação da facção com diversas regiões do Brasil ao longo de três anos.
Por Milton Rodrigues / Alagoas 24 Horas