Alagoas é o estado onde mais se matam negros, diz pesquisa

20 nov 2013 - 07:50


Na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, estudo divulgado pelo Ipea traz os impactos de homicídios

Foto: ilustração

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira (19) os impactos causados por homicídios na expectativa de vida do cidadão negro. De acordo com os dados, em Alagoas houve uma redução de quatro anos na expectativa de vida do negro, contrapondo-se a de não negros, com uma perda de apenas três meses e meio.

Alagoas, Espírito Santo e Paraíba concentram o maior número de homicídios, com o estado do nordeste apresentando o pior resultado. De acordo com os dados, 80 a cada 100 mil indivíduos negros são assassinados em Alagoas, sendo 17,4 negros mortos para cada vítima de outra cor. No Espírito Santo e na Paraíba os números são de 60 e 65 ,respectivamente, para cada 100 mil habitantes. No estado de São Paulo, a quantidade cai para menos de 20 mortos por 100 mil habitantes.

A pesquisa, chamada Vidas Perdidas e Racismo no Brasil , que foi realizado pelo diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e Democracia (Ipea), Daniel Cerqueira, e por Rodrigo Leandro de Moura, da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV) analisou, ainda, até que ponto as mortes podem estar relacionadas com as dificuldades sócio-econômicas e com o racismo.

Segundo o estudo, considerando apenas as vítimas que foram assassinadas no país entre 1996 e 2010, somente a cor da pele, quando negra ou parda, aumenta a probabilidade da vítima ter sofrido homicídio em cerca de oito pontos percentuais.

Do Primeira Edição

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