Alagoas é o 2º estado onde mais se mata mulheres

11 ago 2013 - 23:10


No topo entre as capitais, Maceió está no terceiro lugar geral da lista

IML

(Foto: ilustração)

O velório de Rosa Cândida dos Santos, 38, que foi brutalmente assassinada pelo ex-marido, foi marcado por revolta, que segundo a família, não aceitava a separação. Ela foi morta com uma facada no peito quando saía do trabalho, na Prefeitura da cidade de Santa Luzia do Norte, região Metropolitana de Maceió, na sexta-feira (9). Crimes como esse aumentam as estatísticas e deixam Alagoas no topo da lista da violência contra a mulher.

“Há 15 dias ele chegou a ameaçar a minha irmã. Está sendo muito difícil aceitar o que aconteceu”, afirma a dona de casa e irmã da vítima, Edvânia Cândido.

Após o crime, Maciel Amaro dos Santos, 43, tentou cometer suicídio, mas acabou sendo preso pela Polícia Civil e encaminhado para a Central de Flagrantes, no bairro do Farol. O casal tinha cinco filhos. O mais velho, de 19 anos, conta que o pai sempre foi agressivo e que planejou o assassinato.

“Meu pai era muito violento e já tinha agredido a minha mãe. Ele veio aqui e chamou a minha mãe e disse que ia matar ela e depois cometeria suicídio”, diz o filho do casal, Márcio Amaro dos Santos Filho.

Segundo o mapa da violência divulgado este ano, mais de 43 mil mulheres foram assassinadas no país na ultima década. Alagoas é o segundo estado do Brasil onde mais se mata mulheres, perdendo apenas para o Espírito Santo, que apresenta um índice de 9,6 a cada cem mil mulheres, contra 8,3 em Alagoas. Entre as capitais, Maceió também está no topo. Ocupa o terceiro lugar da lista. São quase 12 homicídios para cada 100 mil mulheres.

Há mais de 20 anos a socióloga Belmira Magalhães estuda as causas da violência contra a mulher. Ela explica que os números de homicídios estão ligados ao baixo índice de desenvolvimento humano nos municípios. “Todo esse panorama favorece a violência doméstica”, diz.

A socióloga diz ainda que as mulheres precisam ter mais assistência e incentivo para denunciar a violência, por menor que seja. “Estamos carentes de campanhas e de políticas sociais. Não é aceitável que se mate por amor, que mate uma mulher porque ela não quer seguir em um relacionamento”, completa Belmira.

G1

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