Alagoas acaba de superar a marca de 100 megaWatts (MW) de potência instalada em geração distribuída (GD), meio de geração própria de energia com conexão à rede de distribuição para compartilhamento e compensação. A GD está presente em 101 municípios alagoanos, sendo a capital Maceió a cidade com maior participação (35,03 MW), seguida por Arapiraca (14,80 MW) e Marechal Deodoro (6,46 MW).
A fonte de geração predominante no estado é a energia solar, por meio de painéis fotovoltaicos, que entrega 97,60 MW (97,5%); seguida pela geração por térmicas com 2,64 MW (2,5%).
Em Alagoas, a classe consumo residencial é a predominante, responsável por 47 MW; logo atrás vem as conexões comerciais, com 43,7 MW. Destaque também para a aplicação da GD nas áreas rural e industrial, com 4,2 MW e 3,68 MW, respectivamente.
“Como uma fomentadora no mercado local estou extremamente feliz com esses números. Estamos crescendo em um ritmo acelerado: nos quatro primeiros meses de 2022, Alagoas instalou 154% a mais de geração distribuída que o mesmo período de 2021”, conta Raquel Rocha, diretora regional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), em Alagoas.
Ela conta que as primeiras conexões alagoanas em GD se deram em 2015, 3 anos após a publicação da Resolução Normativa 482/12 (Aneel), norma que inaugurou o modelo de geração própria de energia. “Esse atraso impactou no desenvolvimento da cultura de geração distribuída aqui e agora. Hoje, estamos correndo contra o tempo para que os consumidores ingressem no modelo de compensação atual que possui a melhor viabilidade econômica”, conclui Raquel Rocha.
“Há mesmo uma corrida nacional à geração distribuída e, principalmente, aos sistemas de energia solar. A Lei 14.300/2022 (marco legal da geração distribuída) estipulou que a gratuidade sobre a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) será garantida, até 2045, somente para os sistemas instalados até janeiro de 2023”, explica Guilherme Chrispim, presidente da ABGD.
O dirigente da Associação ressalta que novos sistemas de geração distribuída, instalados após janeiro de 2023, não deixarão de ser rentáveis. “O tempo de retorno do investimento para comprar dos equipamentos será um pouco maior, mas, diante do alto custo da energia, o nosso setor continuará sendo economicamente atrativo”, afirma Chrispim.
O que é geração distribuída?
Os sistemas de geração distribuída implicam geração própria de energia e compartilhamento do excedente com a rede de distribuição, o que alivia o sistema e pode baratear o custo da energia para todos.
Quando a geração própria cessa, como no caso da energia solar à noite, o proprietário do sistema importa energia da rede e o medidor digital faz os cálculos de compensação entre o volume entregue e o consumido.
O conceito de compensação é a base da geração distribuída e foi regulado pela Resolução Normativa 482 (Aneel), publicada em 17 de abril de 2012. A data é apontada como o nascimento da geração distribuída no Brasil. Em janeiro de 2022, foi sancionada a Lei 14.300/2022, dando à regulação do setor o status de Lei Federal, juridicamente mais estável.
Sobre a ABGD
A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), maior associação brasileira do setor de energias renováveis, conta com mais de 1.000 empresas associadas, entre provedores de soluções, EPC’s, integradores, distribuidores, fabricantes, empresas de diferentes portes e segmentos, além de profissionais e acadêmicos, que têm em comum a atuação direta ou indireta na geração distribuída.
Fundada em 2015 para defender as demandas de empresas dedicadas à microgeração e minigeração de energia elétrica a partir de fontes limpas e renováveis, a ABGD representa seus associados junto aos órgãos governamentais, entidades de classe, órgãos reguladores e agentes do setor. Mais do que isso, trabalha para a difusão da GD para os diferentes setores da sociedade, incorporando os conceitos de sustentabilidade, retorno financeiro, eficiência energética e previsibilidade de gastos no que tange à geração e consumo de energia no local de consumo ou próximo.