Os representantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanick, da empresa Novus, Ricardo Esquerra, e do Instituto Globoaves, Marcos Bertoli, estiveram em Santana do Ipanema, para participação em reuniões e visitas técnicas, com os representantes da Secretaria Municipal de Agricultura e outros parceiro do Programa de Avicultura Familiar do Estado (PAF).
Na ocasião, eles discutiram o andamento das ações do programa, conheceram a Associação dos Avicultores de Santana do Ipanema (AAVISI), e propriedades que já adquiriram bons resultados graças à atuação do PAF em Alagoas.
O Programa de Avicultura Familiar foi instalado em 2010 em Santana do Ipanema, no médio Sertão de Alagoas, como um projeto-piloto que visa incentivar a criação de galinha caipira, de forma organizada, para produção de ovos e frango abatido, diversificando a atividade agrícola do Estado e dando novas possibilidades para os produtores.
De acordo com a gestora do Programa de Avicultura Familiar (PAF) pelo Sebrae Alagoas, Caroline Ávila, a vinda da comitiva à Santana do Ipanema tem como objetivo principal discutir a realização de um grande evento de fomento da agricultura familiar, previsto para setembro, com intercâmbio de experiências da América Latina, e o PAF foi um dos casos de sucesso, selecionados para ser apresentado, junto com o Programa de Agricultura Familiar Integrada e Sustentável (Pais) e o Programa Balde Cheio.
“Voltamos à Alagoas para mapear as experiências bem sucedidas, mas também para ver que novas parcerias podemos fechar com foco, não só na avicultura, mas, sim no fortalecimento da atividade agrícola, em geral. Estas parcerias tem gerado grandes resultados e tem permitido a disseminação de conhecimento entre Alagoas e outras regiões do país e do mundo. O PAF em Alagoas tem sido um grande exemplo para países como a África, onde também estamos implantando esta metodologia”, complementou o representantes da FAO no Brasil, Alan Bojanick.
Combate à fome
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura é um dos maiores órgãos da ONU porque tem a responsabilidade de combater a fome no mundo. Atualmente a FAO tem 191 países membros, mais a Comunidade Europeia. Ela auxilia no aperfeiçoamento e modernização das atividades agrícolas, florestais e pesqueiras, para assegurar uma boa nutrição a todos, além do desenvolvimento sustentável, por meio de projetos e programas de assistência técnica, disseminação de conhecimento e desenvolvimento de políticas públicas com foco no setor.
De acordo com Marcos Bertoli, do Globoaves, a agenda de Alagoas foi um momento ímpar para fortalecer, ainda mais, as parcerias e comprovar que a avicultura é uma das oportunidades de negócio, mas também, uma forma de salvar vidas.
“Cada vez que venho a Alagoas e vejo o andamento do Programa de Avicultura Familiar, reconheço a grandeza da nossa missão. As dificuldades e êxitos do programa aqui estão servindo de referência para a implantação em outros locais. O PAF de Alagoas está sendo implantado no Norte da África, onde as condições de vida são precárias, onde muita gente morre de fome. Com esse programa, falamos não só de produzir galinha para trazer riqueza, gerar negócio, e sim para ser uma alternativa de sustento próprio, uma alternativa para salvar vidas, uma alternativa de trabalho, oferecendo mais dignidade à população”, ressaltou Bertoli, sobre a relação entre a produção e a inclusão social.
Atualmente, cinco municípios alagoanos já são beneficiados pelo programa – Santana do Ipanema, Olivença, São José da Tapera, Palmeira dos Índios e Pão de Açúcar. Mas, a previsão é aumentar esta atuação para mais 17 cidades.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, José Marinho Júnior, em Santana, onde o programa é um sucesso, a prefeitura faz a aquisição da produção de carne e ovos para inclusão na merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Os agricultores também vendem ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de comercializarem em feiras, mercados e outros.
“Assim, é um ciclo completo, o que permite geração de renda para as famílias. É por isso, que o Governo do Estado quer ampliar a atuação do programa e conseguir novas parcerias, além de fortalecer as já existentes. Um dos principais objetivos do governador Teotonio Vilela e do vice-governador, José Thomaz Nonô, que direciona os recursos da Fecoep para programas importantíssimos como este, no âmbito da agricultura, é dinamizar a atividade no Estado e valorizar o pequeno agricultor. A vinda da FAO, do Globoaves e da Novus é enriquecedora e sem eles, não conseguiríamos todos os benefícios trazidos pelo programa”, analisou o secretário.
O Programa de Avicultura Familiar de Alagoas é fruto de uma parceria entre Governo do Estado, por meio das Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Seagri e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Sebrae Alagoas, ICTAL, empresas Novus e Globoaves, e FAO.
“Como parceiros, temos o compromisso de ouvir e entender as necessidades do programa em Alagoas e buscarmos juntos soluções para melhorar ainda mais a atuação do PAF no Estado, beneficiando milhares de famílias. É fundamental ouvir qual é o problema de cada um e quais são as possibilidades para desenvolver uma solução. O que queremos é oferecer soluções integradas”, finalizou Ricardo Esquerra, da Novus.
Benefícios
Entre os benefícios do Programa de Avicultura Familiar no Estado estão assistência técnica rural, o incentivo à cultura empreendedora aos produtores, fortalecendo associações e movimentos sociais, ligados à agricultura, acesso a novos mercados, capacitação de mão de obra, transformação de Alagoas num polo Agroalimentar, entre outros.
O PAF já permitiu a organização de 82 produtos, constituindo a Associação dos Avicultores de Santana do Ipanema (AAVISI) e já beneficia mais de 300 famílias nos municípios que já atuam com o programa.
Cada família integrante do PAF recebe 60 aves, sendo 30 de corte e 30 para postura, com ração para o início da atividade, além de assistência técnica. As galinhas caipiras – ou galinhas de capoeira – adquiridas por meio do PAF enquanto ainda são pintinhos levam cerca de 90 dias para atingir o peso ideal de abate, enquanto as galinhas comuns levam entre 7 e 8 meses para chegar a esse ponto.
Participaram:O Secretário de Agricultura de Santana do Ipanema, Luiz Carlos; Marcos Bertoli, representando a Globoaves; Alan Bojanic, representando a Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura; Ricardo G. Esquerra, a NOVUS do Brasil; Caroline Ávila, SEBRAE/AL e membros da Associação dos Avicultores de Santana do Ipanema.
Ricardo Chagas – Ascom – PMSI – Com Agência Alagoas