Clerisvaldo B. Chagas, 14 de julho de 2014
Crônica Nº 1.220
“SEM DECORO – Em 1949, a Câmara dos Deputados cassou o primeiro integrante da casa por falta de decoro parlamentar. Edmundo Barreto Pinto (1900-1972) era deputado pelo Rio de Janeiro, e alegou ter sido vítima de uma armação. Deixou-se retratar pelo fotógrafo Jean Manzon para a revista O Cruzeiro trajando um fraque e cuecas samba-canção. A matéria, veiculada três anos antes, foi um escândalo, e o processo culminou na sua cassação. Segundo o parlamentar, o fotógrafo garantiu que apenas a parte superior da fotografia seria publicada – o que, evidentemente, não ocorreu. Mas não foi somente a cueca que pesou no processo: eleito pelo partido de Getúlio Vargas, Barreto Pinto enfrentou na Câmara os adversários do então ex-presidente”.
(Extraído da revista História da Biblioteca Nacional, pag. 85, edição de junho de 2014).
Os alemães podem, evidentemente, extravasarem o orgulho da conquista da Copa. Eles inauguraram uma nova era no futebol, preparando-se durante mais de uma década como alunos de uma universidade para o exercício da profissão. Nenhum país havia pensado nisso, antes. Juntava-se apenas um grupo, algumas ordens amassadas e mandava-se a turma ganhar o título. Sim, tudo isso foi possível até que os alemães despertaram para a seriedade do maior evento do mundo e fundaram uma escola. De hoje em diante, ninguém mais ganhará esse título no improviso. Todos terão que fundar seus próprios bancos escolares tal quais os alemães. Mesmo assim, quando algum país co-meçar a botar os pés na escola, os germanos já estarão muito à frente no ris-cado da bola.
Nós, brasileiros, estamos de parabéns pela organização e por tudo o que foi feito para agradar os nossos visitantes. Mas, quanto ao futebol mesmo, nós e o mundo teremos que detonar preparos amadores do passado. Toda derrota traz lições importantes, o mal é não aprendê-las.
Com todo o respeito que merece a nação brasileira, o Brasil se expôs ao mundo vestido em traje ridículo como A CUECA DO DEPUTADO.