Tecnologia móvel tende a afetar mais negativamente as relações de pais e filhos, de acordo com pesquisa.
O site Alagoas na Net inicia nesta segunda-feira (31) uma séria de reportagens sobre como as famílias de hoje têm lidado com as novas tecnologias, para o bem e para o mal. Serão quatro postagens que abordam os conflitos e vantagens que pais e filhos encontram em administrar a vida real, com aparelhos que hoje também criaram a chamada vida virtual.
Dividida em quatro partes, as reportagens são assinadas pelo jornalista e colaborador santanense Gustavo Aquino, que atualmente está em temporada nos Estados Unidos. Neste primeiro dia o conteúdo mostra alguns dados acerca dos aplicativos mais utilizados no Brasil e dos usuários de acordo com faixas etárias.
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Como foi sua aula? Como foi o seu dia? O que aprendeu hoje? Como foi seu trabalho? Como você está? São esses simples questionamentos que constroem um prazeroso e saudável diálogo entre pais e filhos, em que, no final, ambos saem ganhando. Essa troca de sentimentos, emoções e experiências de um compartilhar o seu mundo com o outro, por meio de abraços, olhares e sorrisos, resulta em momentos que jamais serão esquecidos. Entretanto, como priorizá-los num período em que a tecnologia móvel impera nas relações e na vida das famílias?
Se já existia um tabu quando filhos preferiam dialogar e compartilhar seus problemas com os amigos, em vez de recorrerem aos pais, pode-se afirmar que os dispositivos móveis, com sua capacidade de permitir uma troca de informações precisa entre emissor e receptor, vêm contribuindo ainda mais para esse distanciamento. Com base nos gráficos a seguir, mostra-se que crianças e jovens são os que lideram o acesso a aplicativos e redes sociais, destacando o WhatsApp como a ferramenta mais utilizada.
“O brasileiro tem um perfil muito típico de redes sociais por gostar muito da conversa e da exibição. Acredito que o aumento do número dos usuários, não somente no Brasil, mas no mundo inteiro, está atrelado ao fato de a comunicação ser muito importante para as pessoas”, expôs Adilson Santos, analista de sistemas e desenvolvedor de aplicativos para dispositivos móveis, destacando que além de redes sociais, aplicativos para aparelhos eletrônicos também se encontram no topo da era tecnológica, principalmente os de jogos desenvolvidos para entreter os usuários.

O analista de sistemas Adilson Santos acredita que os aplicativos podem melhorar as relações familiares na perspectiva de bons resultados e soluções. (Foto: Gustavo Aquino)
A responsabilidade de um profissional de tecnologia, ao criar um aplicativo, deve caminhar lado a lado com a preocupação em relação ao impacto que ele pode ocasionar na relação familiar, e a causa principal de uma interferência negativa nesse relacionamento é o uso excessivo desse meio. Contudo, é compreensível enxergar a lógica capitalista das grandes empresas que, segundo Santos, pensam em resolver problemas e faturar sobre a sua solução. “A preocupação está em como contorná-los. Digamos que se alguém identificar que é possível melhorar a relação de pai e filho através da tecnologia e que isso pode gerar resultados, haverá a possibilidade de ser criado um aplicativo para esse fim”, ponderou.
70% das pessoas entrevistadas, incluindo pais e filhos, disseram ter problemas dentro de casa quanto ao uso em excesso da tecnologia móvel, comprometendo não somente as relações entre si, mas o trabalho e os estudos.
A próxima fase da reportagem, que será publicada amanhã (terça-feira, 01) no Alagoas na Net, abordará o aspecto positivo do uso dos aparelhos móveis, mostrando o caso de um jovem que morou no exterior, longe dos seus pais, durante um ano, cuja comunicação entre eles era estabelecida por meio de aplicativos que permitem conexão de voz e vídeo.
Por Gustavo Aquino – colaboração