Blog do Clerisvaldo: Os dois últimos combates e a última viagem de Lampião (I)

20 jul 2015 - 09:42


O dia 18 de abril e o dia 19, deste ano, marcam os dois últimos combates de Lampião em sua vida de atropelos. O combate mais forte aconteceu no povoado Girau do Ponciano, agreste de Alagoas, no dia 18 de abril de 1938. O chefe cangaceiro encontrava-se com 17 cabras no povoado fazendo tropelias, quando foi surpreendido pelo sargento e delegado de Batalha, Waldemar, com dois soldados e alguns civis. O lugarejo estava sendo saqueado pelo bando, numa marcha de dez dias que Lampião havia empreendido desde o rio São Francisco rumo a Pernambuco, atravessando o estado de Alagoas. 

“O tiroteio começou feroz e desordenado. Os bandidos talvez pensassem que estavam sendo atacados por grande número de atacantes. Waldemar rastejava em direção de uma casa onde supunha está o grosso do bando. O sargento foi ferido no terço médio do braço direito. A bala transfixou o braço alojando-se na região umbilical, mas sem atingir órgão vital”. O sargento passou a atirar com o outro braço cada vez mais animando os seus soldados. Um deles caiu ferido e o sargento recuou ao ponto de partida. “Restavam dois homens atirando. Um já ferido outro prostrado ao chão, esvaindo-se em sangue. O sargento brigava como um leão. Os bandidos foram amortecendo o fogo e fugiram”.

No dia seguinte, 19 de abril de 1938, continuando suas andanças sinistras, Virgolino invadiu e saqueou o povoado vizinho, Craíbas. Aí houve um combate menor, sendo o último de fato da vida de Lampião. A luta foi entre Lampião e seus 17 cangaceiros contra a volante alagoana do sargento Porfírio que marchava em busca do bandido, desde a serra da Brecha em Cacimbinhas. O único ferido nesse combate foi uma idosa, de bala perdida.

Lampião conseguiu escapar do cerco na sua marcha dos dez dias atravessando Alagoas e penetrando em Pernambuco pela fazenda Santo Antônio, município de Bom Conselho, em 27 de abril de 1938.

Portanto seus dois últimos combates estão dentro dos 77 anos e quase três meses.

Veja a crônica completa no Blog do Clerisvaldo B. Chagas.

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