A cena seria cômica, se não fosse trágica. Alunos do Instituto Federal de Alagoas, na cidade de Maceió foram parar no corredor do prédio da instituição, a fim de fugir do excessivo calor dentro da sala de aula. A ação, ocorrida na ultima quarta-feira (8) foi a maneira encontrada por alunos para chamar a atenção e pressionar os responsáveis para prover melhorias nas condições do dia-a-dia dos estudos.
Segundo relatos apresentados pela professora do Ifal e dirigente sindical Silvia Regina a situação está insuportável e indecente. “O suor escorre de ‘perna abaixo’, não dá para dar aula, ninguém se concentra, a gente não tem a menor condição de trabalhar aqui mais”, comentou a docente. Ela traz experiências próprias em sala de aula, mas afirma que a situação poderia ser trazida por qualquer outro professor do Campus Maceió.
Silvia aponta que o motivo da situação precária está na falta de estrutura das salas, que além de não haver climatização, ainda sofre com uma instalação elétrica externa, que impede a ventilação natural. “Já chegou ao ponto de um aluno passar mal, e ainda assim a situação permanece a mesma”, afirmou a professora.
O problema já foi parar também nas redes sociais, quando a internauta Anninha Tenório, registrou nesta semana a mesma situação, aproveitando para publicar a imagem de ventiladores adquiridos pelos estudantes de letras para conseguir permanecer dentro da sala de aula. “Não tem ventilador, não tem água, não tem banheiro… Mas promessas têm de sobra! Pra nós, à noite, está insuportável. Fico aqui imaginando como são as aulas para o Ensino Médio… Difícil… E antes que digam que o problema é na rede elétrica, adianto que no bloco administrativo e na nossa Reitoria tudo funciona normalmente”, publicou a estudante em sua página do Facebook.
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas – SINTIETFAL, através da professora Silvia Regina, informou que no dia 20 de março houve uma reunião com o Reitor para exigir uma solução para esse problema. O Reitor, por sua vez, justificou que o Câmpus Maceió tem um orçamento de R$ 14 milhões anuais e deveria já ter resolvido a climatização das salas.
A aula no corredor foi uma iniciativa bem vista pelo Grêmio Estudantil, que prometeu atuar junto com a representação dos cursos superiores para enfrentar o problema. “Apoiamos o ato de assistir à aula no corredor, porque é muito quente dentro das salas, principalmente durante o dia, e nem ventilação tem. É uma forma de demonstrar nossa insatisfação com o total desprezo por parte da gestão com os alunos”, afirmou Erick Gomes, presidente do Grêmio Edson Luís.
Uma solução breve
Nossa reportagem conseguiu contato com o gabinete do reitor Sérgio Teixeira, que respondeu às críticas levantadas pelos estudantes e a professora. O responsável disse que na reunião citada, foi determinado um prazo de 30 dias a partir daquela data, a fim de que fosse resolvido o problema. “Como o prazo ainda não se esgotou, só estávamos esperando a empresa que instala os aparelhos de ar condicionado completar as entregas. Haviam alguns dos equipamentos, mas outros ainda estavam por vim, por isso ela não fez a instalação parcial”, comentou o reitor.
Sérgio garantiu que na próxima semana a empresa deverá entregar o restante dos equipamentos e começar a instalação, não somente na sala que expos a situação, mas em várias outras do campus.
Por Lucas Malta / Da Redação com informações do Sitiefal