Profissionais participam de atualização em cuidados de saúde e alimentação da criança com fenda oral, nesta sexta-feira (17), no auditório do Hotel Jatiúca.
As fendas labiopalatais – malformações conhecidas por lábio leporino – acometem um a cada 600 nascidos vivos em todo o mundo. Para estruturar o cuidado ofertado a esses pacientes em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promove, nesta sexta-feira (17), o curso em cuidados de saúde e alimentação da criança com fenda oral. O evento inicia às 8h30, no auditório do Hotel Jatiúca, em Maceió.
A iniciativa é fruto de um trabalho desenvolvido no Hospital Universitário (HU), por meio do Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), que tem o objetivo de testar um sistema de referência e contrarreferência em genética no SUS de Alagoas, tendo como ponto de partida as fendas labiopalatais.
De acordo com a médica geneticista que coordena a pesquisa, a professora Isabella Monlleó, o curso é voltado para a atualização e formação de multiplicadores que atuam em maternidades que integram o projeto de pesquisa.
Pediatras, enfermeiros, fonoaudiólogos e assistentes sociais do HU, Santa Mônica, Arapiraca e Santana do Ipanema participam do curso, além daqueles que atuam no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e na atenção básica de Maceió, Arapiraca e Santana do Ipanema.
De acordo com a professora Isabella Monlleó, o objetivo do curso é preparar os profissionais da Atenção Básica para reconhecer se o paciente possui fendas labiopalatas e outras malformações, para o devido encaminhamento ao serviço de genética do HU.
“Após o paciente passar pela avaliação genética para definir se tem fenda isolada ou uma síndrome com várias malformações, será feito o reencaminhando para a Atenção Básica para o tratamento adequado às suas necessidades de saúde”, esclareceu Monlleó. Ela explicou que o paciente não requer apenas um procedimento cirúrgico, mas cuidados na alimentação e reabilitação clínica.
Segundo a diretora de Atenção Especializada e Programas Estratégicos da Sesau, Rejane Calheiros, o projeto aprovado pelo PPSUS – numa parceria entre Ministério da Saúde (MS), Sesau e Fapeal – visa estruturar a Atenção Básica e Média Complexidade do Estado. “Através de parcerias, a exemplo da Operação Sorriso, a Sesau tem realizado uma programação com a meta de estabelecer procedimentos na rotina”, disse.
Os próximos passos da pesquisa são a estruturação do laboratório do serviço de genética no HUPAA, com a finalidade de dar suporte ao diagnóstico das famílias. No hospital, já existem 150 famílias cadastradas que já receberam atendimento em genética, além daquelas que foram encaminhadas, via TFD, para as unidades de referência no tratamento especializado habilitadas pelo MS que, no Nordeste, se encontram em Recife, Fortaleza, Teresina, Salvador.
Por Danielle Cândido / Agência Alagoas