Seca verde prejudica lavouras e deixa agricultores no prejuízo em Alagoas

04 ago 2014 - 09:29


Foto: Reprodução TV Gazeta

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Chuvas que caíram no Sertão não foram suficientes para a agricultura. Está tudo verde no sertão de Alagoas. Mas quem pensa que este cenário representa fartura, se engana. Quando a cor da vegetação muda mas os açudes e barreiros continuam secos e as lavouras sofrem com a falta de água, os sertanejos se deparam com um fenômeno chamado de seca verde, reflexo de um volume de chuvas fraco.

Na zona rural de Santana do Ipanema, um dos municípios sertanejos que decretaram situação de emergência por causa da estiagem, o tamanho dos pés de milho serve como parâmetro para a falta de chuvas.

Seu José Gonzaga, morador do sítio Lajeiro Bonito, fez o plantio do milho em maio, quando caíram as primeiras chuvas. Se continuasse chovendo de forma regular, o milharal estaria com cerca de dois metros de altura, explica o agricultor. Mas as plantas não se desenvolveram.

Já as quase cinco toneladas de feijão de arranca que ele esperava colher agora em julho só devem render 300 quilos. “Mesmo que a chuva venha agora parte da safra está perdida. Não há mais como recuperar. A esperança agora é só diante das plantações novas”, lamenta o agricultor.

Na roça da dona Maria Ilza da Rocha o trabalho também foi em vão. O feijão plantado por ela em maio não deve render sequer os 90 quilos de sementes que a agricultora semeou. Com o milho, a perda foi total. “Esperava colher 10 sacos de feijão e milho este ano. No entanto, sem chuva não terá como”, conta ao lamentar o prejuízo.

O secretário de Agricultura de Santana do Ipanema, Carlos dos Santos, explica que as perdas são o resultado de chuvas irregulares e mal distribuídas. “O grande problema é que em maio, período de plantio, choveu muito e motivou os agricultores. Depois, as chuvas ficaram escassas prejudicando as lavouras. Foram dois meses de estiagem”, explica.

No município de Pão de Açúcar, também localizado no Sertão alagoano, o volume de chuva estimado para os meses de maio e de junho era de 280 milímetros, mas choveu apenas 170 milímetros nos dois últimos meses. Por isso, o verde da paisagem não reflete a realidade vivida pelos agricultores.

Há dois meses, quando fez o plantio do milho em uma área de sete hectares, Aurélio Ferreira Leite esperava colher mais de 20 toneladas, mas o verde, que trouxe esperança para o agricultor, resultou em prejuízo. “O milho parou de crescer e não vai dar grão, só palha. Assim, é só prejuízo”, completa.

Alternativa

Diante da situação de perdas, o secretário de Agricultura de Pão de Açúcar, João Batista dos Santos, disse que o município decretou situação de emergência por causa da estiagem. Ele estima que três mil agricultores foram atingidos pela seca verde deste ano. “Sem opção, o agricultor terá que recorrer ao Garantia Safra. Para isso, vamos fazer a declaração de ocorrência de perdas, pois cerca de 80% dos agricultores estão no prejuízo”, relata.Trabalhadores rurais terão que recorrer ao seguro do Garantia Safra.

Do G1 AL com TV Gazeta

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