Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil cobra investigação.
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Levantamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) aponta que foram mais de vinte casos de “justiçamento” em Alagoas do mês de setembro do ano passado até os dias atuais. Os números são considerados assustadores pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade, advogado Daniel Nunes, quando se compara esse tipo de ocorrência com registros do tipo em outros estados.
De acordo com Daniel Nunes, as autoridades da área de segurança pública de Alagoas não dão respostas sobre a investigação desses casos. Sobre o assunto, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB destacou, por exemplo, o empenho das polícias no tocante à prisao dos acusados de torturar e matar Ane Kely Santos, 26 anos, que teria furtado biscoitos de uma residência em São Paulo.
“As autoridades de Alagoas precisam dar resposta à sociedade, como aconteceu em São Paulo. Não temos notícia se aqui o caso foi investigado ou se algiém chegou a ser preso”, afirmou Daniel Nunes. O advogado disse, ainda, que a OAB continua acompanhando os casos, exigindo a elucidação dos espancamentos. “Temos quase um caso por semana. Este número é considerado altíssimo”, acrescentou.
O presidente da Comissão reforçou que, dos mais de vinte casos relatados, pelo menos em quatro deles os suspeitos eram inocentes. “O que parece é que, para a segurança pública, o justiçamento é normal. Isso não é normal. Tem de ser combatido”, reforçou o advogado, esclarecendo que justiçamento é o uso da violência contra alguém que pratica ou é suspeito de cometer um crime.
Em março, um paciente psiquiátrico foi espancado por populares no Farol, sob a acusação de ter depredado veículos na localidade. Após a fúria dos moradores, Márcio dos Santos, 37 anos, foi levado por familiares ao Hospital Escola Portugal Ramalho, onde veio a óbito.