Vendo alguns alunos enganchados na foz, pude lembrar as velhas lições de sala de aula. Lições básicas da Geografia, nascentes são lugares onde nasce um rio. Popularmente o nome ficou conhecido como cabeceiras, o que dá no mesmo. No outro extremo, onde o rio despeja suas águas, merece o nome de foz. Caso a pessoa não queira chamar o lugar de foz, pode chamá-lo de desembocadura, mas a povão costuma tratar a foz como barra, principalmente no interior nordestino. Como exemplos em minha terra temos a barra do João Gomes, a barra do Gravatá, a barra do Desumano, tudo nomes de riachos.
A foz pode ser dos tipos estuário, delta ou mista. A foz, desembocadura ou barra tipo estuário, não forma obstáculo para o despejo das águas em outro rio, lagoa, ou mar. A boca do rio fica completamente livre. Já a foz do tipo delta, encontra impedimentos em forma de ilhas formadas pelo material trazido pelo próprio rio, como areia, argila e cascalhos. Nesse caso o rio, devido a esses obstáculos, divide-se em dois ou mais braços, para entregar as águas. O riacho Camoxinga que despeja em pleno comércio de Santana, no rio Ipanema, forma uma típica foz de estuário. Por sua vez, o rio Ipanema, ao despejar no rio São Francisco, forma uma pequena ilha de sedimentos levados por ele. Nesse caso sua foz é do tipo delta, onde dois braços são formados para o alcance ao Velho Chico.
Às vezes as pessoas não dão conta de propagandas que incentivam visitas ao delta do rio “A” ou ao “estuário” do rio “B”. A propaganda não cita o nome foz. Cita apenas o tipo de foz, como o consumidor diz: “Quero uma Pitú”, e não uma cachaça da marca Pitú. Nesse caso o tipo de foz ficou muito mais conhecido do que o do próprio acidente geográfico (foz). Isso é para poder encurtar a frase da propaganda que se fosse ao pé da letra seria: “Visite a foz tipo delta do rio X”.
Espero que o caro leitor tenha gostado do bê-à-bá. A GEOGRAFIA AGRADECE.
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de dezembro de 2013.
Crônica Nº 1100