Câmara de Vereadores realiza Audiência Pública para debater segurança em Santana do Ipanema

05 dez 2013 - 14:16


Audiência contou com as presenças de representantes das polícias Civil e Militar, além de dois juízes de direito. Cerca de 200 alunos ocuparam o plenário da Casa.

Vários estudantes estavam presentes na audiência (Foto: Ascom Câmara)

Vários estudantes estavam presentes na audiência (Foto: Ascom Câmara)

Uma audiência pública foi realizada pela Câmara Municipal de Vereadores da cidade de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, durante a noite desta quarta-feira (4). O assunto em questão foi decidir ações de combate à violência no Complexo Educacional do Estado, local onde se encontram três escolas públicas e mantém um grande fluxo de estudantes em diversos horários.

A audiência teve as presenças de diversas autoridades públicas na área educacional, policial e política, tais como o coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Luiz Ferreira; o delegado da 2ª Delegacia Regional de Polícia, Rosivaldo Vilar; o comandante do Comando de Policiamento de Área do Interior (CPAI) da Polícia Militar, coronel Claudevan Albuquerque; os juízes responsáveis pela 1ª e 3ª Vara do Fórum de Santana, Durval Mendonça e Diego Dantas, respectivamente, além dos vereadores e o prefeito da cidade, Mário Silva.

Segundo o presidente da Casa, José Vaz, a audiência foi marcada tendo em vista o índice de violência que está acontecendo no município, principalmente no entorno das escolas estaduais e municipais.

“Diante desses acontecimentos, a comunidade escolar, está clamando por segurança, por estar apavorada, esta Casa Legislativa tomou a iniciativa de convidar as autoridades aqui presentes, para que nós possamos encontrar uma forma de diminuir essa violência”, explicou Vaz.

Por conta da violência que toma conta da rede de ensino, outro problema foi levantado, preocupando ainda mais as autoridades e os diretores das escolas. Muitos alunos, temendo ser assaltados, estão deixando de ir às escolas, gerando uma ‘evasão escolar’.

As autoridades públicas que se fizeram presentes apresentaram propostas para melhorar a segurança no município, mas também alegaram problemas que deixam a polícia incapaz de inibir ações criminosas.

Segundo o delegado Rosivaldo Vilar, para se obter um resultado positivo também vai depender de muita coisa, pois o efetivo de policiais na cidade é pequeno. “O que falta para melhorar a segurança do nosso estado é policiais nas ruas. Hoje em Santana do Ipanema nós atuamos com dois policiais militares e uma viatura; pegamos de outras cidades para fazer plantão”, disse Vilar.

Ainda segundo o delegado, o tráfico de drogas está tomando conta da cidade porque não tem policiais para combater. “Se a gente tivesse quatro viaturas pelo menos, com certeza teríamos um resultado bem melhor. A gente precisa sensibilizar o governador para que faça mais concursos”, completou o delegado.

O coordenador da 6ª CRE, professor Luiz, disse que um grande problema que atrapalha a ação da polícia no complexo educacional é um muro que tem diversas falhas. “O policial vai pegar o elemento num canto, de repente ele já sumiu por outro”, disse Luiz.

O juiz Durval Mendonça explicou que o problema da segurança não pode ser resolvido apenas com o direito penal, e sim com projetos de lazer para que os jovens de famílias desestruturadas não ocupem seu tempo com as drogas.

“Eu entendo que a gente realmente tá num descompasso muito grande com o avanço e a organização da criminalidade, mas as respostas que os poderes do estado estão dando tem se mostrado inteiramente insuficientes.”, falou o magistrado.

Durval também ressaltou a importância do monitoramento por câmeras de segurança. “Eu não consigo imaginar hoje, como é que uma cidade desse porte possa conviver mais sem ter um sistema de monitoramento nos seus principais espaços públicos”, concluiu Durval.

A voz dos estudantes também se fizeram presentes durante a audiência. A aluna Jeane disse que os estudantes se sentem inseguros em denunciar o assaltante. “Eles são detidos, mas não ficam presos porque são de menores. Quem é que vai prestar queixa contra eles, se não dão segurança para a gente ter a certeza de que eles vão ficar presos?”, questionou a aluna Jeane.

O prefeito da cidade criticou o Governo do Estado por deixar a segurança do município com falhas. “O governo do estado deixou todos aqueles que fazem a segurança sem nenhuma condição. A gente tem uma polícia que está totalmente desestruturada e só quem pode ofertar essa melhora é o governo do estado. O município pode ajudar de alguma forma, mas acaba sendo o mínimo, porque quem faz a segurança, não só do nosso município, mas também da região, está desprovido de condições”, afirmou Mário Silva.

Os vereadores também criticaram as falhas na segurança e novamente culparam o Poder Público Estadual. “Imagine um muro, que para o Estado seria simples de resolver, mas não resolveu ainda. Infelizmente o problema é muito sério”, disse o vereador Mário do Laboratório.

Ao final da audiência, o comandante do CPAI garantiu que enviaria motos da PM para patrulhar o complexo educacional, a partir desta quinta-feira (5). Albuquerque disse ainda que é preciso prevenir os estudantes através de palestras para como evitar se tornar alvo dos criminosos.

O prefeito Mário Silva disse que enviaria ainda esta semana uma equipe para fazer a limpeza de um terreno que fica nas imediações das escolas. Serão novamente enviados ofícios ao Governo do Estado, com outras medidas a serem adotadas.

Por Paulo Sérgio Jr – colaborador

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