Mujica não é pobre, pobre, pobre de marré, marré, marré

20 out 2013 - 21:05


EU, JOSÉ MUJICA – PRESIDENTE DO URUGUAI

Mujica

Eu não sou pobre! Pobres são aqueles que acreditam que eu sou pobre. Tenho poucas coisas, é certo, as mínimas, mas apenas para ser rico. Quero ter tempo para… dedicá-lo às coisas que me motivam. Se tivesse muitas coisas, teria que me ocupar de resolvê-las e não poderia fazer o que eu realmente gosto. Essa é a verdadeira liberdade, a austeridade, o consumir pouco. Vivo em uma pequena casa, para poder dedicar tempo ao que verdadeiramente aprecio. Senão, teria que ter uma empregada e já teria uma interventora dentro de casa. Se eu tivesse muitas coisas, teria que me dedicar a cuidar delas, para que não fossem levadas… Não, com três cômodos é suficiente. Passamos a vassoura, eu e a velha, e já se acabou. Então, temos tempo para o que realmente nos entusiasma. Verdadeiramente, n ão somos pobres!”

José Mujica — Presidente do Uruguai

QUEM É JOSÉ MUJICA?Conhecido como “Pepe” Mujica, o atual Presidente do Uruguai recebe USD$12.500/mês (doze mil e quinhentos dólares mensais) por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, vive com 1.250 dólares, cerca de R$2.538,00 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios. O restante do dinheiro ele distribui entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.

“— Esse dinheiro me basta e tem que bastar, porque há outros uruguaios que vivem com menos”, diz o presidente Mujica.

Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando da companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.

Além de sua casa, seu único patrimônio é um velho Volkswagen, cor celeste, avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa. Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky, também doa a maior parte de seus rendimentos.

A poucos quilômetros de Montevidéu, já saindo do asfalto, avista-se um campo de acelgas. Mais à frente, um carro da polícia e dois guardinhas: o único sinal de que alguém importante vive na região. O morador ilustre é José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, presidente do Uruguai.

Perguntado sobre quem é esse Pepe Mujica, ele responde: “— Um velho lutador social, da década de 50, com muitas derrotas nas costas, que queria consertar o mundo e que, com o passar dos anos, ficou mais humilde, e agora tenta consertar um pouquinho de alguma coisa”.

Ainda jovem, Mujica se envolveu no MLN — Movimento de Libertação Nacional e ajudou a organizar os tupamaros, grupo guerrilheiro que lutou contra a ditadura. Foi preso pela ditadura militar e torturado. “— Primeiro, eu ficava feliz se me davam um colchão. Depois, vivi muito tempo em uma salinha estreita, e aprendi a caminhar por ela de ponta a ponta”, lembra o presidente uruguaio. Dos 13 anos de cadeia, Mujica passou algum tempo em um prédio, no qual o antigo cárcere virou shopping. A área também abriga um hotel cinco estrelas. Ironia para um homem avesso ao consumo e ao luxo.

No bairro Prado, a paisagem é de casarões antigos, da velha aristocracia uruguaia. É onde está a residência Suarez y Reyes, destinada aos presidentes da República. Esse deveria ser o endereço de Pepe Mujica, mas ele nunca passou sequer uma noite no local. O palácio de arquitetura francesa, de 1908, só é usado em reuniões de trabalho.

Mujica tem horror ao cerimonial e aos privilégios do cargo. Acha que presidente não tem que ter mais que os outros. “— A casinha de teto de zinco é suficiente”, diz ele. -“Que tipo de intimidade eu teria em casa, com três ou quatro empregadas que andam por aí o tempo todo? Você acha que isso é vida?”, questiona Mujica.

Gosta de animais, tem vários no sítio. Pepe Mujica conta que a cadela Manoela perdeu uma pata por acompanhá-lo no campo e que ela está com ele há 18 anos.

A vida simples não é mera figuração ou tentativa de construir uma imagem, seguindo orientações de um marqueteiro. Não, ela faz parte da própria formação de Mujica.

No dia 24 de maio de 2012, por ordem de Mujica, uma moradora de rua e seu filho foram instalados na residência presidencial, que ele não ocupa porque mora no sítio. Ela só saiu de lá quando surgiu vaga em uma instituição. Neste início de inverno, a casa e o Palácio Suarez y Reyes, onde só acontecem reuniões de governo, foram disponibilizadas por Mujica para servir de abrigo a quem não tem um teto. Em julho de 2011, decidiu vender a residência de veraneio do governo, em Punta del Este, por 2,7 milhões de dólares. O banco estatal República a comprou e transformará a casa em escritórios e espaço cultural. Quanto ao dinheiro, será inteiramente investido – por ordem de Mujica, claro – na construção de moradias populares, além de financiar uma escola agrária na própria região do balneário.

O Uruguai ocupa o 36ª posição do ranking de EDUCAÇÃO da Unesco, enquanto o Brasil ocupa a 88ª posição. Já no ranking de DESENVOLVIMENTO HUMANO, o Uruguai ocupa o 48º lugar, enquanto o Brasil ocupa o 84º lugar. Enquanto isso no Brasil, políticos reclamam que recebem um salário baixo para o cargo que exercem. QUE VERGONHA!!!

Mujica é um homem raro, nesses tempos de crise de valores morais e ética, dentre os políticos sul-americanos.

Compartilhe essa história, compartilhem mesmo! Os brasileiros têm que saber que existe um político de verdade, que trabalha em favor do povo e não de sua conta bancária!!!!

É PARA SER DIVULGADA MESSSSSSSSSSSSMO

UM GRANDE ABRAÇO,

MARIA AMALIA

BRASIL

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JJGB

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Mujica rejeita título de “presidente mais pobre do mundo”

Pobres são aqueles que precisam de muito para viver.

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Sêneca: “Para a nossa avareza, o muito é pouco; para a nossa necessidade, o pouco é muito.”

Fernando Soares Campos, Editor-Assaz-Atroz-Chefe:

Tenho ouvido e lido muita gente identificar a filosofia “mujiquiana” como sendo a reprodução fiel da filosofia senequiana, de Lucius Annaeus Seneca, ou simplesmente Sêneca.

Há quem atribua à filosofia senequiana um conveniente guia para pessoas estoicas, resignadas diante do sofrimento e das adversidades da vida, os acontecimentos por elas considerados fatais, determinados pelo destino; portanto, tido como inevitáveis. Aquilo que os muçulmanos designam pela palavra “maktube”, vontade e desígnio de Deus, Allah (entre outros significados que os árabes conferem a essa palavra).

Mas analisemos cada uma das sentenças fundamentais nas filosofias de um e de outro:

Mujica: “Pobres são aqueles que precisam de muito para viver”.

Sêneca: “Pobre não é aquele que tem pouco, mas antes aquele que muito deseja”.

Aparentemente os dois teriam dito a mesma coisa, mas isso só aparentemente e só para o leitor apressado e que precisa de muito para entender um pouco.

Precisar não é o mesmo que desejar. Se alguém tem R$ 1 milhão e precisa de mais para tocar seu empreendimento (agrícola, industrial, educacional…), esta é uma demanda legítima. Mas se alguém ganha apenas R$ 2.538,00 que estão atendendo às suas necessidades, porém deseja muito mais por mero contentamento de acúmulo e ostentação, isso se constitui numa atitude reprovável.

Observemos que o próprio pensamento senequiano não qualifica ou especifica o “desejo”, o que se constitui numa ligeira falha, pois o próprio desejo pode estar fundado em legítima necessidade: “desejar” muito ou pouco porque “precisa-se” de muito ou de pouco.

“Precisar” implica “desejar”, desejar a realização do suprimento da “necessidade”, e o desejo alimenta a “vontade”, que é o seu veículo, a energia que conduz à realização de projetos e desejos. Eu não devo é transformar meus desejos em projetos, mas os projetos são regidos por desejos, são realizados a partir do desejo, que impulsiona a vontade.

Eu, por mau exemplo, desejo usufruir tudo de bom que já existe por aí, tudo que qualquer milionário usufrui em termos de conforto material, e quero ter facilidade de acesso a tudo que possa existir de bom e de melhor. Simplesmente desejo. Naturalmente desejo. Mas não alimento esse desejo, não animo a vontade ao ponto de transformar a sua realização em meta, em projeto de vida, invertendo a ordem natural das coisas. Por que “invertendo”? Porque sou uma pessoa que acredita piamente que mais vale ser do que ter, porém não admito que o ser prescinde do ter. O ter só pode ser prescindido de suas formas egoísticas: quero ter a qualquer custo, quero ter para mim, para os meus, mas não quero que os outros também tenham para si ou para os seus; ou: depois de mim, eu, e depois, se sobrar e eu considerar que devo fazer caridade, jogo os ossos para os outros; ou mesmo aplicando a lei de murici: cada um cuide de si.

 

“Ser” também é, por si mesmo, “ter”, é sólido patrimônio, inalienável. Ser o quê? Erudito? Nesse caso, é ter instrução, deter muito conhecimento, ampla cultura formal, científica. Ser sapiente é ter capacidade de interpretar a vida, as relações interpessoais, os fatos, a história, é ter domínio, teórico ou prático, de um assunto, uma arte, uma ciência, uma técnica, é ter poder de influenciar de tomar decisões acertadamente. Ser solidário é ter um desenvolvido espírito de fraternidade, de interesse em ajudar o semelhante, apoiar seus projetos legítimos, e isso só se alcança praticando e trocando experiências e informações que se tem.

“Ter” é “ser” dono, é ter o domínio, enquanto “ser” é “ter” capacidade de exercer o domínio.

Ter a posse do “ser material” ou do “ser imaterial” é uma só forma de ter, é domínio do ser. E só faz diferença nas formas de aquisição (se adquiridas de forma honesta ou desonesta) e de emprego (se é para servir a um maior número de pessoas, ou se é para ser acumulada de forma egoística, o ser material ou o imaterial).

O próprio Sêneca também falou coisas assim:

“Possuir um bem, sem o partilhar, não tem qualquer atrativo”.

Portanto não há nenhum pecado em possuir muito e partilhar os frutos desse muito.

“Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico.”

“Para a nossa avareza, o muito é pouco; para a nossa necessidade, o pouco é muito.”

Fico com a sentença senequiana, mas com ligeira observação: “Pobre não é aquele que tem pouco, mas antes aquele que muito deseja [por mera avareza]”.

Mujica diz: “Pobres são aqueles que precisam de muito para viver”. E existem milhões de brasileiros que diriam: “Preciso de muito pra viver, preciso de uns quatro salários mínimos”. É com o que Mujica vive e é o que eles consideram muito. E isso, bem sabemos, é tão pouco!

Assaz Atroz

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