Santana quer paz, mas o que estamos fazendo para merecê-la?
16 outubro 2013
Durante a festa em homenagem aos professores, promovida pela Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema na noite da última segunda-feira (16), tive uma breve conversa com o prefeito Mário Silva relacionada a violência em nosso município.
Concordamos de que a situação tinha chegado a um patamar insuportável para nossa comunidade.
Foi quando ele me falou que tinha um grupo de pessoas propondo um reunião para debater esta questão.
Hoje, vejo a notícia de que aconteceu a dita reunião, promovida pela Associação Comercial de Santana do Ipanema, na noite desta terça-feira (15), na Câmara de Vereadores.
A nota diz que o objetivo foi debater com autoridades e sociedade civil os altos índeces de violência na cidade.
Confesso que não estive presente, como já estive em outras, por não ter tido conhecimento da mesma, até porque já escrevi alguns artigos que tratam deste tema em nossa cidade, e como colaborador da imprensa digital acredito que posso ajudar, tanto na divulgação quanto na discussão.
No entanto, a reunião aconteceu e ficamos na torcida que algo de concreto venha ocorrer. Como por exemplo, um planejamento.
Na pouca conversa que tive com o prefeito Mário Silva, ele falava da reclamação da Polícia Militar em relação ao pouco efetivo no 7º Batalhão de Polícia Militar, que dá segurança a Santana do Ipanema e outros municípios do Sertão.
Por ser o chefe do Executivo Municipal, eleito democraticamente pela maioria dos eleitores desta cidade, acho que ele tem por obrigação de tomar a frente deste debate. Que está longe de passar apenas por número de policiais.
Essa não é a primeira, e com certeza não será a última reunião em que se debaterá questões relacionadas à violência.
O que esperamos é que o filme não se repita: que venha o secretário de Segurança Pública do Estado e faça um monte promessa que não possa cumprir, e no final, como num faz de conta, ele faz de contas que vai resolver o problema e nós fazemos de conta que acreditamos.
Seria interessante que tivéssemos consciência de que um problema que vem se agravando a anos não se resolve da noite para o dia, como num passe de mágica.
Temos problemas gravíssimos em nossa cidade, onde entra governo e sai governo e apenas observamos a realização de pequenos curativos.
É preciso que o prefeito, se quiser começar a resolver um dos mais graves problemas de nossa cidade [a violência], tome atitudes drásticas, e até impopulares. Isso imediatamente.
Câmara de monitoramento, Guarda Municipal e outros recursos de repressão podem dar aquele “cala boca” imediatista que muitos cobram. Mas, e as soluções a longo prazo?
Algum de nós conseguirá calcular quantos jovens já foram mortos na repressão ao tráfico e a roubos e assaltos somente em nossa cidade?
Os presídios de nosso Estado estão superlotados, bem como a delegacia de nossa cidade.
Somente estes pequenos dados provam que apenas a repressão não surte efeito.
Nesse caso precisamos mudar a estratégia. E, diga-se de passagem, até o momento nenhuma outra foi realizada; se pelo menos foi proposta oficialmente eu desconheço.
Comparada aos grandes centros, Santana do Ipanema pode ser chamada de pequena cidade. Aqui conhecemos quase todos os habitantes, sabemos aonde moram, onde trabalham, ou se estão desempregados e assim por diante.
Existem duas palavras que, juntas, podem fazer a diferença, não apenas relacionado a este problema, mas a tantos outros, BOA VONTADE.
Quem de nós não sabe os locais mais críticos de nossa cidade, relacionados à violência?
Será necessário que os lideres, se não de todos, mas de vários segmentos de nossa sociedade, se junte e busque dialogar com líderes comunitários, jovens e adolescentes, onde possa ser proposto um grande pacto de paz.
Depois da boa vontade, outra palavra-chave é o diálogo. É preciso ouvir esses moradores. Ninguém mais do que eles saberá identificar a verdadeira causa de tanta violência.
A imposição jamais será um instrumento de evolução de qualquer comunidade.
Se o comércio quer paz, tenho certeza que as mães do Lajedo Grande, Pedrinhas, Bebedouro, Lagoa do Junco, Cohabs a Areias buscam o mesmo objetivo.