Audiência Pública: Sociedade debate saúde com diretores do Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo

28 set 2013 - 10:16


O evento partiu após solicitação de vereadores da própria Casa, onde o tema em debate tinha por objetivo tratar das diversas denúncias sobre os serviços daquela unidade médica, que é gerida pelo IPAS.

Foto: Cícero Sobrinho / Cortesia

Foto: Cícero Sobrinho / Cortesia

Ocorreu durante a manhã e parte da tarde desta sexta-feira (27), na Sede do Poder Legislativo de Santana do Ipanema, uma audiência pública com membros da diretoria do Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, no município.

O evento partiu após solicitação de vereadores da própria Casa, onde o tema em debate tinha por objetivo tratar das diversas denúncias sobre os serviços daquela unidade médica, que é gerida pelo Instituto Pernambucano de Assistência a Saúde (IPAS).

Na solenidade, participaram do HRCRM, o diretor geral, Marco Calderon e o diretor técnico, André Seabra, além de um dos superintendentes do IPAS, Edemar da Costa. Dos poderes Executivo e Legislativo estiveram o prefeito Mário Silva e os nove vereadores da Casa Tácio Chagas.

Servidores públicos, comerciantes e membros da sociedade civil também prestigiaram o evento, que foi marcado pela presença de manifestações através de cartazes e faixas que lembravam a morte do garoto David, falecido no último dia tal.

Apresentação do IPAS

Dando inicio a audiência pública o diretor técnico do HRCRM abordou algumas estatísticas dos serviços prestados pela Organização Social e reforçou a ideia de que o modelo de gestão através destas tem sido muito mais eficazes em várias partes do Brasil.

Contestações

As primeiras indagações após as falas da equipe do HRCRM foram levantadas pelos parlamentares da Casa Tácio Chagas Duarte de Melo. Primeiro a falar, o vereador Genildo Bezerra, o popular “Papa Tudo”, disse que apesar dos bons números apresentados, grande parte da população ainda sim contesta o atendimento da instituição.

Heleno do Tempeirão fez questão de levar à tribuna, uma camisa com a foto do garoto David e ressaltar a indignação sobre a morte do menor, que segundo a família ocorreu devido a negligência e falta de assistência médica do hospital.

O vereador Luciano Gaia, também não poupou críticas a instituição e alegou que a diretoria do Hospital Regional não conhece o povo santanense.

“Fica aqui o meu repúdio a direção deste hospital (…), vocês como diretores deveriam ver as coisas, vocês não conhecem as nossas descendências (…), o senhor não conhece ninguém, não tem atenção nós, filhos desta terra, vocês nunca procuraram nenhum vereador; pra vocês vereadores não valem nada”, disparou Gaia.

Os vereadores Mário do Laboratório e Dora de Ubiratan também fizeram uso da palavra reforçando algumas colocações e pedindo ao hospital mais presteza com seus atendimentos.

Ao abrirem o debate ao público, algumas manifestações se destacaram, como a do radialista e diretor de Municipal de Cultura, Fernando Valões, que cobrou da direção do hospital respostas sobre os casos de suposta negligencia na morte de David. “O Hospital até agora não emitiu uma nota informando se a médica ou plantonistas erraram ou não. Tem duas palavras que até agora não foram pronunciadas aqui: erro médico”.

O advogado Edson Magalhães também entrou nos questionamentos e frisou a importância do conselho de saúde. “Nos temos um conselho municipal de saúde que é formado por membros da sociedade, e aqui eu pergunto: os membros da sociedade que fazem o conselho estão exercendo a altura o direito e o poder que tem fiscalizar o hospital? Eu vou lhe dar a resposta: não estão exercendo suas funções”, indagou o santanense.

Um dos últimos depoimentos dos ouvintes foi feito pelo tio do garoto David, o policial militar Renildo. Visivelmente emocionado, o familiar fez questão de relatar para o público a sua versão do caso da morte do sobrinho e fez um desabafo sobre o gestor Marco Calderon.

“Num momento eu pedi pra falar com ele [Calderon], vi ele passando por um dos corredores, e disse: eu quero falar com o senhor, [ele] não me deu a primeira resposta. Quando viu que o menino já estava quase em óbito, veio mais de dez médicos e enfermeira que não acabava mais”, relatou Renildo.

Ele continua: “Numa área você é despreparado. Eu acredito que você poderia ter sentido a dor desta avó, com 83 anos, mas você com a cara cínica dizer: o menino faleceu, como morreu uma coisa qualquer. A minha indignação com você é essa”, finalizou o militar.

Sobre as acusações feitas pelo familiar o diretor do HRCRM não quis se pronunciar, mas o diretor técnico André Seabra apenas falou : essas respostas que a família exige é legitima, mas esta audiência não é o fórum que vai dar essas repostas.

Terminado os debates, o vereador e presidente da Casa, José Vaz, encerrou os trabalhos por volta das 15h30.

Da redação

Notícias Relacionadas:

Comentários