A presidente Dilma Rousseff tem demonstrado preocupação com a morte de civis na Faixa de Gaza, além do “uso desproporcional da força” por parte de Israel, em seus ataques contra os palestinos. A atitude é louvável. Os números contabilizados no cenário brasileiro, no entanto, também não é nada animador. A cada nove minutos, mata-se intencionalmente uma pessoa no País, de acordo com o ranking do Instituto Avante Brasil (IAB), do jurista Luiz Flávio Gomes, colunista do 247.
De acordo com os números do Instituto, divulgados nesta segunda-feira na coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o Brasil é o país onde mais acontecem mortes intencionais, entre as dez nações com os dez maiores PIBs do mundo. “Nos EUA é registrada uma morte a cada 34 minutos; no Japão, uma a cada 813 minutos e no Canadá, uma a cada 861 minutos”, informa a nota. Os dados têm como base números do Ministério da Saúde e da ONU.
No ranking mundial da violência, o Brasil ocupa a 20ª posição e deve fechar o ano com 27 assassinatos para cada 100 mil habitantes – 53,8 mil homicídios, prevê o IAB. Apenas no trânsito, uma morte é registrada a cada 11 minutos e 21 segundos. De acordo com o Instituto, 1,2 milhão de pessoas foram assassinadas no País desde 1980. Se consideradas apenas as de trânsito, 1 milhão de pessoas foram mortas nesse período, aponta o “delitômetro” do site do instituto.
“A carnificina é generalizada. A mídia, com razão, protesta contra as 10 mortes diárias na cidade de São Paulo. Mas não chama atenção para as outras 137 em todo país”, protesta Luiz Flávio Gomes. “Na primeira noite eles matam 10 ou 20 e não dizemos nada. Na segunda noite eles matam mais outra dezena e não dizemos nada. No ano eles matam mais de 90 policiais e não dizemos nada. Em Salvador eles matam um advogado que defendia os pobres e não dizemos nada. O governador diz que ‘quem não reagiu está vivo’. Agora, mesmo quem não está reagindo não está vivo”, diz o jurista, em crítica contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
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